Desligada no dia 5 de abril para a troca de combustível (urânio enriquecido) e atividades visando à extensão da vida útil por mais 20 anos, a usina nuclear Angra 1 foi religada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) às 16h29, desta sexta-feira (11/7). Quando operar com 100% de sua potência (650 MW), a usina poderá gerar o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro, conforme informações oficiais. Desta mais recente parada participaram das atividades 1517 profissionais contratados, entre eles 259 estrangeiros.
O urânio enriquecido a cerca de 4% para abastecer o reator é responsabilidade da Indústrias Nucleares do Brasil (INB). O processo começa na Unidade de Concentrado de Urânio (URA), em Caetité, na Bahia. Lá, o urânio é extraído da mina e convertido em pasta (yellowcake); seguindo para a Rússia, onde passa por outra conversão para chegar a forma de gás e enriquecimento.
Depois, volta para o Brasil seguindo para a Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), da INB, em Resende (RJ), onde é convertido em pastilhas, inseridas em varetas de zircaloy, até seguir para a central nuclear de Angra dos Reis. Há cerca de cinco anos, o processo envolvia cerca de R$ 300 milhões, mas atualmente não há informações sobre a atualização dos valores.
USINA NORTE-AMERICANA -
Angra 1 é a primeira usina atômica instalada no município de Angra dos Reis. Foi comprada da norte-americana Westinghouse, na década de 70. Entrou em operação em 1985, mas por uma série de problemas, foi desligada voltou a operar no ano seguinte, quando parou novamente, voltando em seguida. A usina tem um histórico paradas por defeitos, questões técnicas e ações judiciais. Chegou a se apelidada de “vagalume”.
Essa recente parada marca o encerramento da 29ª parada programada para reabastecimento de combustível e realização de importantes projetos de modernização. Dentre os principais destaques desta parada estão a substituição da instrumentação nuclear interna e a troca dos termopares de saída do núcleo do reator, componentes críticos para o controle seguro da operação.
Também foram realizadas manutenções nos transformadores principais, atualizações tecnológicas em sistemas de instrumentação, inspeções em soldas e intervenções nos circuitos primário e secundário da planta.
“Esta foi uma parada estratégica para Angra 1. Além do reabastecimento de combustível, aproveitamos para avançar em projetos estruturantes que aumentam a confiabilidade da usina e preparam a unidade para operar com alto desempenho por mais 20 anos”, afirmou o superintendente da usina, Abelardo Vieira.
(FOTO: ELETRONUCLEAR E INB ) –
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