quarta-feira, 21 de maio de 2025

SBPC E ABC realizam seminário "Vozes da Ciência" visando contribuições e estratégias para CT&I de 2026 -2035. Acompanhe a programação

 


Evento acontece amanhã e sexta-feira, 22 e 23 de maio, e reunirá autoridades do governo, como a ministra da CT&I, Luciana Santos, além de parlamentares e representantes da comunidade científica para debater os rumos da ciência brasileira até 2035. Com transmissão ao vivo pelo canal da SBPC no YouTube, os debates são abertos a todos.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) realizam, nos dias 22 e 23 de maio, nesta quinta e sexta-feira, o seminário “Vozes da Ciência: Contribuições para a Estratégia Nacional e Plano Decenal de CT&I 2026–2035”. Com transmissão ao vivo pelo canal da SBPC no YouTube, o evento reúne especialistas, representantes de instituições científicas e autoridades públicas para debater propostas concretas para o futuro da ciência, tecnologia e inovação no Brasil. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participará da primeira sessão, no dia 22. 

A iniciativa dá continuidade às propostas levantadas na 5ª Conferência Nacional de CT&I, realizada em julho/agosto de 2024, e tem como base o Livro Violeta, documento que reúne as principais recomendações do encontro. O objetivo é transformar essas diretrizes em políticas públicas estruturadas e sustentáveis para os próximos dez anos. A programação está organizada em oito mesas temáticas, que abordam desde o financiamento à ciência básica até a comunicação pública da ciência. Os debates também tratarão da formação de recursos humanos, mudanças climáticas, combate à pobreza, inovação e o papel estratégico das unidades de pesquisa federais. 

Confira a programação e os participantes: 

Dia 22 de maio - 8h15 – Abertura

Contextualização histórica, apresentação da agenda estratégica e fala de autoridades. Participantes: Renato Janine, presidente da SBPC; Helena Nader, presidente da ABC; Luciana Santos, ministra da CT&I; e Sergio Rezende, presidente de honra da SBPC; Francilene Garcia, vice-presidente da SBPC e coordenadora da Subcomissão de Sistematização e Documentação da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI); Luiz Antônio Elias, do Inpi; e o deputado Ricardo Barros, presidente da Comissão de CT&I da Câmara. 

9h – Mesa 1: Ciência Básica: Alicerce para um Brasil Justo e Competitivo - Enfatiza a necessidade de recompor investimentos em pesquisa fundamental, descentralizar a produção científica e ampliar a formação com diversidade. Participantes: Helena Nader, presidente da ABC e presidente de honra da SBPC; Aldo Zarbin, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e conselheiro da SBPC; Ricardo Galvão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq);, Anderson Gomes, secretário-geral adjunto e diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE); e na mediação Fernanda Sobral, diretora da SBPC e professora emérita da Universidade de Brasília (UnB). 

10h30 – Mesa 2: Pesquisa Aplicada e Saberes Tradicionais para Inovação Sustentável - Debate a integração entre ciência, cultura, saberes comunitários e inovação sustentável. Participantes: Mercedes Bustamante, professora titular da Universidade de Brasília (UnB); Patrícia Muniz de Medeiros, professora adjunta da Universidade Federal de Alagoas (Ufal); Marlucia Martins, professora orientadora do programa de Zoologia MPEG da Universidade Federal do Pará (UFPA); e na mediação Márcia Barbosa, reitora e professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 

14h – Mesa 3: Articulação, Missão e Sustentabilidade das Unidades de Pesquisa do MCTI - O debate vai discutir o papel estratégico das UPs na política nacional de CT&I; analisar desafios de financiamento, pessoal e infraestrutura; e identificar caminhos para integração com universidades, estados e setor produtivo. Participantes: José Roque, diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM); Marcio Portes de Albuquerque, diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF); Álvaro Toubes Prata (ABC/EMBRAPII); na mediação Ana Teresa Vasconcelos, diretora da SBPC. 

15h30 – Mesa 4: Formação de Recursos Humanos e Expansão das Universidades - Discute a conexão entre ensino, pesquisa, qualificação técnica e os desafios da transição ecológica e tecnológica. Participantes: Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS); Vinícius Soares, presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG); Denise Carvalho, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); na mediação Ado Jório de Vasconcelos, professor titular no Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais. 

Dia 23 de maio - 

9h – Mesa 5: Mudanças Climáticas, Meio Ambiente e Desenvolvimento Nacional - Aponta caminhos científicos para a mitigação dos impactos climáticos e a resiliência ecológica. Participação: Paulo Artaxo, vice-presidente da SBPC; Marina Hirota, professora assistente de Meteorologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Antonio Miguel Vieira Monteiro, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); na mediação Luiz Davidovich, professor titular da UFRJ e ex-presidente da ABC.

10h30 – Mesa 6: Ciência para Combater as Desigualdades, a Fome e a Miséria - Foca na contribuição da ciência para políticas públicas de inclusão, segurança alimentar e redução da pobreza. Participação: Renato Janine, presidente da SBPC; Reinaldo Guimarães, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); Carlos Gadelha, líder da rede de Pesquisa sobre Desenvolvimento Sustentável, Complexo Econômico-Industrial da Saúde; e na mediação Samuel Goldenberg, pesquisador emérito da Fiocruz. 

14h-15h30 - Mesa 7: “Inovação e Neoindustrialização: Rumo a uma Economia Verde, Digital e Inclusiva” Debaterá a construção de um novo paradigma de desenvolvimento industrial, verde e digital, alicerçado em ciência, inovação e soberania. Participação: Participação: Meiruze Freitas, diretora da Segunda Diretoria da Anvisa; Luiz Antonio Rodrigues Elias, da SBPC; Idenilza Moreira de Miranda, da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Alexandre Ferraz, professor pós-graduação da Escola DIEESE de Ciências do Trabalho; e na mediação Francilene Procópio Garcia, vice-presidente da SBPC.

15h30 – Mesa 8: Comunicação Pública da Ciência e Cultura Científica - Reflete sobre estratégias para ampliar o acesso ao conhecimento, enfrentar a desinformação e fortalecer a cultura científica no país. Participação: Ildeu Moreira, presidente de honra da SBPC e professor do Instituto de Física e do programa de pós-graduação em história das ciências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Soraya Smaili, professora titular do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Marie Santini, fundadora e diretora do Netlab (Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da UFRJ); e na mediação Claudia Linhares, secretária-geral da SBPC. 

17h – Encerramento e síntese dos debates - O seminário será transmitido ao vivo pelo canal da SBPC no YouTube (www.youtube.com/canalsbpc) e é aberto a todos.

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sexta-feira, 9 de maio de 2025

Alexandre Silveira está na Rússia; na agenda, minerais estratégicos como urânio e lítio

 


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está desde ontem (8/5) na Rússia visando fortalecer as relações bilaterais nas áreas prioritárias para o Brasil, como energia nuclear, para o aproveitamento de minerais estratégicos, como o lítio e o urânio. Silveira reforçou o interesse na parceria com as empresas referências no setor. Ele se reuniu com executivos da Tenex, subsidiária da Rosatom, estatais russas de energia nuclear, que já têm parceria com o Brasil. 


A Rússia enriquece o urânio que o Brasil utiliza como combustível para Angra 1 e angra 2, a partir do yellowcake (urânio na forma de pasta ou pó) produzido na Unidade de Concentração de Urânio (URA), da Industria Nucleares do Brasil (INB), em Caetité, na Bahia. A Rússia também exporta para o Brasil radioisótopos para a produção de radiofármacos (medicamentos para diagnosticar e combater o câncer) no Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN). 


“O Brasil é plural na geração de energia e temos trabalhado na reestruturação de toda a cadeia energética, com foco na estabilidade e sustentabilidade, prioridades do Ministério de Minas e Energia e do governo do presidente Lula. Temos grandes reservas de urânio e potencial para liderar esse setor globalmente. Essa cooperação com a Tenex acelera a produção nacional, fortalece nossa cadeia produtiva e contribui para a descarbonização da economia”, afirmou o ministro. 


Silveira também destacou o potencial do Vale do Jequitinhonha (MG) como polo estratégico do lítio — mineral essencial para a transição energética. “Temos reservas já em desenvolvimento e buscamos relações sólidas e de reciprocidade com parceiros estratégicos como a Tenex”, disse. 


O Brasil possui uma das maiores reservas de urânio do mundo, com estimativas de cerca de 280 mil toneladas do minério, além de figurar entre os seis maiores produtores globais de lítio e deter a oitava maior reserva mundial. O CEO da Tenex, Sergey Polgorodnik, reiterou o interesse em ampliar a cooperação com o Brasil em diversas frentes. 


“Estamos abertos a parcerias estratégicas com o Brasil, incluindo energia nuclear, recursos naturais e lítio, e confiantes na continuidade dos diálogos técnicos entre nossos países”, declarou. Silveira acompanha a comitiva oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também cumprirá agenda na China. Em abril, o ministro esteve no país asiático para preparar a visita presidencial e avançar em articulações voltadas à mobilidade elétrica, produção de baterias e implantação de data centers, áreas-chave para o desenvolvimento tecnológico e energético do Brasil. 


(FOTO- MME REUNIÃO) - INB - URA - IPEN RADIOISÓTOPOS - 

FONTE:REUNIÃO - MME – 

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quinta-feira, 8 de maio de 2025

Presidente da INB tenta emplacar contrato sem licitação na área de minerais estratégicos como terras raras e urânio

 


O presidente da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), do Ministério de Minas e Energia, engenheiro elétrico Adauto Seixas, está tentando validar um contrato sem licitação com a empresa mineira GE21 Consultoria Mineral Ltda, em Belo Horizonte, para a avaliação de ativos minerais estratégicos, como terras raras e urânio, estimado em R$ 1 milhão (base em novembro de 2024) em prazo de 12 meses, podendo ser renovado. Adauto assinou o contrato no dia 25/4 e pressiona quatro diretorias que têm se negado a fazer o mesmo. Documentos obtidos pelo Blog revelam diversas controvérsias nos argumentos para a tão desejada contratação da consultoria de geologia e engenharia na modalidade “time-material” (Homem-Hora). 

Desmentem que a GE21 é a única capaz de desenvolver a atividade, e que seu sócio fundador responsável, “é o único qualificado em território nacional para realização dos serviços que se pretende contratar”. Diversas outras empresas qualificadas são mencionadas nos documentos. Consta que “há indícios de relação pessoal” entre o sócio da GE21, com dirigentes da INB. O sócio proprietário da GE21 é Porfirio Cabaleiro Rodriguez, antigo conhecido de Adauto, pois ambos trabalharam na unidade da INB, no município de Caldas (MG), herança maldita da ditadura, que acumula graves problemas de contaminação radiativa há décadas. O outro sócio da GE21 é também mineiro Bernardo Horta de Cerqueira Viana.

O contrato número 1/25/005, determina que “todo o pessoal envolvido com a prestação de serviços deverá ter relação de trabalho com a contratada, não havendo qualquer vínculo empregatício com a INB, mas o próprio sócio da GE21 é um antigo conhecido desde a época da Nuclebras, criada na década de 70 por conta do acordo nuclear-Brasil Alemanha. Documentos mencionam que as condições do contrato sem licitação, podem demonstrar que esteja havendo “favorecimento pessoal’. O contrato deixa bem claro que na área da comunicação nada pode ser divulgado sem antes passar pela INB. O contrato determina algumas vezes a importância de a contratada manter sigilo sobre informações por 10 anos. 

CONTROVÉRSIAS – DANÇA POLÍTICA DE CARGOS - 

A dispensa de licitação a GE21 é “um tema delicado”, que tem originado “grandes controvérsias”, de acordo com o parecer jurídico nº 007/2025, de 13/01/2025. Já a análise técnica aponta “conflito de atribuições” entre setores com funções similares.  Por exemplo: a Diretoria de Recursos Minerais (DRM), sempre foi responsável pelas atividades de prospecção, pesquisa e lavra de urânio. Mas a análise da contratação direta da GE21 por “inexigibilidade de licitação” partiu de outros comandos da INB: a Gerência de Minerais Uriníferos (GEMER) e Superintendência de Novos Negócios (SUNOV) da INB, criadas no ano passado, o que pode caracterizar “desvio de finalidade”. 

Desde então, a configuração ficou assim: a Gerência de Minerais Uriníferos (GEMUR), sob o comando do geólogo Felipe Mattos Tavares, segundo fontes do setor nuclear, foi convidado pelo empresário David Antônio Patrocínio Moreira, que trabalhou em Furnas, onde responde a processo por improbidade - noticia amplamente divulgada em sites da Justiça  de Furnas-, e na INB comandava a SUNOV/GEMUR. Nesta segunda-feira (12/5) Felipe disse ao Blog que recebeu a proposta de trabalho pelo seguinte motivo: "sou um dos poucos geólogos no país com conhecimentos específicos sobre a geologia do urânio". Disse também: "Minha relação com o Sr. David Moreira sempre se deu num contexto corporativo, na qual o mesmo foi meu chefe imediato, guiada por princípios constitucionais que regem o funcionalismo público e que sempre balizaram minha carreira". Reclamou pelo fato de não ter sido consultado. Mas o Blog reitera que tentou contato com a INB algumas vezes, sem retorno.   

Na dança política dos cargos, as mesmas fontes asseguram que Davi foi demitido em setembro de 2024, por determinação do alto escalão do Ministério, que não estaria nada satisfeito com a atuação do empresário. Foi substituído por Sanzio Pereira Soares, que acumulou as suas funções como gerente interno, na Gerência de Controle e Fiscalização do Licenciamento, Qualidade e Sustentabilidade (GEFIS), da estatal. A demissão e substituição foram publicadas no Diário Oficial, 

A análise técnica aponta que a situação pode configurar “infração” aos princípios da eficiência e segregação de funções, “informe diretrizes de governança pública previstas no Decreto Federal nº 10.889/2021 – Plano de Integridade – e nas normas da GGU, “com impactos na responsabilização administrativa de agentes públicos gestores”.  Em relação a parte que garante a notória especialização das GE21, o documento menciona a aplicação da Lei 14.133/2021, que regula a matéria de forma mais abrangente, e “exige análise mais rigorosa”. E mais: “Tais serviços, embora especializados, não possuem natureza singular suficiente que impeça a concorrência”. O fato de a empresa ter experiência na área, “não há comprovação objetiva da inviabilidade de competição”, atesta o parecer. Também observa que a estimativa e justificativa de preços é “genérica”, e que não há clareza nos custos de deslocamentos, por exemplo. 

No documento Termo de Referência - item descrição detalhada do objeto do serviço e quantidade - ficou estabelecido que a contratada fará a avaliação dos ativos gerados e oferecidos ao cliente. A contratada não fará contato direto com nenhum proprietário de ativos minerais. Pra começar, os primeiros cinco ativos a serem avaliados são os seguintes projetos: Figueira (PR); Amorinópolis (GO), Rio Preto (GO), Espinharas (PR), Rio cristalino (PA) e o conjunto de pilhas de rejeitos acumulados na unidade de Caldas (MG), mais precisamente no Bota Fora 4 e Bota Fora 8. 

MINERAL ESTRATÉGICO  

Em Figueira, PR, o recurso mineral mais relevante é o carvão mineral. A Carbonífera do Cambuí, localizada no município, é a única mina de carvão do Paraná e extrai carvão de alta qualidade para a Usina Termelétrica de Figueira. A exploração do carvão mineral tem sido um ponto crucial na história e economia da região desde 1925. 

Em Amorinópolis, Goiás, o potencial de recursos minerais inclui a produção de minério de cobre, níquel e calcário, que são substâncias relevantes exploradas no estado. A região também possui potencial para a exploração de outros minerais estratégicos, como estanho, lítio, Elementos Terras Raras (ETRs) e grafita, principalmente no nordeste goiano. 

A área da Bacia do Rio Preto em Goiás e Minas Gerais apresenta recursos minerais, como minério de ferro, bauxita, ouro, lítio, manganês, chumbo, zinco e urânio. Há também potencial para encontrar elementos como estanho, lítio, Elementos Terras Raras (ETRs) e minerais como grafita. 

Em Espinharas, Paraíba, destaca-se a mineração de urânio, sendo o depósito de São José de Espinharas um exemplo conhecido por sua jazida de urânio. O estado também apresenta ocorrências de outros minerais, como calcário, ouro, tungstênio, ferro, nióbio, estanho e cobre. 

A região de Rio Cristalino, no estado do Pará, apresenta recursos minerais, incluindo urânio e fosfato. Há também projetos de extração de cobre, com destaque para o Projeto Cristalino da Vale em Curionópolis. A INB tem projetos de extração de urânio e fosfato na região, com foco em tornar o Brasil um exportador de urânio. 

O "Bota Fora 4" (BF4) refere-se a uma pilha de estéril da mina da Cava (Osamu Utsumi). Esta pilha é um local de armazenamento de resíduos minerais resultantes da extração e beneficiamento de urânio. Bota Fora 8 (BF-8), Plataforma de Britagem /Estocagem de Minério e outras obras civis, na Unidade de Tratamento de Minérios – UTM, em Caldas, MG. 

GE21: CASO A PARTE - 

Enquanto tenta viabilizar o contrato sem licitação para a avaliação dos ativos minerais estratégicos, no dia 27 de março deste ano, o presidente da INB autorizou a realização de processo licitatório visando a contratação de empresa especializada para a execução de obra de adequação para regressão do nível de emergência da Barragem D4 da unidade em Caldas pelo valor estimado de R$ 3.718.750,72. 

Fontes comentaram que no caso especifico da barragem de rejeitos D4, com problemas estruturais antigos, fica difícil não passar pelo crivo das fiscalizações e do “olho clínico” dos empregados. 

UM POUCO SOBRE O PRESIDENTE 

Adauto Seixas é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Veiga de Almeida e pós-graduado em Gestão de Negócios em Energia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - URFJ. Atuou como desenhista elétrico na Prefeitura Municipal de Duque de Caxias, no Projeto de Assistência Técnica / Grupo Executivo de Eletrificação Rural - PAT/GEER-RJ. 

Funcionário da INB desde 1981, passou décadas trabalhando na unidade da estatal em Caldas (MG), onde o Brasil enfrenta um dos maiores problemas ambientais relacionados à contaminação por urânio, no solo, em barragens, no meio ambiente em geral, a partir da abertura da Mina da Cava, no período da ditadura, com atividades encerradas nos anos 90.  

Ligado ao senador Rodrigo Pacheco, Adauto Seixas foi nomeado presidente da INB, em setembro de 2023, substituindo o militar da reserva da Marinha, Carlos Freire Moreira, que teve uma funcionária, sua madrinha de casamento, envolvida em denúncias de racismo e homofobia, contra um funcionário aprovado em concurso, caso denunciado pelo BLOG. 

Agora, Adauto está envolvido em denúncias divulgadas recentemente pelo grupo Folha de S. Paulo. O presidente da INB aderiu ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) da estatal federal no fim do ano passado e, ao mesmo tempo, manteve-se no cargo de comando da empresa, o que é vedado pelo regimento da própria estatal, entre outras atitudes nada meritórias, que estão sendo investigadas por órgãos do governo. 

Diante de tantas denúncias, a permanência ou não de Adauto já está na bolsa de apostas do setor nuclear. O BLOG tentou contato com a INB, sem conseguir durante todo o dia. 


Em 2023, quando o BLOG visitou a unidade da INB em Caldas, a convite da Associação Poços Sustentável (APS), em vez de reflorestamento na área devastada, registou toras de árvores cortadas ao longo das margens de bacias contaminadas por material radioativo. 

LEIA NO BLOG: 

27/09/2022 - Denúncia de assédio sexual, depois de racismo e transfobia, nas Indústrias Nucleares do Brasil; 28;09/2022 - ; 14/12/2022 - As falácias da MP que autoriza o setor privado a explorar minérios nucleares, por Célio Bermann; 02;12/2022 - Presidente da INB admite que acusada de racismo e transfobia é sua amiga e madrinha de casamento

FOTOS: INB E BLOG – 

FONTES CONSULTADAS: SITES DA INB – JUSTIÇA – FURNAS – CONTRIBUA COM O BLOG – SETE ANOS DE JORNALISMO INDEPENDENTE – CONTRIBUA VIA PIX: 21 99601-5849 – Contato: malheiros.tania@gmail.com

 

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Angra 1: Sindicato denuncia opressão aos empregados; auditores de saúde e segurança do trabalho fiscalizam a usina

 


O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica nos Municípios de Parati e Angra dos Reis (STIEPAR) informou nesta segunda-feira (5/5) que a partir de amanhã terá início a fiscalização dos auditores de Saúde e segurança do Trabalho, com foco especial na parada Angra 1. A entidade denuncia atos de opressão aos trabalhadores, que não devem se "acovardar e relatar tudo aos fiscais". 

Angra 1 foi desligada no inicio de abril, quando os funcionários já estavam em greve, parada programada para a troca de combustível (urânio enriquecido) e outras dezenas de atividades. 

Cerca de 1.300 técnicos, entre eles, 283 estrangeiros, foram contratados para atuar em Angra 1, que deverá permanecer cerca de três meses desligada. “Se algum trabalhador for abordado pelos auditores, não hesite em relatar a verdade: a saúde dos trabalhadores está sendo sangrada pela gestão da empresa. Estamos enfrentando um clima organizacional insustentável. Sua denúncia é fundamental”, alertou o STIEPAR. 

Em nota divulgada à tarde, a direção do Sindicato, informou que está atuando em todos os casos. “Não se calem. Não se acovardem diante dos opressores. Vamos expor as covardias que muitos têm sofrido em silêncio”. 

Segundo denúncias ao BLOG, está havendo assédio, trabalho em excedo, afetando a saúde mental dos empregados.  Em greve desde 8/4, os trabalhadores voltaram ao trabalho na emana passada, depois de acordo exitoso com a direção da Eletronuclear. 

(FOTO: ANGRA 1 – ELETRONUCLEAR) – 

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