quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Eletrobras: lucro líquido trimestral chega a R$ 7,195 bilhões, com aumento de 387,3% no ante igual período do ano anterior. Resultado acumulado do ano tem alta de 165%

 


A Eletrobras registrou aumento expressivo no lucro líquido e no indicador financeiro Ebitda regulatório no terceiro trimestre de 2024, segundo o balanço financeiro do período divulgado ontem (6/11) pela empresa. O lucro líquido societário chegou a R$ 7,195 bilhões no terceiro trimestre, com aumento de 387% ante igual período do ano passado. 

O Ebitda regulatório atingiu R$ 6,775 bilhões no terceiro trimestre, com alta de 9% em relação a igual período de 2023. Nos primeiros nove meses do ano, o indicador soma R$ 18,28 bilhões, com crescimento de 9,1% em relação ao acumulado nos três trimestres do ano passado. 

Os resultados que estamos apresentando hoje refletem um trabalho consistente de ajustes e ganhos de produtividade na companhia, sempre priorizando a segurança operacional, das pessoas e do meio ambiente. Estes números reforçam a liderança da Eletrobras no setor elétrico no Brasil e na América Latina”, disse o presidente da empresa, Ivan Monteiro. 

A Eletrobras alcançou uma sólida posição financeira no terceiro trimestre que permite acelerar os investimentos em geração e transmissão, confirmando o potencial de crescimento da empresa, sempre de forma sustentável, nos próximos anos”, completou o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da companhia, Eduardo Haiama. 

Os investimentos nos nove meses de 2024 totalizaram R$ 4,934 bilhões, um crescimento de 12,5% em relação aos nove meses de 2023. Destaque para os investimentos de implantação e ampliação dos ativos de geração que totalizaram R$ 1,544 bilhão e os investimentos de reforço e melhoria dos ativos de transmissão, de R$ 2,039 bilhões no acumulado de nove meses. 

GERAÇÃO - 

Dois projetos encontram-se no estágio de obras que, quando concluídas, vão adicionar cerca de 330 MW à capacidade instalada da empresa ainda em 2024: o Parque Eólico Coxilha Negra, com 302 MW e localizado no Rio Grande do Sul, e a usina eólica de Casa Nova B, com 27 MW, localizado na Bahia. Em Coxilha Negra, que iniciou a operação teste em fevereiro de 2024, foi concluída a montagem de 55 dos 72 aerogeradores no final do terceiro trimestre. No final de setembro deste ano, 23 aerogeradores do Coxilha Negra 2 estavam operando comercialmente e outros 13 operando em teste. O avanço físico do empreendimento é de 93,8%. 

TRANSMISSÃO - 

No segmento de transmissão, a empresa está implementando 245 empreendimentos de grande porte, referentes a reforços, melhorias e empreendimentos de leilão, com Receita Anual Permitida (RAP) adicional associada de R$ 1,8 bilhão entre 2024 e 2029. A Eletrobras encerrou o terceiro trimestre do ano com 74 mil km de linhas, sendo 67,1 mil km próprias e 6,8 mil km em parcerias, e 404 subestações, considerando 295 próprias e 109 de terceiros. O investimento estimado em transmissão é de R$ 13,2 bilhões entre 2024 e 2029, com RAP adicional associada de R$ 1,8 bilhões.

”Temos avançado na gestão financeira, com foco na redução dos custos, alongamento dos prazos e diversificação dos instrumentos de captação. Em 2024, captamos R$ 22,1 bilhões, destaque para a primeira emissão de bond pós-privatização de US$ 750 milhões com vencimento em 10 anos e a aprovação do primeiro financiamento com apoio de uma agência internacional de crédito à exportação. No 3T24, a Eletrobras tinha uma posição de caixa suficiente para amortizar 5 anos de suas dívidas. 

(FONTE: ELETROBRAS – FOTO Revista Amanhã – Coxilha Negra) - 

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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Em 2025, quatro áreas serão liberadas para licitação da exploração de urânio no Brasil, anuncia o presidente da INB

 


Quatro áreas serão disponibilizadas para a licitação da exploração de urânio ao longo de 2025. A informação foi dada ontem (04/11) pelo presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Adauto Seixas, durante evento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), liderada pelos Estados Unidos, que reuniu representantes de 12 países, no Rio. Adauto mencionou o Pró-Urânio, Programa de Parcerias em Prospecção e Lavra de Urânio e materiais associados, com o qual a INB pretende selecionar parceiros para a retomada da pesquisa mineral em projetos exploratórios da empresa. A INB está sediando o evento, para uma semana de debates técnicos sobre a pesquisa mineral de urânio e a garantia de sua oferta futura para o Brasil e o mundo. 

Adauto tem grande experiência nas questões envolvendo urânio. Ele tomou posse na presidência da INB em setembro de 2023, depois de passar cerca de 30 anos atuando na unidade da empresa, em Caldas (MG), onde até hoje há um passivo ambiental sem precedentes na história do País. Segundo a INB, o objetivo do evento é “revisar as metodologias em uso pelos países membros da AIEA para reportar recursos de urânio, especialmente os recursos potenciais que ainda não foram descobertos, e avaliar as ferramentas disponíveis para sua avaliação e quantificação, de forma a produzir inventários mais precisos sobre a disponibilidade futura do minério”. 

“Nosso país tem um vasto potencial para a prospecção de urânio, com uma grande quantidade de recursos minerais ainda não descobertos. Então, para nós, o tema a ser discutido neste evento é de extrema relevância. Com o aumento esperado de demanda nos próximos anos, o mundo vai precisar de novos fornecedores. E a INB, como detentora da prerrogativa de realizar a pesquisa e lavra de urânio no país, tem e terá um papel central na prospecção de novas jazidas de urânio aqui no Brasil”, afirmou Adauto. 

O representante da Agência Internacional de Energia Atômica, Mark Mihalasky, disse que a intenção de promover um encontro técnico sobre o tema é antiga. “É um encontro muito importante, porque agora estamos começando a ver um renascimento nuclear”, afirmou. Mihalasky apresentou dados do setor, como as usinas nucleares em funcionamento e em construção no mundo, demonstrando a tendência de aumento da demanda por urânio e a importância de pesquisar e avaliar esses recursos minerais. 

Representando o Ministério de Minas e Energia, Vitor Saback, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, falou sobre a relevância das discussões realizadas no evento para o futuro da energia nuclear: “A avaliação e quantificação de recursos minerais de urânio é de extrema importância para o nosso país e uma prioridade para o Ministério de Minas e Energia”. Saback destacou ainda que o crescimento da energia nuclear no Brasil está diretamente vinculado aos compromissos internacionais do Brasil de descarbonização e à transição para uma economia de baixo carbono. 

“Entendemos que a correta avaliação de nossas reservas é essencial para planejarmos o futuro de nossa matriz energética e garantirmos a segurança energética do país”, complementou. Vitor Saback vem do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, onde ocupou o cargo de assessor especial de Paulo Guedes, cuidou do relacionamento do Ministério da Economia com o Congresso Nacional. Em 2020, tornou-se diretor da Agência Nacional de Águas, tendo sido fundamental para a privatização do saneamento básico, por meio da aprovação do Marco Regulatório do setor. 

Saback também é ligado aos senadores Davi Alcolumbre e Rogério Marinho, já defendeu publicamente o livre mercado e acumula condecorações de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e das Forças Armadas, conforme consta em sua biografia pública. A cerimônia de abertura contou ainda com a presença de representantes da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB), entre outras empresas e instituições ligadas ao setor. O evento segue até o dia 8 de novembro. Na data, será realizada uma visita à Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende/RJ. 

(FONTE E FOTO: INB) 

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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Angra 2: 1.241 profissionais, sendo 115 estrangeiros contratados, além de 500 servidores da Eletronuclear no roteiro para o reabastecimento de seu reator

 


A Eletronuclear contratou 1.241 profissionais, incluindo 115 estrangeiros - além de 500 trabalhadores da companhia - para as atividades envolvendo a troca de combustível (urânio enriquecido) da usina Angra 2. A unidade receberá a 20ª recarga produzida pela empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB), passando antes também por processo na Urenco (consórcio de empresas da Inglaterra, Holanda e Alemanha). As atividades começaram no dia 24/10 para o desligamento da usina programado para a sexta-feira (08/11). Entre os primeiros trabalhos estão a manutenção do transformador auxiliar e a revisão da bomba de injeção de segurança. 


Segundo a Eletronuclear, cerca de 4.500 atividades foram planejadas e estão sendo executadas. Algumas das equipes já estão em operação, enquanto outras finalizam etapas de exames médicos e treinamentos, por exemplo. A física do reator, Mônica Geórgia Lúcia Oliveira, responsável pela equipe de recebimento dos elementos combustíveis, comentou: "Recebemos o combustível e realizamos diversas análises para assegurar que ele está em condições adequadas para o uso futuro no reator, sem contaminantes ou falhas estruturais".

DESAFIOS CONSTANTES - 

Em março deste ano, visando evitar riscos elétricos para os trabalhadores, após identificação de pontos quentes em conexões do transformador do gerador elétrico principal de Angra 2, a usina nuclear foi desligada. O problema foi verificado durante uma inspeção termográfica de rotina, na área externa da unidade atômica. Os trabalhos precisaram que o transformador fosse desenergizado, evitando riscos elétricos para os trabalhadores. 

Em novembro de 2022, Angra 2 foi desligada: Um desarme automático do conjunto turbogerador, na parte não nuclear de Angra 2, devido ao “acionamento da proteção de falha para terra do rotor do gerador principal”, desconectou a usina nuclear do Sistema Interligado Nacional (SIN). A unidade operava a 100% de potência quando ocorreu o problema. A informação foi confirmada pela Eletronuclear nesta quinta-feira (10/11). Segundo a companha, todos os sistemas de segurança atuaram adequadamente, tendo o reator de Angra 2 permanecido em funcionamento com 23% de potência, conforme previsto em projeto. “O episódio não representou qualquer risco aos trabalhadores da central nuclear, à população ou ao meio ambiente”, informou a Eletronuclear.

ANO 2020 – OXIDAÇÃO -

Em julho, conforme o BLOG divulgou, problemas ocorreram durante o reabastecimento de combustível (urânio enriquecido), em Angra 2, que havia sido desligada no dia 22/6. Segundo a estatal, na inspeção foi detectada, “nos elementos combustíveis carregados no último ciclo, uma oxidação inesperada no revestimento dos tubos que contém as pastilhas de urânio enriquecido”. 

UM POUCO DA HISTÓRIA - 

A segunda usina nuclear do governo brasileira começou a operar comercialmente em 2001. Com potência de 1.350 megawatts, o equivalente a 20% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. A usina conta com um reator de água pressurizada (PWR) de tecnologia alemã da Siemwns/KWU (hoje Areva NP), fruto de acordo nuclear entre Brasil e Alemanha, assinado em 1975. Angra 2 começou a ser construída em 1981, mas teve o ritmo das obras desacelerado a partir de 1983, parando de vez em 1986. A unidade foi retomada no final de 1994 e concluída em 2000. O custo da produção da usina não costuma ser revelado, nem as despesas com as paradas por problemas técnicos, muito menos, com a troca de combustível. Há cerca de cinco anos, o combustível custava R$ 286 milhões.

(FOTOS: ELETRONUCLEAR) – 

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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

INB divulga vídeo com "fakenews" sobre unidade que operou com material radioativo, comandada agora por coreanos

 


A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) está divulgando um vídeo repleto de fakenews sobre a Unidade de Materiais Pesados, em Buena, no município de São Francisco de Itabapoana (RJ), comandada desde julho pela coreana ADL.  Segundo a INB, durante 70 anos a unidade produziu “riqueza para o Brasil” e agora, dirigida pela empresa coreana, Buena é agora o “oásis da prosperidade”. No vídeo, o narrador não identificado informa que pelo negócio, vão entrar no caixa da INB cerca de R$ 1,1 milhão, porque a direção da companhia tem visão estratégica. "O medo virou esperança", comenta a narradora.


Quando a INB divulga que Buena produziu riqueza para o Brasil, comete um estrondoso fakenews: para o país ou para um grupo que se enriqueceu e sumiu do mapa com os cofres cheios? A INB não divulga, mas durante décadas, do litoral de Buena, do Espirito Santo e Bahia, um grupo de civis e militares, apoiado pelo governo, subtraiu toneladas de areias monazíticas ricas em terras raras, urânio e tório, entre outros minerais. Eles estavam de olho nas cifras milionárias que os minérios podiam render, principalmente quando exportados para os Estados Unidos. Assim fundaram a Orquima, em São Paulo, sucedida pela Usina de Santo Amaro (USAM), da Nuclemon, e INB desde 1988. Lá, trabalharam os operários que morreram e ficaram doentes contaminados por radiação. 

Os sobreviventes ainda lutam na Justiça por indenização, através da Associação Nacional de Trabalhadores da Produção Nuclear (ANTPEN), criada em 2006 para defendê-los. Eles também lutam na Justiça para a manutenção de um plano de saúde para o tratamento contra o câncer, doenças pulmonares e respiratórias, constantemente cortado. Quando a INB assume que está em Buena desde 1949, a empresa assume a responsabilidade pelo passivo ambiental a Orquima.

OÁSIS DE PROSPERIDADE - 


Em maio de 2023, BLOG denunciou a condições precárias da unidade de Buena: casos de funcionários doentes com AVC, depressão e falecimentos, ameaça de falta de água, agravada por cerca de três quilômetros de tubulação perdidos, a falta de informações sobre o destino de equipamentos fora de uso. Eram alguns dos problemas envolvendo a desativação da unidade que estava prestes a ser descomissionada. A INB não retornou os contatos sobre a matéria publicada no dia 15/5/2023. A Prefeitura, fez o mesmo, mas postou em sua página, no dia 19/5, a informação sobre a tubulação, que “não poderá ser aproveitada, sendo necessária a troca dos equipamentos”. 

Depois de a notícia sobre a falta de água aqui divulgada, a Prefeitura informou que estava atuando junto a Águas do Rio para “resguardar os direitos da população e impedir a interrupção dos serviços’, que segundo o próprio órgão, há 35 anos de responsabilidade da INB. 

CAMPO DE FUTEBOL - 

Em julho deste ano, o BLOG noticiou o contrato entre a INB e a empresa coreana ADL, que se diz produzir minerais no Brasil, do Grupo ADL, adquirindo os direitos de gestão da Unidade de Buena. Diversas informações foram divulgadas na época pelo português TOP NEWS, no portal Cascais, com participação de correspondente coreano.

Nesta segunda-feira (04/11/2024) a ADL informou que a planta de Buena "nada tem tem a ver com materiais radioativos"; e que que "trabalha com materiais pesados onde são separados quatro minerais em um processo totalmente ecológico, sem qualquer deterioração ou qualquer problema ambiental".

Seis meses após a matéria sobre o conyrato, a INB divulga o vídeo, um verdadeiro espanto por conta da quantidade e imagens sem as informações necessárias. Dois prováveis funcionários da INB destacam-se no vídeo sem serem identificados. Justificam a importância das atividades da coreana em Buena, com a contratação de 80 trabalhadores da região, provavelmente operários que vão operar os minérios dentro e fora da unidade.  

No vídeo, não há informações sobre quais são os materiais que estão sendo manuseados, a quantidade, para onde irão, questões sobre a segurança dos trabalhadores, fiscalização da Comissão Nacional de Energia Nuclear e do Ibama, entre outros passam sem qualquer menção. Mas enaltecem o fato de a coreana ter instalado laboratório e internet de ponta no local, além de câmeras de segurança. No vídeo, a INB enfatiza que a coreana bancou um campo de futebol para a alegria dos operários moradores. 

 LEIA NO BLOG: 15/05/2023 – 

Unidade que processava material radioativo será fechada; haverá demissão e corte de água, em Buena (RJ); 22/05/2023 – Unidade que operou com material radioativo vira sucata: há casos de operários doentes e ameaça de falta de água na região. 

(FOTOS: UNIDADE EM BUENA - As duas primeiras fotos foram cedidas por fontes no ano passado; a terceira, é reprodução do vídeo)

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