quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Ex-ministro de Lula, Silas Rondeau, assume a ENBPar, no comando da Eletronuclear e INB; expectativa de dança das cadeiras no setor nuclear

 


O ministro de Minas e Energia do governo Lula (2005/2007), Silas Rondeau é agora o presidente da ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Ele foi eleito quarta-feira (21/8) pelo conselho de administração da empresa, criada pela lei nº 14.182, de 2021, e constituída em 2022, com o objetivo de manter sob o controle da União a operação de usinas nucleares e outras funções atribuídas à Eletrobras antes de sua privatização. Passará pelas mãos de Rondeau as decisões sobre o término das obras de Angra 3, a extensão da vida útil de Angra 1 por mais 20 anos, a intenção de abrir as jazidas de urânio para a iniciativa privada, mas também as dívidas da Eletronuclear com a INB, de cerca de R$ 500 milhões, pelo menos.  



Além da Eletronuclear, responsável pela operação das usinas de geração de energia termonuclear Angra 1 e Angra 2 e pela conclusão das obras da usina Angra 3, a ENBPar tem sob seu controle a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que atua no “ciclo do combustível nuclear”, que inclui a mineração, o beneficiamento, o enriquecimento do urânio e a fabricação do combustível que abastece as usinas da Eletronuclear. A ENBPar divide o controle de Itaipu Binacional com a autarquia paraguaia ANDE (Administração Nacional De Eletricidade). 

O poder da ENBPar é incomensurável e partir de agora está nas mãos do engenheiro eletricista, 71 anos, Rondeau; ministro entre 2005 e 2007, antes de presidir a Eletrobras, Eletronorte e distribuidoras de energia elétrica da região Norte. Foi também membro dos conselhos de administração da Petrobras, de Furnas e de Itaipu, que ao lado da Eletronuclear e da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), integram a holding ENBPar. 

Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco, Rondeau tem 44 anos de trajetória no setor elétrico. E também foi alvo da "operação Lava jato". Rondeau substitui Luis Fernando Paroli, que passou pouco tempo à frente da empresa: desde julho de 2023. Antes, Paroli foi presidente da Light e diretor de Furnas e da CEMIG. 

Ainda sob responsabilidade agora de Silas Rondeau estão a gestão de políticas públicas como o Programa Luz para Todos, de universalização da oferta de energia elétrica, os contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) e as ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). A empresa também é responsável pela gestão de bens da União anteriormente sob administração da Eletrobras (BUSA) e por contratos do Fundo Reserva Global de Reversão (RGR), assinados antes de 17 de novembro de 2016 (reversão, encampação, expansão e melhoria dos serviços públicos de energia elétrica). 

A ENBPar tem como principais fontes de receita as geradoras de energia Itaipu e Eletronuclear, sem depender de recursos do Tesouro Nacional. A empresa investe em energia limpa, sem emissão de carbono, e promove projetos de desenvolvimento econômico-social combinados com responsabilidade ambiental. 

(FOTO: ENBPar) – 

COLABORE COM O BLOG – SEIS ANOS DE JORNALISMO INDEPENDENTE – CONTRIBUA VIA PIX: 21 996015849 – CONTATO – malheiros.tania@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Em destaque

Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear - Editora Lacre

O livro “Bomba atômica! Pra quê? Brasil e Energia Nuclear”, da jornalista Tania Malheiros, em lançamento pela Editora Lacre, avança e apr...