A matriz energética brasileira é formada basicamente por fontes de energia com pouco investimento nas regiões onde estão localizadas. Geram poucos empregos e dão modestas contribuições a melhoria da qualidade de vida das comunidades vizinhas às suas instalações. Além disso, espalham, em algumas dessas regiões, o medo e a desesperança. Isso explica, em parte, a rejeição da sociedade brasileira por algumas dessas fontes, como as de natureza nuclear.
Os ambientalistas adicionam à falta de responsabilidade social dessas empresas, os impactos ambientais por elas causados: a emissão de gases poluentes, queimadas e desmatamento, inundações de ecossistemas e os riscos provocados pela mineração de minerais radioativos.
Por outro lado, os ambientalistas festejam o crescimento no Nordeste brasileiro de uma fonte de energia elétrica transformadora, pelos efeitos multiplicadores que provoca nas regiões onde se instala: a eólica. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEólica), "a energia eólica já cresceu muito, e tende a crescer ainda mais nos próximos 10 anos, prolongando os benefícios e semeando os bons resultados".
Gigantescas pás tomam conta da paisagem nordestina, movidas pela energia disponível no ar. Seu potencial se expande e faz melhorar a economia da região e a qualidade de vida das pessoas. Por conviver harmonicamente com a natureza, a energia eólica se constitui em um bom exemplo de investimento sustentável, bem-sucedido e com repercussão multiplicadora na área social.
O seu futuro aponta para novos polos de dinamismo e rotas de desenvolvimento, que já apresentam resultados animadores para o Nordeste brasileiro: dos R$ 165 milhões pagos em arrendamento de terras para a instalação de usinas eólicas no País, em 2018, 80% foram para o Nordeste. Uma capacidade instalada na região chega a 15 gigawatts, do total de 17 gigawatts em todo o território nacional.
Não por acaso, a energia eólica é também chamada de energia social. Ela investe no futuro das regiões onde se instala, ao dotar essas comunidades vizinhas de recursos financeiros que bancam reformas em escolas e melhoram a infraestrutura educativa. Resultado: o ambiente social como um todo se revigora, atraindo os alunos para as salas de aula e proporcionando um apoio importante para o convívio familiar. O efeito social faz prosperar a economia e traz oportunidades para todos, resultado da produtividade dessa energia limpa.
É cada vez mais fácil constatar a redução das desigualdades nas regiões onde floresce a energia do vento. Mais educação, mais renda e menos desigualdade - ganhos locais verificados graças ao uso desse imenso potencial energético, que ainda não mereceu o justo e atento olhar do setor energético brasileiro.
Que os bons ventos de energia e esperança continuem revertendo uma situação de privações históricas, em um futuro promissor de qualidade de vida, sem agredir o meio ambiente. (Mário Moura -Jornalista).
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