Problemas
técnicos desligaram a usina nuclear Angra 1, duas vezes, em menos de 30 dias. O
vapor saído da usina, há três dias, lembrava uma “panela de pressão”. A usina
já voltou a operar, mas em ambas as paradas, preocupou a equipe técnica que
trabalha para prorrogar a vida útil da central atômica por mais 20 anos. A parada
mais recente ocorreu às 11h57 de segunda-feira (3/8), com a unidade reconectada
à 01h59 do dia seguinte. Foi preciso desligar a usina para reparar uma bomba do
sistema de água que alimenta o gerador de vapor. Este, por sua vez, alimenta o turbogerador
com vapor, informou a Eletronuclear, gestora das usinas. O trabalho, segundo a empresa,
não pode ser feito com a usina em operação. “Quem passou pela rodovia
Rio-Santos, pode ver uma cena diferente. Angra 1 estava liberando vapor através
do seu sistema de alívio”. A cena lembrava o funcionamento de “uma panela de
pressão”, comentou o superintendente de Angra 1, Abelardo Vieira. Ele garantiu
que não há nada incomum nisso. “Trata-se do vapor de uma água puríssima que é
utilizada para mover o gerador elétrico”, afirmou. Às 12h44 do dia 10 de julho, a
usina desligou automaticamente. “O desarme foi motivado pela falha em uma bomba
de água do circuito secundário (não nuclear) da usina, o que fez com que os
sistemas de segurança atuassem preventivamente desligando a unidade”, informou
a estatal. No dia seguinte (11/7) Angra 1 foi reconectada ao Sistema
Interligado Nacional (SIN).
Nos dois casos, não houve contaminação, nem vazamento de radiação. Os problemas foram em áreas não nucleares, segundo os técnicos.VIDA ÚTIL - Comprada da norte americana
Westinghouse em 1970, com capacidade para produzir 656 MW, Angra 1 foi
inaugurada em 1981, ou seja, nove anos após o início de sua construção.
Diversos entraves fizeram com que a usina só entrasse em operação comercial em
1985. Dados oficiais do governo, estimam que Angra 1 tenha custado US$ 2
bilhões. Isso, sem levar em conta os gastos com a manutenção e os reparos de
equipamentos. Há cerca de duas décadas, a
projeção era de que a unidade funcionaria até 2018. Prorrogar a vida de Angra 1 é uma das prioridades da
Eletronuclear, já que a licença de operação da usina termina em 2024. A Westinghouse participa do trabalho de avaliação.
Nos últimos seis anos foram investidos US$ 27 milhões na modernização do empreendimento, segundo a Eletronuclear. A empresa admitiu que precisará buscar recursos adicionais para viabilizar o projeto.
FOTO: Angra 1 - Acervo Eletronuclear -
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