quarta-feira, 9 de abril de 2025

Juíza Valeska Facure se afasta do caso sobre demitidos da Eletronuclear, por motivo de "foro intimo". Reintegração foi suspensa

 


A juíza titular da 8ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, Valeska Facure Pereira, se afastou do caso sobre funcionários demitidos da Eletronuclear e suspendeu a decisão tomada ontem (8/4), para que a companhia reintegrasse imediatamente todos os trabalhadores dispensados, e que suspendesse o plano de demissão, por exemplo. “Reconsidero” a decisão e “declaro a minha suspeição por motivo de foto íntimo”, declarou a magistrada, que determinou a "redistribuição" do feito".      

A juíza havia determinado também a companhia apresentasse “um plano de contingencia dos impactos à segurança da operação das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, com a redução destes quadros”. A ação foi movida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro (SINTERGIA/RJ, Sindicato dos Trabalhadores na Industria de Energia Elétrica nos Municípios de Parati e Angra dos Reis. 


A Eletronuclear está enfrentando desde a manhã de ontem (8/4) a maior greve de funcionários de toda a sua história, desde a fundação da empresa em 1997. Segundo dirigentes sindicais, cerca de 500 trabalhadores estão em frente à Central Nuclear de Angra dos Reis, em protesto, por tempo indeterminado, por pelo menos 90 demissões e falta de acordo sobre dissidio, perda de direitos e diversas medidas de austeridade da empresa. 

LIMINAR VISA SUSPENDER BLOQUEIOS - 

A Eletronuclear divulgou nota informando que a juíza do Trabalho de Angra do Reis, Simone Benfica Borges, por meio de liminar expedida ontem, determinou que o STIEPAR (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Energia Nuclear) “se abstenha de bloquear os acessos à Central Nuclear. Segundo os sindicalistas, está sendo feito um sistema de rodizio para manter em segurança os serviços essenciais nas usinas nucleares. Sindicalistas informaram que fizeram acordo com a empresa e a segurança está plenamente mantida. Nesta quinta-feira (10/4), haverá audiência do dissídio de greve no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).  

Em assembleia, os funcionários da sede, no Centro do Rio, decidiram paralisação de 24h, nesta quinta-feira (10/4). A Eletronuclear é gestora das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção desde 1984 - que tem futuro incerto-, a Eletronuclear responde pela geração de aproximadamente 3% da energia consumida no Brasil. 

CENTENAS DE CONTRATADOS PARA TROCAR O URÂNIO DE ANGRA 1 - 

Como já estava programado, a Eletronuclear iniciou o desligamento de Angra 1 no sábado (5/4) para a troca de combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades. Para isto, cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, foram contratados por empresas nacionais e internacionais e, em conjunto aos técnicos da Eletronuclear, participam dos trabalhos. Enquanto isso, a direção da companhia tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade. 

Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Já Angra 2 opera normalmente, com capacidade para gerar o dobro de energia. 

(FOTO- SINDICATOS) – 

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Um comentário:

  1. Tania Malheiros sempre atenta aos acontecimentos nessa campo tão complexo da energia. É um prazer ler suas matérias, pois são claras, com escrita objetiva, possível de ser compreendida por um variado público leitor.

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