A juíza titular da 8ª Vara
do Trabalho do Rio de Janeiro, Valeska Facure Pereira, se afastou do caso sobre funcionários demitidos da Eletronuclear e suspendeu a decisão tomada ontem (8/4), para que a companhia reintegrasse
imediatamente todos os trabalhadores dispensados, e que suspendesse o plano de
demissão, por exemplo. “Reconsidero” a decisão e “declaro a minha suspeição por
motivo de foto íntimo”, declarou a magistrada, que determinou a "redistribuição" do feito".
A juíza havia determinado também a companhia apresentasse “um plano de
contingencia dos impactos à segurança da operação das usinas nucleares Angra 1
e Angra 2, com a redução destes quadros”. A ação foi movida pelo Sindicato dos
Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro (SINTERGIA/RJ, Sindicato
dos Trabalhadores na Industria de Energia Elétrica nos Municípios de Parati e
Angra dos Reis.
A Eletronuclear está enfrentando desde a manhã de ontem (8/4) a
maior greve de funcionários de toda a sua história, desde a fundação da empresa
em 1997. Segundo dirigentes sindicais, cerca de 500 trabalhadores estão em
frente à Central Nuclear de Angra dos Reis, em protesto, por tempo
indeterminado, por pelo menos 90 demissões e falta de acordo sobre dissidio,
perda de direitos e diversas medidas de austeridade da empresa.
LIMINAR VISA
SUSPENDER BLOQUEIOS -
A Eletronuclear divulgou nota informando que a juíza do Trabalho
de Angra do Reis, Simone Benfica Borges, por meio de liminar expedida ontem,
determinou que o STIEPAR (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Energia
Nuclear) “se abstenha de bloquear os acessos à Central Nuclear. Segundo os
sindicalistas, está sendo feito um sistema de rodizio para manter em segurança
os serviços essenciais nas usinas nucleares. Sindicalistas informaram que fizeram acordo com a empresa e a segurança está plenamente mantida. Nesta quinta-feira (10/4), haverá audiência do dissídio de greve no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Em assembleia,
os funcionários da sede, no Centro do Rio, decidiram paralisação de 24h, nesta
quinta-feira (10/4). A Eletronuclear é gestora das usinas nucleares Angra 1 e
Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção desde 1984 - que tem futuro
incerto-, a Eletronuclear responde pela geração de aproximadamente 3% da
energia consumida no Brasil.
CENTENAS DE
CONTRATADOS PARA TROCAR O URÂNIO DE ANGRA 1 -
Como já estava programado, a
Eletronuclear iniciou o desligamento de Angra 1 no sábado (5/4) para a troca de
combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades. Para isto,
cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, foram contratados
por empresas nacionais e internacionais e, em conjunto aos técnicos da
Eletronuclear, participam dos trabalhos. Enquanto isso, a direção da companhia
tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade.
Desta vez, a usina
ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de
gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na
cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os
desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para
durar mais 20 anos. Já Angra 2 opera normalmente, com capacidade para gerar o
dobro de energia.
(FOTO- SINDICATOS) –
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Tania Malheiros sempre atenta aos acontecimentos nessa campo tão complexo da energia. É um prazer ler suas matérias, pois são claras, com escrita objetiva, possível de ser compreendida por um variado público leitor.
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