terça-feira, 8 de abril de 2025

Justiça determina que Eletronuclear reintegre demitidos de imediato e apresente plano de impactos à segurança das usinas nucleares

 


A juíza titular da 8ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, Valeska Facure Pereira, determinou na tarde desta terça-feira (8/4), que a Eletronuclear reintegre imediatamente todos os trabalhadores dispensados, mantendo os cargos e funções que ocupavam antes das demissões, inclusive com o pagamento de todos os salários vencidos e vincendos, desde a data do afastamento, acrescidos de todos os reajustes legais, convencionais ou espontâneos havidos no período, sob pena de multa diária. A magistrada determinou que a empresa suspenda o plano de demissão e que resguarde a liberdade de negociação coletiva em relação ao dissidio coletivo em andamento. E mais: que a companhia apresente “um plano de contingencia dos impactos à segurança da operação das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, com a redução destes quadros”. 


A ação foi movida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro (SINTERGIA/RJ, Sindicato dos Trabalhadores na Industria de Energia Elétrica nos Municípios de Parati e Angra dos Reis. A Eletronuclear está enfrentando desde a manhã de hoje (8/4) a maior greve de funcionários de toda a sua história, desde a fundação da empresa em 1997. Segundo dirigentes sindicais, cerca de 500 trabalhadores estão em frente à Central Nuclear de Angra dos Reis, em protesto, por tempo indeterminado, por pelo menos 90 demissões e falta de acordo sobre dissidio, perda de direitos e diversas medidas de austeridade da empresa. 


“Estamos confiantes na Justiça”, comentaram sindicalistas quando receberam a notícia sobre a suspensão das demissões, entre as outras. Os empregados estavam realizando um sistema de rodizio para manter em segurança os serviços essenciais nas usinas nucleares. 

Ontem (7/4), em assembleia, os funcionários da sede, no Centro do Rio, decidiram paralisação de 24h, na quinta-feira (10/4). 

A Eletronuclear é gestora das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção desde 1984 - que tem futuro incerto-, a Eletronuclear responde pela geração de aproximadamente 3% da energia consumida no Brasil. 

ANGRA 1 EM PROCESSO DE PARADA- 

Como já estava programado, a Eletronuclear iniciou o desligamento de Angra 1 no sábado (5/4) para a troca de combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades. Para isto, cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, foram contratados por empresas nacionais e internacionais e, em conjunto aos técnicos da Eletronuclear, participam dos trabalhos. Enquanto isso, a direção da companhia tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade. 

Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Já Angra 2 opera normalmente, com capacidade para gerar o dobro de energia. 

(FOTO- ELETRONUCLEAR - SINDICATOS) – 

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