A Eletronuclear enfrenta a maior greve de funcionários de toda a sua história, ampliada nesta sexta-feira (11/4), quando os funcionários da sede decidiram paralisar também por tempo indeterminado, acompanhando o movimento de Angra dos Reis, iniciado no dia 8/4. Desde a sua fundação, em 1997, a companhia nunca passou por uma situação tão grave no que se refere ao descontentamento dos trabalhadores.
Hoje, a Eletronuclear não divulgou nenhuma informação sobre a greve. Segundo dirigentes sindicais, pelo menos 300 trabalhadores estão em frente à Central Nuclear de Angra dos Reis, em protesto, contra 90 demissões e falta de acordo sobre dissidio, perda de direitos e diversas medidas de austeridade da empresa.
Os empregados fizeram um sistema de rodizio para manter em segurança os serviços essenciais nas usinas nucleares. O Tribunal Regional do Trabalho não julgou a greve ilegal, como a companha esperava. O impasse só aumenta.
Esta semana, a juíza Simone Benfica, da Justiça do Trabalho de Angra dos Reis, por meio de liminar, determinou que o STIEPAR (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Energia Nuclear) se abstenha de bloquear os acessos à Central Nuclear. Mas segundo os sindicatos, não há bloqueio, seguindo acordo com a empresa.
Gestora das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção desde 1984 - que tem futuro incerto-, a Eletronuclear responde pela geração de aproximadamente 3% da energia consumida no Brasil. Como já estava programado, a Eletronuclear iniciou o desligamento de Angra 1 no sábado (5/4) para a troca de combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades.
Para isto, cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, foram contratados por empresas nacionais e internacionais e, em conjunto aos técnicos da Eletronuclear, participam dos trabalhos. Enquanto isso, a direção da companhia tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade. Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Já Angra 2 opera normalmente, com capacidade para gerar o dobro de energia.
(FOTO- SINDICATOS) –
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