Quatro áreas serão disponibilizadas para a licitação da exploração de urânio ao longo de 2025. A informação foi dada ontem (04/11) pelo presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Adauto Seixas, durante evento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), liderada pelos Estados Unidos, que reuniu representantes de 12 países, no Rio. Adauto mencionou o Pró-Urânio, Programa de Parcerias em Prospecção e Lavra de Urânio e materiais associados, com o qual a INB pretende selecionar parceiros para a retomada da pesquisa mineral em projetos exploratórios da empresa. A INB está sediando o evento, para uma semana de debates técnicos sobre a pesquisa mineral de urânio e a garantia de sua oferta futura para o Brasil e o mundo.
Adauto tem grande experiência nas questões envolvendo urânio. Ele tomou posse na presidência da INB em setembro de 2023, depois de passar cerca de 30 anos atuando na unidade da empresa, em Caldas (MG), onde até hoje há um passivo ambiental sem precedentes na história do País. Segundo a INB, o objetivo do evento é “revisar as metodologias em uso pelos países membros da AIEA para reportar recursos de urânio, especialmente os recursos potenciais que ainda não foram descobertos, e avaliar as ferramentas disponíveis para sua avaliação e quantificação, de forma a produzir inventários mais precisos sobre a disponibilidade futura do minério”.
“Nosso país tem um vasto potencial para a prospecção de urânio, com uma grande quantidade de recursos minerais ainda não descobertos. Então, para nós, o tema a ser discutido neste evento é de extrema relevância. Com o aumento esperado de demanda nos próximos anos, o mundo vai precisar de novos fornecedores. E a INB, como detentora da prerrogativa de realizar a pesquisa e lavra de urânio no país, tem e terá um papel central na prospecção de novas jazidas de urânio aqui no Brasil”, afirmou Adauto.
O representante da Agência Internacional de Energia Atômica, Mark Mihalasky, disse que a intenção de promover um encontro técnico sobre o tema é antiga. “É um encontro muito importante, porque agora estamos começando a ver um renascimento nuclear”, afirmou. Mihalasky apresentou dados do setor, como as usinas nucleares em funcionamento e em construção no mundo, demonstrando a tendência de aumento da demanda por urânio e a importância de pesquisar e avaliar esses recursos minerais.
Representando o Ministério de Minas e Energia, Vitor Saback, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, falou sobre a relevância das discussões realizadas no evento para o futuro da energia nuclear: “A avaliação e quantificação de recursos minerais de urânio é de extrema importância para o nosso país e uma prioridade para o Ministério de Minas e Energia”. Saback destacou ainda que o crescimento da energia nuclear no Brasil está diretamente vinculado aos compromissos internacionais do Brasil de descarbonização e à transição para uma economia de baixo carbono.
“Entendemos que a correta avaliação de nossas reservas é essencial para planejarmos o futuro de nossa matriz energética e garantirmos a segurança energética do país”, complementou. Vitor Saback vem do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, onde ocupou o cargo de assessor especial de Paulo Guedes, cuidou do relacionamento do Ministério da Economia com o Congresso Nacional. Em 2020, tornou-se diretor da Agência Nacional de Águas, tendo sido fundamental para a privatização do saneamento básico, por meio da aprovação do Marco Regulatório do setor.
Saback também é ligado aos senadores Davi Alcolumbre e Rogério Marinho, já defendeu publicamente o livre mercado e acumula condecorações de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e das Forças Armadas, conforme consta em sua biografia pública. A cerimônia de abertura contou ainda com a presença de representantes da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB), entre outras empresas e instituições ligadas ao setor. O evento segue até o dia 8 de novembro. Na data, será realizada uma visita à Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende/RJ.
(FONTE E FOTO: INB)
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