segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Angra 2: 1.241 profissionais, sendo 115 estrangeiros contratados, além de 500 servidores da Eletronuclear no roteiro para o reabastecimento de seu reator

 


A Eletronuclear contratou 1.241 profissionais, incluindo 115 estrangeiros - além de 500 trabalhadores da companhia - para as atividades envolvendo a troca de combustível (urânio enriquecido) da usina Angra 2. A unidade receberá a 20ª recarga produzida pela empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB), passando antes também por processo na Urenco (consórcio de empresas da Inglaterra, Holanda e Alemanha). As atividades começaram no dia 24/10 para o desligamento da usina programado para a sexta-feira (08/11). Entre os primeiros trabalhos estão a manutenção do transformador auxiliar e a revisão da bomba de injeção de segurança. 


Segundo a Eletronuclear, cerca de 4.500 atividades foram planejadas e estão sendo executadas. Algumas das equipes já estão em operação, enquanto outras finalizam etapas de exames médicos e treinamentos, por exemplo. A física do reator, Mônica Geórgia Lúcia Oliveira, responsável pela equipe de recebimento dos elementos combustíveis, comentou: "Recebemos o combustível e realizamos diversas análises para assegurar que ele está em condições adequadas para o uso futuro no reator, sem contaminantes ou falhas estruturais".

DESAFIOS CONSTANTES - 

Em março deste ano, visando evitar riscos elétricos para os trabalhadores, após identificação de pontos quentes em conexões do transformador do gerador elétrico principal de Angra 2, a usina nuclear foi desligada. O problema foi verificado durante uma inspeção termográfica de rotina, na área externa da unidade atômica. Os trabalhos precisaram que o transformador fosse desenergizado, evitando riscos elétricos para os trabalhadores. 

Em novembro de 2022, Angra 2 foi desligada: Um desarme automático do conjunto turbogerador, na parte não nuclear de Angra 2, devido ao “acionamento da proteção de falha para terra do rotor do gerador principal”, desconectou a usina nuclear do Sistema Interligado Nacional (SIN). A unidade operava a 100% de potência quando ocorreu o problema. A informação foi confirmada pela Eletronuclear nesta quinta-feira (10/11). Segundo a companha, todos os sistemas de segurança atuaram adequadamente, tendo o reator de Angra 2 permanecido em funcionamento com 23% de potência, conforme previsto em projeto. “O episódio não representou qualquer risco aos trabalhadores da central nuclear, à população ou ao meio ambiente”, informou a Eletronuclear.

ANO 2020 – OXIDAÇÃO -

Em julho, conforme o BLOG divulgou, problemas ocorreram durante o reabastecimento de combustível (urânio enriquecido), em Angra 2, que havia sido desligada no dia 22/6. Segundo a estatal, na inspeção foi detectada, “nos elementos combustíveis carregados no último ciclo, uma oxidação inesperada no revestimento dos tubos que contém as pastilhas de urânio enriquecido”. 

UM POUCO DA HISTÓRIA - 

A segunda usina nuclear do governo brasileira começou a operar comercialmente em 2001. Com potência de 1.350 megawatts, o equivalente a 20% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. A usina conta com um reator de água pressurizada (PWR) de tecnologia alemã da Siemwns/KWU (hoje Areva NP), fruto de acordo nuclear entre Brasil e Alemanha, assinado em 1975. Angra 2 começou a ser construída em 1981, mas teve o ritmo das obras desacelerado a partir de 1983, parando de vez em 1986. A unidade foi retomada no final de 1994 e concluída em 2000. O custo da produção da usina não costuma ser revelado, nem as despesas com as paradas por problemas técnicos, muito menos, com a troca de combustível. Há cerca de cinco anos, o combustível custava R$ 286 milhões.

(FOTOS: ELETRONUCLEAR) – 

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