A usina nuclear Angra 1 voltou a operar, nesta sexta-feira (15/12), após parada programada iniciada no dia 28 de outubro, para a troca de combustível (urânio enriquecido) e realização de cerca de cinco mil tarefas. Cerca de 1.300 profissionais nacionais e internacionais foram contratados. Comprada na década de 1970 da empresa norte americana Westinghouse, Angra 1 foi inaugurada na década seguinte. Nos últimos quatro anos a usina vem sendo preparada para durar por mais duas décadas.
Segundo a Eletronuclear, durante esta parada foram realizadas inspeções, manutenções e instalações de modificações de projeto como a substituição de barras de controle do reator, manutenção dos transformadores principais e auxiliares, revisão das turbinas de vapor e inspeção volumétrica na tampa do vaso de pressão do reator.
Em novembro, enquanto estava desligada, Angra 1 entrou em estado de Evento Não Usual, o primeiro da escala de emergência da Central Nuclear. Às 8h50, de 22/11, os operadores da sala de controle perceberam uma falha na alimentação de um barramento elétrico de 4.16 Kv, que alimenta equipamentos auxiliares da usina.
Na época, a Eletronuclear informou que, de imediato, foram tomadas providências para recuperar a condição operacional do barramento, o que ocorreu às 11h52. “A usina se encontra em situação segura e os trabalhos da parada de reabastecimento prosseguem normalmente. O incidente não representou nenhum risco radiológico para os trabalhadores e o meio ambiente’, informa a nota da companhia.
VAGA- LUME -
Angra 1 foi um dos empreendimentos mais criticados do governo militar. Depois de uma série de adiamentos, a usina foi inaugurada em 1981, ou seja, nove anos após o início de sua construção. Outros entraves fizerem com que a usina só entrasse em operação comercial em 1985. Dados oficiais do governo naquela época estimavam que Angra 1 tenha custado US$ 2 bilhões. Isso, sem levar em conta os gastos com a manutenção e os reparos de equipamentos.
Ao longo dos anos a central atômica já foi desligada umas 40 vezes por problemas técnicos, defeitos em equipamentos e ações judiciais. Por causa desse acede e apaga, a usina ganhou o apelido de “vaga-lume”. A Eletronuclear garante que a instalação é uma das mais seguras do mundo e destaca a sua performance: em 2016, produziu 5,1 milhões de MWh, “a melhor geração da sua história”. Depois, gerou 4,2 milhões de MWh, “uma de suas melhores marcas, a despeito de ter ficado parada por quase 60 dias, entre agosto e outubro de 2017, por conta da troca dos seus transformadores principais, durante a parada para reabastecimento”.
FOTO: Eletronuclear -
Leia no Blog: Em 18/04/2018, “Angra 1 deve ter mais 20 anos de vida útil”; em 08/08/2019, “Angra 1: mais 20 ano de vida útil”; em 06/08/ 2020, “Angra 1: problemas técnicos desligam a usina duas vezes em menos de 30 dias”, entre outras.
COLABORE COM O BLOG – CINCO ANOS DE JORNALISMO INDEPENDENTE – CONTRIBUA VIA
PIX: 21 99601-5849 – CONTATO: malheiros.tania@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário