terça-feira, 29 de novembro de 2022

Angra 3 tá On! Reinício da concretagem marca a retomada das obras

 


“Angra 3 tá on, lançamento do primeiro concreto”. Assim, com apelo popular, que nada tem a ver com a linguagem dos "anos de chumbo", quando o projeto começou, a Eletronuclear está lançando um vídeo para mostrar a retomada das obras da usina. O reinício do processo de concretagem de Angra 3, sexta-feira, marcou a retomada das obras civis paralisadas desde 2015. Segundo a Eletronuclear, gestora do empreendimento, a preparação para o procedimento de concretagem das obras começou em fevereiro deste ano com a assinatura de contrato com o consórcio Agis, composto pelas empresas Ferreira Guedes, Matricial e ADtranz. De lá para cá, o consórcio atuou na preparação do canteiro de obras para a retomada do empreendimento, o que incluiu a montagem de uma central de concreto no local. 

O novo presidente da empresa, Eduardo Grivot de Grand Court, participou do evento. Segundo os assessores, a qualidade do concreto, tanto dos elementos agregados em si, tais como areia, pedra, água, cimento, por exemplo, quanto de sua proporção na mistura final, o chamado traço, são objeto de rigorosa avaliação técnica por parte da companhia e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que é quem autoriza o reinício do procedimento de concretagem. Desde setembro, quando foi inaugurada a central de concreto até o dia de realização da concretagem, testes de campo e em laboratório foram realizados para garantir a qualidade do material empregado na construção. 

O lançamento do concreto faz parte do “Plano de Aceleração do Caminho Crítico de Angra 3”, cujo objetivo principal é concluir as obras civis dos principais prédios da usina, o que inclui o edifício do reator e outras instalações ligadas à segurança nuclear. Nesta etapa, há outros eventos importantes como o fechamento da esfera de aço que fica dentro do edifício do reator, e a instalação de equipamentos importantes como a piscina de combustíveis usados, a ponte polar e o guindaste do semipórtico. 

Angra 3 faz parte do pacote do acordo nuclear Brasil-Alemanha assinado em 1975, pelo general Ernesto Geisel, então presidente da República, que previa a construção de oito centrais atômicas. As obras começaram em 1984, mas foram paralisadas diversas vezes por problemas variados. O então presidente da República Michel Temes chegou a ser preso por acusações de corrupção, na usina, tendo sido depois absolvido e liberado depois. Conforme dados oficiais, Angra 3 já consumiu cerca de R$ 7 bilhões e depende de outros R$18 bilhões para ser concluída. 

A previsão atual é de que a inauguração será em 2028. Terá capacidade para gerar 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia capaz de atender o consumo residencial da região Norte ou quase todo o Centro-Oeste do Brasil. Mas a energia fará parte do Sistema Integrado Nacional (SIN). 

FOTO: Eletronuclear. 

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