A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo afirmou há pouco ao blog que “repudia a tentativa unilateral de intervenção do governo federal”, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), burlando as regras administrativas do instituto. À revelia da Secretaria, o Ministro Marcos Pontes exonerou, em pleno carnaval, o superintendente do IPEN, Wilson Calvo, “sem consulta aos órgãos constituintes do Conselho - formado por diversas entidades nacionais – o que resulta em desrespeito ao convênio firmado para gestão de recursos”.
Segundo a Secretaria, a iniciativa “reforça ainda a tendência do governo federal em manter o enfraquecimento da ciência, com cortes recorrentes nos recursos e decisões arbitrárias”. Em contraponto, acrescenta, o Governo de São Paulo “destinou o maior orçamento da história do Estado no setor, aumentando em 40% nesta gestão os recursos para Ciência e Tecnologia".
A exoneração de Wilson Calvo tem provocado indignação na área nuclear. A presidente da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN), Silvia Maria Velasques de Oliveira, se manifestou em nota nesta segunda-feira 28/2). Segundo ela, a principal razão da exoneração é que Wilson Calvo estaria sendo “pressionado por defender a radiofarmácia pública hoje instalada no IPEN".
"Ele se posicionou contrariamente à PEC 517/2010 da forma que ela está proposta, referente à quebra do monopólio da União no que diz respeito à produção de radioisótopos e radiofármacos de meia-vida longa, alertando para a necessidade de se manter a radiofarmácia pública para garantir atendimento a pacientes do sistema público", continuou.
"A SBBN lamenta mais este episódio contrário ao interesse público e conclama o MCTI pela revogação da exoneração e que haja diálogo com todos os envolvidos na gestão da área estratégica da produção de radiofármacos", afirmou Silvia Maria. Os radioisótopos são insumos utilizados pelo IPEN para a produção de radiofarmacos – medicamentos com radiação para diagnosticar e combater o câncer. Wilson Calvo seria uma “pedra no sapato” daqueles que buscam acabar com a produção no IPEN para a inciativa privada, principalmente.
O IPEN, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), é um dos mais importantes institutos da América Latina, com 60 anos de existência, que poderá ser reduzido significativamente com a paralisação das pesquisas, segundo fontes da própria CNEN. Leia matérias sobre o assunto no BLOG.
FOTO: Portal do IPEN-CNEN.
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É uma arbitrariedade atrás da outra desse (des)governo. Continue nos informando, Tania, a respeito desse tema, que não importa aos demais meios de comunicação. Transmitir informação correta faz parte do processo educativo. Parabéns.
ResponderExcluirPrezada Erika! Muito obrigada por participar. Seu comentário é muito importante. Participe sempre. É uma honra ter a sua opinião.
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