Os
negócios da Rússia com o Brasil envolveram o fornecimento de 800 toneladas de urânio
natural utilizadas no processo de fabricação de combustível para alimentar as
usinas nucleares. O material já foi todo entregue à estatal Indústrias Nucleares do
Brasil (INB).
O negócio foi afirmado entre a Corporação Estatal Rosatom, uma
das maiores da Rússia e a INB, do Ministério das Minas e Energia. A dependência brasileira faz com que a INB importe a matéria-prima para fabricar o combustível para Angra 1 e Angra 2,
segundo fonte do setor.
Embora o Brasil detenha a sétima maior reserva mundial de
urânio, ainda não dispõe de urânio natural para a produção nacional. Também não
dispõe de toda a capacidade necessária para o enriquecimento, daí uma parte ser
contratada na Urenco – consórcio de empresas na Inglaterra, Holanda e Alemanha.
O urânio natural passa por uma série de processos no que se denomina ciclo do combustível
- como o enriquecimento - até servir para alimentar os reatores das usinas
nucleares Angra 1 e Angra 2, administradas pela Eletronuclear.
ANGRA 3 -
As
relações da Rosatom e a Eletronuclear, aliás, vinham se fortalecendo com a
assinatura em setembro de memorando abrangendo várias áreas: projetos de construção de usinas nucleares de
grande escala e pequenos reatores modulares de concepção terrestre e até flutuante
e ciclo do combustível, por exemplo.
Nos bastidores, comenta-se que a Guerra
poderá afetar também a construção de Angra 3, pois a Rússia tinha interesse em
investir no empreendimento. A terceira usina depende de cerca de R$ 15 bilhões
para ser concluída e entrar em operação em 2026. A Rosatom, através do
presidente da corporação na América Latina, Ivan Dybov, manifestou o interesse em
Angra 3. Mas segundo fontes, a Guerra deve mudar muitos planos.
FOTO: Central Nuclear de Angra -
Leia a
entrevista com o representante da Rosatom, publicada no blog em 6 de janeiro
deste ano.
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Pela matéria muito bem apresentada, podemos ver como uma guerra do outro lado do mundo, motivada pela ganância humana, pode prejudicar um país que nada tem a ver com o conflito.
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