A parceria entre o Brasil e
a Rússia envolve uma das mais importantes áreas da saúde: a Medicina Nuclear. A
Rússia é hoje um dos mais fortes fornecedores de radioisótopos (matéria prima)
para a produção de radiofármacos (medicamentos com radiação para diagnosticar e
combater o câncer) à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), através do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Com a guerra Rússia e Ucrânia, não há ainda informações
se o fornecimento russo será afetado, fazendo com que o Brasil incremente a
importação de radioisótopos à África do Sul e Holanda, outros parceiros relevantes.
A produção do radiofármaco é de responsabilidade do Instituto de Pesquisas Energéticas
e Nucleares (IPEN) da CNEN.
“O fornecimento de produtos isotópicos para as
necessidades da medicina nuclear brasileira, continua a ser a principal área de
cooperação entre nossos países no setor nuclear”, afirmou Ivan Dybov, presidente
da Rosatom, (uma das maiores empresas russas do setor) na América Latina. Em entrevista exclusiva ao blog, publicada em
6 de janeiro deste ano, ele anunciou que o fornecimento de radioisótopos como
lutécio e actínio também estava nos planos da empresa.
INDEPENDÊNCIA –
O Brasil teria completa independência da Rússia e
de outros fornecedores, se colocasse em prática o programa de construção do
Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que tornaria o país autossuficiente na
produção de radioisótopos. Sem verbas, o projeto para salvar vidas tem servido
apenas de promessa do governo. Para se ter ideia, cerca de dois milhões de
procedimentos são feitos por ano em clínicas particulares e conveniadas ao Sistema
Único de Saúde (SUS), em pacientes com câncer, que necessitam dos medicamentos.
Enquanto isso, cresce o lobby para a privatização da produção, que cairia nas
mãos da iniciativa privada nacional e internacional, elevando os preços do
tratamento. Em dezembro avançou a discussão sobre a Proposta de Emenda
Constitucional (PEC- 517), na Câmara dos Deputados, que propõe a flexibilização
do monopólio da União na fabricação de radiofármacos. A PEC é do senador Álvaro
Dias (Podemos-PR).
FOTO: Portal IPEN/CNEN -
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Preocupante, e lamentável a falta de investimentos para que o Brasil seja autosuficiente na produção de radioisótopos. Pobre paciente que precisa dependem desses medicamentos.
ResponderExcluirPrezada leitora, muito obrigada pela participação. A sua opinião é muito importante para o nosso trabalho.
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