quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Angra 2: falha no turbogerador desliga a usina

 


O turbogerador da usina nuclear Angra 2, no município de Angra dos Reis (RJ) apresentou uma falha no sistema de controle das válvulas de admissão de vapor e precisou ser desligado manualmente para a substituição de alguns componentes. O fato ocorreu às 2h04 desta quarta-feira (16/2), na parte não nuclear de Angra 2, que foi desconectada do Sistema Interligado Nacional (SIN).  

Segundo a Eletronuclear, o reator nuclear não precisou ser desligado, sendo mantido com potência reduzida. A previsão de retorno de Angra 2 é até a madrugada de amanhã (17). “O incidente não representou nenhum risco aos trabalhadores da unidade, à população ou ao meio ambiente”, informou a companhia. 

Angra 2 é a primeira de uma série de oito usinas previstas no pacote do Acordo Brasil-Alemanha, assinado pelo general Ernesto Geisel, em 27 de junho de 1975.  Em construção em 1976 para entrar em operação em 1982, depois de uma série de atrasos, começou a operar comercialmente em 2001. Quando opera 100% sincronizada ao SIN, gera cerca de 1.300 MW, o equivalente a 20% da energia consumida na cidade do Rio de Janeiro. 

OXIDAÇÃO SEM EXPLICAÇÃO - 

Em 2020, um problema até hoje não informado, deixou Angra 2 parada por mais de dois meses. “Partículas de aspecto metálico nas bordas do vaso do reator”, como também em “bocais inferiores dos elementos combustíveis, que estavam sendo içados”, foram detectadas e adiaram o retorno ao sistema elétrico da usina nuclear. A usina foi desligada no dia 22 de junho de 2020 para a troca de combustível (urânio enriquecido) produzido pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB).  A previsão era de que voltaria ao sistema em cerca de um mês, mas o problema exigiu uma parada maior, de dois meses.  

Na época, a Eletronuclear confirmou a informação divulgada pelo BLOG. Segundo a companhia, na época, na inspeção foi detectada, “nos elementos combustíveis carregados no último ciclo, uma oxidação inesperada no revestimento dos tubos que contém as pastilhas de urânio enriquecido”. Seriam necessários testes adicionais. Por isso, houve atraso no religamento da unidade, previsto agora para o próximo mês. Os elementos combustíveis são fabricados pela INB, mas uma de suas fases ainda é feita pela Urenco (consórcio de empresas da Inglaterra, Holanda e Alemanha, criado para enriquecer urânio). O que provocou o problema e suas responsabilidades não foram revelados. 

FOTO: Turbogerador - Angra 2 – Eletronuclear. 

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