O Ministério de Minas e Energia (MME) retoma a pesquisa para definir os possíveis locais onde serão instaladas as plantas nucleares previstas no Plano Nacional de Energia (PNE-2050). O Ministério espera concluir os estudos nos próximos 24 meses, quando então o governo definirá os possíveis locais. Essas informações foram divulgadas pelo blog, no dia 8 de julho do ano passado, com base no XII Seminário Internacional de Energia Nuclear (XII SIEN), realizado na época. Hoje, quinta-feira (13/01/2022), o MME anuncia a celebração de convênio de cooperação com o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) para estudar locais para a implementação de novas usinas nucleares no Brasil. É quase a mesma notícia divulgada duas vezes em pouco tempo.
No início do ano passado foi divulgado que o MME estava prestes a destinar recursos de pesquisa e desenvolvimento para a conclusão dos estudos visando o mapeamento de novos sítios para a implantação de futuras usinas nucleares no Brasil. O prazo para a liberação dos recursos era de 60 dias, mas nada foi informado depois.
Um dos lugares mais apontados como de interesse do governo para a instalação de uma usina nuclear é Itacuruba, em Pernambuco, no Nordeste. “Eles vão receber um sonoro não”, avisou o escritor Ailton Krenak, uma das mais importantes lideranças indígenas, em entrevista ao blog, no dia 19 de agosto do ano passado. Articulação Antinuclear, que reúne dezenas de entidades civis no país, continua promovendo diversas manifestações contra a intenção do governo de construir novas usinas, como as já anunciadas para o Nordeste.
Contudo, como parece, a decisão do governo está em andamento. Especialistas projetam investimentos de cerca de US$ 50 bilhões em um período de 30 anos, o que representa cerca de R$ 300 bilhões em três décadas, o equivalente a R$ 10 bilhões por ano, apenas para as novas plantas nucleares.
Enquanto isso, o governo mantém as obras da usina nuclear Angra 3, com a promessa de que a central atômica será inaugurada em 2026. Angra 3 começou a ser construída em 1984, pelo acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado em 1975. Já consumiu R$ 7 bilhões e precisa de mais R$ 15 bilhões para entrar em operação.
FOTO: Maquete - Usina no Nordeste –
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