A produção de urânio enriquecido sofreu impactos negativos devido a “problemas operacionais inopinados”, seguidos da suspensão temporária das atividades envolvendo material nuclear, “em função do afastamento dos supervisores de radioproteção de suas funções laborais decorrentes da covid-19”. Os problemas ocorreram na Unidade de Enriquecimento de Urânio da Indústria Nucleares do Brasil (INB), no município de Resende, considerado Lar do Parque Nacional do Itatiaia, no Sudoeste do Estado, com cerca de 133.244 habitantes.
As informações estão registradas em relatórios da INB, de 2020, pesquisados pelo blog. Em 2019, a produção foi comprometida, principalmente pela “forte chuva, atípica para a região, que ocorreu em dezembro de 2018, danificando grande quantidade de UC (cascatas de ultracentrífugas, máquinas para enriquecer urânio).
Em 2020, a Usina alcançou uma produção de 5.684 Kg de UF6 enriquecido a 4,25% de Urânio 235. Segundo o documento, “um esperado incremento de produção, proporcionalmente ao avanço da implantação da usina, não tem sido observado”. E mais: “A necessidade de ajustes nas cascatas (compostas por ultracentrífugas), problemas técnicos ou fatores extrínsecos têm impedido o referido incremento, conforme o cenário da produção dos últimos cinco anos”.
A transformação do urânio enriquecido em elemento combustível para as usinas Angra 1 e Angra 2, em funcionamento, passa por outros processos na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), da INB, no mesmo local. Sua implantação foi planejada para alcançar, por etapas, a demanda nacional. Foi projetada por módulos, formando edificações com sistemas de infraestrutura industrial, com cascatas de ultracentrífugas (UC). A tecnologia do processo de enriquecimento por ultracentrifugação foi desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
FOTO: FCN -
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