terça-feira, 19 de outubro de 2021

Medicina Nuclear: demora na liberação de verbas ainda afeta tratamento de pacientes com câncer

 


Exames da Medicina Nuclear, tais como, cintilografias ósseas para osteomielite e pesquisas de metástase ósseas; do miocárdio para estratificação de doenças coronárias e infarto agudo do miocárdio; renais para avaliação de cicatrizes renais e obstrução ao fluxo urinário; no hipertireoidismo; no hiperparatireoidismo; e de perfusão cerebral para demências e epilepsia. São alguns dos exames que permanecerão suspensos nos próximos 15 dias, pela demora na liberação de recursos para a importação de radioisótopos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN).

Embora o Lei nº 14.220 tenha sido sancionada pelo governo na sexta-feira (15/10), liberando R$ 63 milhões para a importação dos insumos, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), a produção do radiofárnaco tecnécio, usado para esses exames, foi bastante afetada. A normalização deverá ocorrer nas próximas semanas, avalia o presidente da SBMN, médico nuclear George Coura.

 Conforme o blog tem informado, a produção dos medicamentos é o carro-chefe do IPEN-CNEN, do Ministério da Ciência, Tecnologias e Inovações. A privatização da produção estaria desagradando servidores comprometidos com o Instituto, um dos maiores da América Latina.Desde 21 de setembro, sem radioisótopos, por falta da liberação de verbas, centenas de pacientes com câncer tiveram o tratamento interrompido, gerando uma grave crise no país.

 Com os insumos importados da África do Sul, Holanda e Rússia, o IPEN produz os medicamentos para o atendimento de pacientes em cerca de 440 clínicas particulares e do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a liberação dos R$ 63 milhões, o problema está momentaneamente resolvido, segundo Couta. “O desafio será acompanhar o valor do orçamento de 2022”.

 Para a direção do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado de São Paulo (SINDSEF-SP), a privatização está por trás de toda a engrenagem que ocasionou o atraso na liberação das verbas. O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) defende a quebra do monopólio estatal da produção de radiofármacos. O parlamentar é autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, que autoriza a iniciativa privada a produzir, sob regime de permissão, todos os radioisótopos de uso médico.

 FOTO: Portal do IPEN-CNEN. Este blog faz JORNALISMO INDEPENDENTE. A sua colaboração é muito importante para a manutenção do trabalho iniciado em 2018. Agradecemos a contribuição. PIX: 21 99601-5849.

2 comentários: