quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Destino de mina de urânio em Poços de Caldas é tema de seminário


Nesta sexta-feira (20/09), será realizado o seminário “Caldas deu Urânio para o Brasil, mas o que restou?”, na cidade de Poços de Caldas (MG), para debater, pela primeira vez, um dos  grandes problemas gerados pela indústria nuclear brasileira. Especialistas e interessados na questão pretendem estabelecer uma agenda para acompanhar e divulgar os processos de descomissionamento da unidade, a cargo da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. 

A mina do Campo do Cercado ou Mina Osamu Utsumi, foi o primeiro complexo minero-industrial brasileiro para a produção de concentrado de urânio. Com slogan “Caldas dá urânio para o Brasil”, a unidade começou a operar em 1982, mas vinha sendo utilizado como depósito muito antes. Suas atividades foram encerradas em 1995, devido à baixa produtividade, alto custo para produção e a descoberta de uma jazida de urânio muito mais rentável no município de Caetité (BA). 

Para se ter ideia do legado de problemas, a unidade em Caldas armazenava, em 2018, cerca de 16 mil toneladas de Torta II, resíduo proveniente do tratamento químico da monazita. O material é resultante de processos industriais realizados desde a década de 40, pela antiga Usina de Santo Amaro (Usam), em São Paulo. Assim, ao cessar as atividades da mina do Campo do Cercado, a empresa deixar para trás um grande passivo ambiental para ser resolvido, como tantos outros, ainda hoje sem solução. 

SEMINÁRIO: Começa às 8h30, na Câmara Municipal, termina por vola das 18h. Realização: Articulação Antinuclear Brasileira (AAB) em parceria com entidades como o Greenpeace, Fundação Heinrich Böll, Sindicato dos Professores do Ensino Ocial do Estado de São Paulo (APEOESP), Sindicato dos Químicos de São Paulo, Associação Nacional dos Trabalhadores da Produção de Energia Nuclear (ANTPEN) e Umverteilen. 

Entre os palestrantes estão o arquiteto, secretário executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB, cofundador do Fórum Social Mundial, Chico Whitaker, a Procuradora da República dra. Gabriela Saraiva Vicente de Azevedo Hossri. o mestre em História e diretor da Associação Hibakusha Brasil Pela Paz, André Lopes Loula; a especialista em saúde do trabalho, Fernanda Giannasi; presidente da ANTPEN, José Venâncio Alves, entre outros. Também foram convidados: autoridades e entidades que representam o interesse das populações da região e aquelas que atuam em defesa das águas.


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