quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Brasil exporta toneladas de monazita para a China


O governo brasileiro acaba de exportar, para a China, 300 toneladas de monazita (minério de tório, terras raras e urânio) extraídas das areias monazíticas, produzidas na Unidade de Minerais Pesados da empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Buena, no município de São Francisco de Itabapoana (RJ). Pelo negócio o Brasil recebe US$ 240 mil. A exportação começou na terça-feira (24/9), quando a monazita seguiu pelo Porto de Santos (SP) em direção a China. A previsão de chegada ao porto de Hong Kong é 24 de outubro.  Buena opera com 51 empregados.

Segundo a INB, ainda este ano outras 300 toneladas deverão seguir para a China. A unidade em Buena atua no processo de separação e na comercialização dos minerais pesados conhecidos como ilmenita, zirconita, rutilo e monazita, extraídos de reservas minerais. "Como as reservas estão esgotadas, a produção da unidade se restringe atualmente à recuperação e comercialização do estoque remanescente do material", informou a INB. 

Desde 2011, mais de 13.400 toneladas do material foram vendidas para a companhia chinesa. “Este não foi o primeiro acordo celebrado entre as duas empresas para a exportação de monazita”, informa a INB. A recente exportação “é fruto de um contrato assinado em agosto com a HMC, quando representantes da empresa chinesa se reuniram com o presidente Carlos Freire Moreira, entre outros dirigentes da empresa. 


sábado, 21 de setembro de 2019

Lixo radioativo enterrado em Poços de Caldas tem que ser eliminado, exigem especialistas


A empresa federal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) tem que apresentar uma solução para a retirada do material radioativo enterrado na mina de Poços de Caldas (MG) durante as últimas décadas. A exigência para a solução do problema foi feita ontem (20/9), durante o seminário “Caldas deu Urânio para o Brasil, mas o que restou?”, na cidade mineira, que debateu um dos  grandes problemas gerados pela indústria nuclear brasileira. Os especialistas e interessados na questão estão formatando uma agenda para acompanhar e divulgar os processos de descomissionamento da unidade, a cargo da INB, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. 

A mina do Campo do Cercado ou Mina Osamu Utsumi, foi o primeiro complexo minero-industrial brasileiro para a produção de concentrado de urânio. Com slogan “Caldas dá urânio para o Brasil”, a unidade começou a operar em 1982, mas vinha sendo utilizado como depósito muito antes. Suas atividades foram encerradas em 1995, devido à baixa produtividade, alto custo para produção e a descoberta de uma jazida de urânio muito mais rentável no município de Caetité (BA). Para se ter ideia do legado de problemas, a unidade em Caldas armazenava, em 2018, cerca de 16 mil toneladas de Torta II, resíduo proveniente do tratamento químico da monazita. O material é resultante de processos industriais realizados desde a década de 40, pela antiga Usina de Santo Amaro (Usam), em São Paulo. 

As atividades da mina do Campo do Cercado cessaram, mas a empresa deixou para trás um grande passivo ambiental para ser resolvido, como tantos outros, ainda hoje sem solução. Vítimas da bomba atômica atirada pelos Estados Unidos contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra, também participaram do evento e condenaram o uso da energia nuclear. Representantes de entidades do Nordeste, protestaram contra a intenção do governo de construir usinas nucleares no Nordeste.  

O seminário foi realizado na Câmara Municipal, com apoio da Articulação Antinuclear Brasileira (AAB) em parceria com entidades como o Greenpeace, Fundação Heinrich Böll, Sindicato dos Professores do Ensino Ocial do Estado de São Paulo (APEOESP), Sindicato dos Químicos de São Paulo, Associação Nacional dos Trabalhadores da Produção de Energia Nuclear (ANTPEN) e Umverteilen. 

Entre os palestrantes estavam o arquiteto, secretário executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB, cofundador do Fórum Social Mundial, Chico Whitaker, a Procuradora da República, Gabriela Saraiva Vicente de Azevedo Hossri, o mestre em História e diretor da Associação Hibakusha Brasil Pela Paz, André Lopes Loula; a especialista em saúde do trabalho, Fernanda Giannasi e o presidente da ANTPEN, José Venâncio, entre outros. Também participaram autoridades e entidades que representam o interesse das populações da região e aquelas que atuam em defesa das águas.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Destino de mina de urânio em Poços de Caldas é tema de seminário


Nesta sexta-feira (20/09), será realizado o seminário “Caldas deu Urânio para o Brasil, mas o que restou?”, na cidade de Poços de Caldas (MG), para debater, pela primeira vez, um dos  grandes problemas gerados pela indústria nuclear brasileira. Especialistas e interessados na questão pretendem estabelecer uma agenda para acompanhar e divulgar os processos de descomissionamento da unidade, a cargo da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. 

A mina do Campo do Cercado ou Mina Osamu Utsumi, foi o primeiro complexo minero-industrial brasileiro para a produção de concentrado de urânio. Com slogan “Caldas dá urânio para o Brasil”, a unidade começou a operar em 1982, mas vinha sendo utilizado como depósito muito antes. Suas atividades foram encerradas em 1995, devido à baixa produtividade, alto custo para produção e a descoberta de uma jazida de urânio muito mais rentável no município de Caetité (BA). 

Para se ter ideia do legado de problemas, a unidade em Caldas armazenava, em 2018, cerca de 16 mil toneladas de Torta II, resíduo proveniente do tratamento químico da monazita. O material é resultante de processos industriais realizados desde a década de 40, pela antiga Usina de Santo Amaro (Usam), em São Paulo. Assim, ao cessar as atividades da mina do Campo do Cercado, a empresa deixar para trás um grande passivo ambiental para ser resolvido, como tantos outros, ainda hoje sem solução. 

SEMINÁRIO: Começa às 8h30, na Câmara Municipal, termina por vola das 18h. Realização: Articulação Antinuclear Brasileira (AAB) em parceria com entidades como o Greenpeace, Fundação Heinrich Böll, Sindicato dos Professores do Ensino Ocial do Estado de São Paulo (APEOESP), Sindicato dos Químicos de São Paulo, Associação Nacional dos Trabalhadores da Produção de Energia Nuclear (ANTPEN) e Umverteilen. 

Entre os palestrantes estão o arquiteto, secretário executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB, cofundador do Fórum Social Mundial, Chico Whitaker, a Procuradora da República dra. Gabriela Saraiva Vicente de Azevedo Hossri. o mestre em História e diretor da Associação Hibakusha Brasil Pela Paz, André Lopes Loula; a especialista em saúde do trabalho, Fernanda Giannasi; presidente da ANTPEN, José Venâncio Alves, entre outros. Também foram convidados: autoridades e entidades que representam o interesse das populações da região e aquelas que atuam em defesa das águas.


quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Monopólio nuclear da União pode ser quebrado.


A iniciativa privada poderá ser autorizada a construir e operar reatores nucleares para geração de energia elétrica, monopólio da União. Mas há um longo caminho pela frente até a decisão final, já que duas propostas – uma a favor, e outra contra – serão analisadas por uma comissão especial. 

Nesta quarta-feira (4/9), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição 122/07, que confere essa autoriza à iniciativa privada. 

Pela proposta, os detentores da concessão poderão adquirir combustível nuclear, exclusivamente para fins de geração de energia elétrica. A PEC, de autoria do ex-deputado Alfredo Kaefer (PR), recebeu parecer favorável do deputado Sergio Toledo (PL-AL). 

Contudo, o parlamentar recomentou também a aprovação da proposta que tramita apensada (PEC 41/11), do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), e que segue outro caminho, ou seja, proíbe a construção e instalação de novas usinas nucleares no País. 

Como a CCJ analisou apenas a adequação das propostas à Constituição. Caberá a uma comissão especial, que ainda será criada, decidir qual das PECs vai adiante, já que a CCJ analisou somente a adequação das propostas à Constituição. 

A gestão das usinas nucleares é de responsabilidade da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, que mantem as usinas Angra 1 e Angra 2, funcionando em Angra dos Reis. O governo deverá fazer parceria internacional para concluir Angra 3, cujas obras foram paralisadas em 2015, por falta de verbas e denúncias de corrução na operação Lava Jato. Angra 3 já consumiu cerca de R$ 7 bilhões e precisa de mais R$ 14 bilhões para entrar em operação em 2026, conforme o governo tem divulgado. O governo também estuda a possibilidade de construir usinas nucleares no Nordeste.