Cerca de 25 toneladas de UF4 (tetrafluoreto de urânio, composto sólido cristalino verde), material altamente radioativo, estão armazenadas há pelo menos 20 anos, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, conforme o Blog revela com exclusividade.
O fato foi confirmado nesta
quinta-feira (28/2) pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), vinculada
ao Ministério de Minas e Energia, que exerce o monopólio da produção e
comercialização de materiais nucleares, além de executar serviços de engenharia
do combustível e a produção de componentes dos elementos combustíveis.
A
empresa admitiu que poderá realizar a contratação de serviço para
reprocessamento do material para recuperação do urânio contido. Em seu estado
tetravalente o produto é muito importante em diferentes processos tecnológicos:
na indústria de refinação de urânio, é conhecido como sal verde.
A INB também confirmou
a informação obtida pelo Blog sobre a realização de edital: “Estuda-se a
elaboração de um edital para a contratação de serviço para reprocessamento do
material”, informou. Mas avisou: “Não seria venda exatamente, mas a contratação
desse serviço de conversão. Depois o material retornaria para uso da INB”.
Um
dos pontos prioritários, a segurança do material, guardado há pelo menos duas
décadas, a INB informa apenas que tudo está sob a guarda do Ipen e da Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Em relação aos profissionais que trabalham
nas ações de segurança no local, respondeu apenas: “A segurança é realizada
pela equipe do IPEN, de acordo com as normas da CNEN”.
Afinal, qual a procedência
do UF4 e por que o produto está estocado há tanto tempo no Ipen? “Trata-se de
estoque de material radioativo da CNEN”, fruto de “ensaios de produção de UF6
(conversão) no IPEN”, informou a INB. UF6 é o urânio em forme de gás. Faz parte
do ciclo do combustível para alimentar usinas nucleares e armas atômicas.
Após a publicação da matéria, a INB solicitou a publicação do seguinte: "O ciclo do combustível no Brasil atende apenas às usinas nucleares para a geração de energia elétrica".
Após a publicação da matéria, a INB solicitou a publicação do seguinte: "O ciclo do combustível no Brasil atende apenas às usinas nucleares para a geração de energia elétrica".
Precisa-se bastante cuidado na armazenagem e manutenção de material altamente perigoso. Em mãos erradas é catástrofe na certa.
ResponderExcluirObrigada por participar de nosso trabalho, com a sua opinião, sempre importante.
ExcluirBravo Tânia! Vale a denúncia para que tomem providências quanto ao destino desse material tão perigoso sob guarda há 20 anos.
ResponderExcluirBom dia, Maria Aparecida, grande jornalista e escritora! A sua opinião é muito importante para o nosso trabalho. Opine sempre. Muito obrigada!
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