A China se prepara para a criação, em 2026, de uma subsidiária no Brasil capaz de duplicar a produção de radiofármacos. insumos essenciais para diagnósticos e tratamentos de câncer e outras doenças. A parceria foi selada pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, e o presidente do Conselho da Corporação de Isótopos e Radiação da China (Circ), Xiao Yafei, na semana passada, em Brasília. evolvendo também a área da pesquisa e tecnologia da saúde.
A subsidiária será instalada no Instituto de pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, que no ano que vem completa 70 anos de fundação. O IPEN produz uma variedade de radiofármacos fundamentais para a medicina nuclear, como o Gerador de Tecnécio-99m (sendo o único produtor no Brasil), Iodo-131 e Lutécio-177. Além desses, o instituto também produz outros como Gálio, Tálio e Samário, e participa da produção de FDG-18F e iodo-123 ultrapuro, fornecendo cerca de 90% dos radiofármacos utilizados no país para diagnóstico e terapia. A parceria com a China poderá duplicar esta produção.
Durante a reunião, a ministra e o presidente da Circ,discutiram também formas para garantir proteção à propriedade intelectual. A proposta é assegurar que os investimentos em pesquisa e inovação resultem em maior autonomia tecnológica e benefícios diretos para a área da saúde, informou o MCTI. A ministra destacou que “o cerne desta parceria é o avanço conjunto em pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos, a realização de ensaios clínicos, a transformação industrial e o escalonamento da produção em território nacional. Nossa meta é garantir a localização da produção para termos maior autonomia e segurança, mantendo o foco em inovação e saúde”.
Ela também ressaltou o progresso alcançado nas tratativas bilaterais. “As conversas regulares entre nossas equipes têm permitido avanços importantes na definição dos aspectos técnicos, comerciais e jurídicos que sustentam a viabilidade do empreendimento que pretendemos avançar conjuntamente”. Xiao Yafei reafirmou o compromisso da corporação chinesa. Segundo ele, “a Circ quer promover essa parceria entre China e Brasil na área de tecnologia nuclear mais aprofundada”.
O representante chinês observou que aspectos tributários de importação de insumos é uma das questões práticas em discussão. Sobre a criação de uma subsidiária no Brasil, anunciou “a formação de uma equipe especializada para viabilizar a operação”, no Ipen.
FONTES DE COBALTO
A parceria inclui ainda a aquisição pelo Ipen de fontes de cobalto da China. Wilson Calvo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) disse que um segundo acordo, firmado recentemente em missão à China, inclui a área de aplicações industriais (armazenamento de rejeitos radioativos e reatores nucleares de pesquisa), conforme recente missão à China.
“Esperamos que o trabalho conjunto se desdobre em outras possibilidades, até mesmo em equipamentos estratégicos hospitalares mais acessíveis; então, vislumbramos não apenas o fortalecimento da medicina nuclear, mas também a possibilidade de outros materiais na área de indústria. A empresa dispõe, por exemplo, de irídio-192 e selênio-75 para radiografia industrial, equipamentos para diagnóstico e terapias. São diversos produtos para o fortalecimento da medicina nuclear, da radioterapia, que vão beneficiar a população brasileira como um todo”, disse.
(FOTO E FONTE – ASCOM MCTI) – E DO BLOG
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