sexta-feira, 11 de abril de 2025

Eletronuclear: na sede, trabalhadores acompanham decisão de Angra dos Reis; greve por tempo indeterminado

 


A Eletronuclear enfrenta a maior greve de funcionários de toda a sua história, ampliada nesta sexta-feira (11/4), quando os funcionários da sede decidiram paralisar também por tempo indeterminado, acompanhando o movimento de Angra dos Reis, iniciado no dia 8/4. Desde a sua fundação, em 1997, a companhia nunca passou por uma situação tão grave no que se refere ao descontentamento dos trabalhadores.  


Hoje, a Eletronuclear não divulgou nenhuma informação sobre a greve. Segundo dirigentes sindicais, pelo menos 300 trabalhadores estão em frente à Central Nuclear de Angra dos Reis, em protesto, contra 90 demissões e falta de acordo sobre dissidio, perda de direitos e diversas medidas de austeridade da empresa. 

Os empregados fizeram um sistema de rodizio para manter em segurança os serviços essenciais nas usinas nucleares. O Tribunal Regional do Trabalho não julgou a greve ilegal, como a companha esperava. O impasse só aumenta. 

Esta semana, a juíza Simone Benfica, da Justiça do Trabalho de Angra dos Reis, por meio de liminar, determinou que o STIEPAR (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Energia Nuclear) se abstenha de bloquear os acessos à Central Nuclear. Mas segundo os sindicatos, não há bloqueio, seguindo acordo com a empresa. 

Gestora das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção desde 1984 - que tem futuro incerto-, a Eletronuclear responde pela geração de aproximadamente 3% da energia consumida no Brasil. Como já estava programado, a Eletronuclear iniciou o desligamento de Angra 1 no sábado (5/4) para a troca de combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades. 

Para isto, cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, foram contratados por empresas nacionais e internacionais e, em conjunto aos técnicos da Eletronuclear, participam dos trabalhos. Enquanto isso, a direção da companhia tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade. Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Já Angra 2 opera normalmente, com capacidade para gerar o dobro de energia. 

(FOTO- SINDICATOS) – 

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Medicina Nuclear: vítima de ataque cibernético, IPEN/CNEN normaliza produção de iodo-131, medicamento para combater o câncer

 


O Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), normalizou a produção do radiofármaco Iodo-131 (medicamento para diagnóstico e tratamento do câncer), vítima de um ataque cibernético no dia 28/3. Em relação ao iodo-131, já está garantido o envio de 201 pedidos para serviços de saúde em todas as regiões do Brasil, segundo a Comissão. 

A previsão é de que a produção do Gerador de tecnécio-99m seja normalizada em seguida. A expectativa é de que a produção dos demais radiofármacos seja também normalizada nos próximos dias, informou a CNEN. São eles: Lutécio-177; Tálio-201; Guan-IPEN-131 (MIBG); Citrato de gálio-67. 

O ataque cibernétido paralisou a produção desses radiofármacos. Segundo a CNEN, “o incidente cibernético resultou em tentativas de ataques em série à rede do Instituto”. Equipes de TI tentam encontrar as causas. A Polícia Federal foi acionada. O crime prejudicou o tratamento de cerca de 45 mil pessoas. 

O IPEN é um dos mais importantes institutos de pesquisa da América do Sul e completa 70 anos em 2026. No governo do ex-presidente Bolsonaro, esteve no “olho do furacão”, diante do lobby no Congresso tentando passar a produção de radiofarmacos para a iniciativa privada. 

Os radioisótopos possibilitam que os médicos vejam o funcionamento de órgãos e tecidos vivos por meio de imagens como as tomografias, radiografias e cintilografias. Cerca de dois milhões de procedimentos médicos são realizados, por ano, utilizando radioisótopos, em 440 clinicas cadastradas para realizar o trabalho semanalmente. Cerca de 440 mil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante pela rede privada. 

FOTO: IPEN/CNEN - 

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quinta-feira, 10 de abril de 2025

Seminário Internacional na Fiocruz pelo fim do amianto. Carlos Minc homenageia precursores na luta contra o mineral cancerígeno


 Durante dois dias (8 e 9/4) os mais renomados especialistas debateram malefícios, histórias e buscas de soluções envolvendo a necessidade do banimento do cancerígeno amianto, no Brasil e no mundo, durante o IV Seminário Internacional sobre Vigilância dos Expostos ao Amianto: Saúde, Trabalho e Meio Ambiente, realizado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), que sediou o evento.  Organizado pela Escola em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA), o seminário reuniu técnicos, lideranças das associações de vítimas, trabalhadores, membros da ABREA/RJ, membros do MPT e do MPF, peritos do MPT. Autor da Lei estadual 357/01 de desamiantagem - a primeira no Brasil - o deputado Carlos Minc (PSB-RJ) abriu o evento prestando homenagens, como à auditora fiscal do Trabalho, Fernanda Giannasi, uma das mais importantes e atuantes ativistas na luta pelo banimento do amianto no Brasil e no mundo. Minc entregou à Fernanda a Medalha Tiradentes. 


“Ao longo de 40 anos venho me dedicando tanto como auditora-fiscal do Ministério do Trabalho, como cofundadora das diversas associações de expostos e vítimas do amianto em diversas regiões de nosso país. Por isso, hoje, sinto-me extremamente honrada ao receber esta homenagem, que se deve fundamentalmente ao apoio e confiança de familiares e vítimas do amianto ao nosso trabalho”, comentou Giannasi. 

Ela lembrou que a atuação de Carlos Minc no trabalho de banimento ao amianto é antiga. Lembrou ter testemunhado o parlamentar, em plena RIO-92, denunciando e exigindo a retirada de telhas de amianto de algumas instalações da conferência histórica.  “Estamos na luta há muito tempo, comentou”, Minc. 


O parlamentar também prestou homenagens concedendo diplomas Anna Nery, para os precursores da lula-anti-amianto no Brasil: Rosa Amélia Araújo e Ruthe Nascimento, ambas Post Mordem”; Vanda D’Acri e Eliezer João Souza, da ABREA.

Em sua palestra, Fernanda Giannasi apresentou diversos registros de s de contaminação e morte por amianto, como na Mina de São Félix em Bom Jesus da Serra, na Bahia, desativada, onde crianças brincavam com o mineral cancerígeno, expostos a doenças diversas, situação grave que ela denuncia há pelo menos 26 anos. Há dificuldades para a realização de exames nos expostos, com alto custo para o deslocamento de equipes e equipamentos, tanto que foi preciso recorrer aos postos do Hospital do Câncer de Barretos a 1.353,3 km de distância; entre outras dificuldades. 

AMIANTO NO STF - 

A Suprema Corte Brasileira (STF) estava prestes a emitir o veredicto final sobre as exportações de amianto, substância proibida em 2017 pelo STF. Mas a decisão foi adiada, porque o ministro Kassio Nunes Marques, disse que precisava de mais tempo para considerar os argumentos do caso ADI 6200 - uma ação judicial iniciada em 2019 que pede a inconstitucionalidade da lei estadual de Goiás, isentando a mineração de amianto da proibição da Suprema Corte. A ADI 6200 pediu o fechamento da mina de crisotila de Cana Brava, a única mineradora de amianto remanescente do país. “Como ele é Ministro do STF desde 5 de novembro de 2020, alguém deve se perguntar por que Marques não encontrou tempo para estudar os arquivos do caso”, comentou Giannasi. 

SEMINÁRIO - 

Definir estratégias para a vigilância, diagnóstico, tratamento, registro e compensação das vítimas do mineral, bem como apresentar experiências de desamiantagem, que consistem na desconstrução e remoção dos materiais contendo amianto, a descontaminação da área e a destinação segura dos MCA (a sigla para "material contendo amianto", que se refere a todos os materiais que têm mais de 1% de fibras de amianto na sua composição). 

Apesar da proibição pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2017, ao uso do amianto no Brasil, o problema perdura. O principal motivo é a permanência da extração na Minaçu, em Goiás, além da presença de produtos em domicílios, equipamentos de lazer e edificações em geral. Outro aspecto debatido foram os efeitos à saúde humana, que podem levar longo período para se manifestar, devido ao tempo entre a exposição e a latência dos eventos.

Além dos representantes do MPT, do Ministério Público Federal (MPF) e Ministério da Saúde, participaram as secretarias de Estado de Saúde, Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), trabalhadores e grupos de pessoas expostas ao amianto (por meio de sindicatos e de associações de vítimas). A Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Conselho Nacional de Saúde (CISTT/CNS) também esteve presente. 

METAS - 

Uma das metas do seminário é dar continuidade às ações e debates sobre os riscos decorrentes da exposição ao cancerígeno amianto, tanto nos ambientes de trabalho, como no meio ambiente. Foram definidas estratégias para a vigilância, diagnóstico, tratamento, registro e compensação das vítimas deste mineral, bem como apresentar experiências de desamiantagem. 

Em seguida, mesas debateram os seguintes temas: “SUS: as ações de vigilância (DATAMIANTO) e os sistemas de registro (SINAN, SIM)”, “Experiências Nacionais na Vigilância dos Expostos ao Amianto” e “Experiências Internacionais na Vigilância dos Expostos ao Amianto. Também foram debatidos casos na Índia, Colômbia e outras experiências Arthur Frank (Drexel Universty, USA); Exposição ambiental e ocorrência de doenças relacionadas ao amianto: a experiência italiana Agata Mazeo ( University of Bologna, Bologna, Italy) Pietro Comba (National Institute of Health, Roma, Italy);Experiência australiana de vigilância dos expostos ao amianto Matthew Peters e Catherine Jones (Asbestos and Dust Diseases Research Institute- ADDRI); Desafios após a proibição do amianto: a experiência colombiana Guillermo Villamizar (Colombia Asbestos Free Foundation- FundClas), entre outros. 

Na quarta-feira (9/4), “Placas pleurais e seu significado técnico, político e social” foi o assunto em debate na primeira mesa. Em seguida, as considerações finais das instituições organizadoras do evento, além de Ações de Vigilância no Brasil e Cooperação Internacional, com destaque para projetos de formação e Pesquisa (Brasil, Portugal, Itália, Colômbia, Austrália).

(FOTOS – BLOG)– 

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quarta-feira, 9 de abril de 2025

Juíza Valeska Facure se afasta do caso sobre demitidos da Eletronuclear, por motivo de "foro intimo". Reintegração foi suspensa

 


A juíza titular da 8ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, Valeska Facure Pereira, se afastou do caso sobre funcionários demitidos da Eletronuclear e suspendeu a decisão tomada ontem (8/4), para que a companhia reintegrasse imediatamente todos os trabalhadores dispensados, e que suspendesse o plano de demissão, por exemplo. “Reconsidero” a decisão e “declaro a minha suspeição por motivo de foto íntimo”, declarou a magistrada, que determinou a "redistribuição" do feito".      

A juíza havia determinado também a companhia apresentasse “um plano de contingencia dos impactos à segurança da operação das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, com a redução destes quadros”. A ação foi movida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro (SINTERGIA/RJ, Sindicato dos Trabalhadores na Industria de Energia Elétrica nos Municípios de Parati e Angra dos Reis. 


A Eletronuclear está enfrentando desde a manhã de ontem (8/4) a maior greve de funcionários de toda a sua história, desde a fundação da empresa em 1997. Segundo dirigentes sindicais, cerca de 500 trabalhadores estão em frente à Central Nuclear de Angra dos Reis, em protesto, por tempo indeterminado, por pelo menos 90 demissões e falta de acordo sobre dissidio, perda de direitos e diversas medidas de austeridade da empresa. 

LIMINAR VISA SUSPENDER BLOQUEIOS - 

A Eletronuclear divulgou nota informando que a juíza do Trabalho de Angra do Reis, Simone Benfica Borges, por meio de liminar expedida ontem, determinou que o STIEPAR (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Energia Nuclear) “se abstenha de bloquear os acessos à Central Nuclear. Segundo os sindicalistas, está sendo feito um sistema de rodizio para manter em segurança os serviços essenciais nas usinas nucleares. Sindicalistas informaram que fizeram acordo com a empresa e a segurança está plenamente mantida. Nesta quinta-feira (10/4), haverá audiência do dissídio de greve no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).  

Em assembleia, os funcionários da sede, no Centro do Rio, decidiram paralisação de 24h, nesta quinta-feira (10/4). A Eletronuclear é gestora das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção desde 1984 - que tem futuro incerto-, a Eletronuclear responde pela geração de aproximadamente 3% da energia consumida no Brasil. 

CENTENAS DE CONTRATADOS PARA TROCAR O URÂNIO DE ANGRA 1 - 

Como já estava programado, a Eletronuclear iniciou o desligamento de Angra 1 no sábado (5/4) para a troca de combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades. Para isto, cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, foram contratados por empresas nacionais e internacionais e, em conjunto aos técnicos da Eletronuclear, participam dos trabalhos. Enquanto isso, a direção da companhia tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade. 

Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Já Angra 2 opera normalmente, com capacidade para gerar o dobro de energia. 

(FOTO- SINDICATOS) – 

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terça-feira, 8 de abril de 2025

Justiça determina que Eletronuclear reintegre demitidos de imediato e apresente plano de impactos à segurança das usinas nucleares

 


A juíza titular da 8ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, Valeska Facure Pereira, determinou na tarde desta terça-feira (8/4), que a Eletronuclear reintegre imediatamente todos os trabalhadores dispensados, mantendo os cargos e funções que ocupavam antes das demissões, inclusive com o pagamento de todos os salários vencidos e vincendos, desde a data do afastamento, acrescidos de todos os reajustes legais, convencionais ou espontâneos havidos no período, sob pena de multa diária. A magistrada determinou que a empresa suspenda o plano de demissão e que resguarde a liberdade de negociação coletiva em relação ao dissidio coletivo em andamento. E mais: que a companhia apresente “um plano de contingencia dos impactos à segurança da operação das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, com a redução destes quadros”. 


A ação foi movida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro (SINTERGIA/RJ, Sindicato dos Trabalhadores na Industria de Energia Elétrica nos Municípios de Parati e Angra dos Reis. A Eletronuclear está enfrentando desde a manhã de hoje (8/4) a maior greve de funcionários de toda a sua história, desde a fundação da empresa em 1997. Segundo dirigentes sindicais, cerca de 500 trabalhadores estão em frente à Central Nuclear de Angra dos Reis, em protesto, por tempo indeterminado, por pelo menos 90 demissões e falta de acordo sobre dissidio, perda de direitos e diversas medidas de austeridade da empresa. 


“Estamos confiantes na Justiça”, comentaram sindicalistas quando receberam a notícia sobre a suspensão das demissões, entre as outras. Os empregados estavam realizando um sistema de rodizio para manter em segurança os serviços essenciais nas usinas nucleares. 

Ontem (7/4), em assembleia, os funcionários da sede, no Centro do Rio, decidiram paralisação de 24h, na quinta-feira (10/4). 

A Eletronuclear é gestora das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção desde 1984 - que tem futuro incerto-, a Eletronuclear responde pela geração de aproximadamente 3% da energia consumida no Brasil. 

ANGRA 1 EM PROCESSO DE PARADA- 

Como já estava programado, a Eletronuclear iniciou o desligamento de Angra 1 no sábado (5/4) para a troca de combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades. Para isto, cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, foram contratados por empresas nacionais e internacionais e, em conjunto aos técnicos da Eletronuclear, participam dos trabalhos. Enquanto isso, a direção da companhia tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade. 

Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Já Angra 2 opera normalmente, com capacidade para gerar o dobro de energia. 

(FOTO- ELETRONUCLEAR - SINDICATOS) – 

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Eletronuclear enfrenta a maior greve desde a sua fundação em 1997. Empresa responde por menos de 3% da energia do País

 


A Eletronuclear enfrenta hoje (8/4) a maior greve de funcionários de toda a sua história, desde a fundação da empresa em 1997, a partir da fusão da parte nuclear de Furnas com a Nuclen (Nuclebras Engenharia). Pela manhã, segundo dirigentes sindicais, cerca de 300 trabalhadores diretos da empresa estavam/em frente à Central Nuclear de Angra dos Reis, em protesto, por tempo indeterminado, contra 90 demissões e falta de acordo sobre dissidio, perda de direitos e diversas medidas de austeridade. Os empregados fizeram um sistema de rodizio para manter em segurança os serviços essenciais nas usinas nucleares. Ontem (7/4), em assembleia, os funcionários da sede, no Centro do Rio, decidiram paralisação de 24h, na quinta-feira (10/4). 


Entre as representações sindicais, por volta das 12h, havia informações sobre pedido de liminar visando tornar a greve ilegal, mas o BLOG não obteve informações oficiais da empresa. Gestora das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em funcionamento; e Angra 3, em construção desde 1984 - que tem futuro incerto-, a Eletronuclear responde pela geração de aproximadamente 3% da energia consumida no Brasil. 

Como já estava programado, a Eletronuclear iniciou o desligamento de Angra 1 no sábado (5/4) para a troca de combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades. 


Para isto, cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, foram contratados por empresas nacionais e internacionais e, em conjunto aos técnicos da Eletronuclear, participam dos trabalhos. 


Enquanto isso, a direção da companhia tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade. Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Já Angra 2 opera normalmente, com capacidade para gerar o dobro de energia.

(FOTO- SINDICATOS) – 

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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Trabalhadores da Eletronuclear entram em greve amanhã, em Angra; e na sede, quinta. Eles protestam contra demissões

 


Os trabalhadores da Eletronuclear, lotados na Central Nuclear de Angra dos Reis, confirmaram que entram em greve por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira (08/4), na base, exceto os que atuam em atividades essenciais de segurança nuclear. No mais, não está descartada a realização de piquetes em pontos estratégicos. Em assembleia hoje (7/4), os servidores da sede, no Centro do Rio, decidiram por uma paralisação de 24h, na quinta-feira (10/4).


O protesto é contra as medidas de austeridade tomadas pela direção da companhia, que iniciou no dia 1º deste mês a demissão de 90 funcionários. Em Angra dos Reis, a assembleia reuniu dezenas de trabalhadores sob a liderança de entidades sindicais que representam a categoria. Eles também reivindicam a assinatura do acordo coletivo, que está no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). 

Como já estava programado, a Eletronuclear iniciou o desligamento de Angra 1 no sábado (5/4) para a troca de combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades. Para isto, cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, foram contratados por empresas nacionais e internacionais e, em conjunto aos técnicos da Eletronuclear, participam dos trabalhos. Enquanto isso, a direção da companhia tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade. 

Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. Já Angra 2 opera normalmente, com capacidade para gerar o dobro de energia. 

(FOTO- ELETRONUCLEAR E SINDICATOS) – 

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Fiocruz sedia evento internacional sobre amianto; Carlos Minc entrega Medalha Tiradentes à Fernanda Giannasi

 

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) sediará o IV Seminário Internacional sobre Vigilância dos Expostos ao Amianto: Saúde, Trabalho e Meio Ambiente, nesta terça e quarta-feira (8 e 9/04). Organizado pela Escola em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA), o evento tem como objetivo dar continuidade às ações e debates sobre os riscos decorrentes da exposição ao cancerígeno amianto, tanto nos ambientes de trabalho, como no meio ambiente. Serão definidas estratégias para a vigilância, diagnóstico, tratamento, registro e compensação das vítimas deste mineral, bem como apresentar experiências de desamiantagem. 


Autor da Lei estadual 357/01 de desamiantagem - a primeira no Brasil - o deputado Carlos Minc (PSB) abre o evento prestando homenagens, como a auditora fiscal do Trabalho, Fernanda Giannasi, uma das mais importantes e atuantes ativistas na luta pelo banimento do amianto no Brasil e no mundo. Minc entregará à Fernanda a “Medalha Tiradentes”. “A lei proíbe o amianto no Estado do Rio de Janeiro”, relembrou Minc. Trata-se de um dos mais importes programas visando à substituição gradual do amianto nas instalações públicas e privadas de uso público, bem como para orientar a sua destinação final adequada, no âmbito do Estado. 




Por envolver cifras milionárias e grandes interesses comerciais, a luta que envolve a extinção do amianto exige fôlego. Uma das fundadoras da ABREA, em sua “verdadeira batalha” para banir o amianto do Brasil, Fernanda Giannasi desafiou interesses de poderosos grupos econômicos e foi “implacavelmente perseguida”, respondendo a dezenas de processos civis, administrativos e criminais.  

Por isso, ela dedica a “Medalha Tiradentes” a todos que fizeram e fazem parte de sua trajetória. “Sinto-me extremamente honrada ao receber esta homenagem, que se deve fundamentalmente ao apoio e confiança de familiares e vítimas do amianto ao nosso trabalho, que ao longo de 40 anos venho me dedicando tanto como auditora-fiscal do Ministério do Trabalho, como cofundadora das diversas associações de expostos e vítimas do amianto em diversas regiões de nosso país”, comentou Fernanda Giannasi. 

Ela lembra como está a situação do amianto no Brasil hoje: “No dia 14 de março de deste ano de 2025 havia grande expectativa de que a Suprema Corte Brasileira (STF) emitisse o veredicto final sobre as exportações de amianto, substância proibida em 2017 pelo STF. Mas a decisão foi adiada, porque o ministro Kassio Nunes Marques, disse que precisava de mais tempo para considerar os argumentos do caso ADI 6200 - uma ação judicial iniciada em 2019 que pede a inconstitucionalidade da lei estadual de Goiás, isentando a mineração de amianto da proibição da Suprema Corte. A ADI 6200 pediu o fechamento da mina de crisotila de Cana Brava, a única mineradora de amianto remanescente do país. Como ele é Ministro do STF desde 5 de novembro de 2020, alguém deve se perguntar por que Marques não encontrou tempo para estudar os arquivos do caso”. 

FIOCRUZ SEDIA SEMINÁRIO 

O IV Seminário Internacional sobre Vigilância dos Expostos ao Amianto: Saúde, Trabalho e Meio Ambiente reunirá técnicos, lideranças das associações de vítimas, trabalhadores, membros da ABREA/RJ, membros do MPT e do MPF, peritos do MPT. 

O evento tem participantes internacionais como: Drexel Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos Fundação Colombiana Livre de Amianto (FundClas) Instituto de Pesquisa de Doenças de Amianto e Poeira – ADDRI, Austrália Instituto Superior de Saúde, Roma, Itália – ISS Instituto Superior Técnico- Universidade de Lisboa- IST Macquarie Universidade- Sidney- Australia SOS Amianto - Portugal Universidade do Piemonte Oriental "Amedeo Avogadro" – UNIPMN, Itália. 

Do Brasil, estarão participando: Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA), Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH/Ensp/Fiocruz), Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT/SVSA), Ministério da Saúde Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia ( DVAST/SESAB/BA), Divisão de Saúde do Trabalhador, Centro de Vigilância Sanitária, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (DVST/SES/SP0, Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro0, Grupo de Estudos em Meio Ambiente, Trabalho e Sustentabilidade - GP Metas (UFSC/CNPQ), Hospital de Câncer de Barretos, Fundação PIO XII Instituto Nacional do Câncer (INCA), Ministério Público Federa (MPF) Ministério Público do Trabalho (MPT), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Universidade de São Paulo – Faculdade de Medicina (UFMUSP). 

(FOTOS – ACERVO PESSOAL E ALERJ) 

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domingo, 6 de abril de 2025

Chuvas em Angra: maior aldeia indígena do estado pede socorro. Aguarda promessas da Eletronuclear

 


Cerca de 600 moradores da Aldeia Sapukai, em Brauí, no município de Angra dos Reis, a maior do Estado do Rio, estão ilhados e pedem socorro. Faltam alimentos, remédios, material de higiene, cobertores, por exemplo. Entre os habitantes, há dezenas de mulheres e crianças.  Por causa das fortes chuvas desde sexta-feira (3/4), sem transporte, eles não estão conseguindo se deslocar para chegar à cidade. 


Com deslizamentos de terra, o campo de futebol virou um grande lamaçal, complicando a passagem. A falta de eletricidade estragou remédios para idosos guardados em geladeira. As crianças precisam de roupas urgente, pois as que usavam foram danificadas. O nome "Sapukai", no idioma Guarani M'byá, "significa socorro e está relacionado à preocupação dos povos originários com a ocupação de lugares que eles consideram sagrados". 

O BLOG conversou com lideranças que relataram grandes dificuldades desde sexta-feira, início das chuvas. Mas lembraram que no período de tempestades, a situação se repete, sem solução.


Em novembro do ano passado, por exemplo, foram quatro dias de isolamento e pedidos de socorro, comentou o Cacique da Aldeia, Miro Silva, sociólogo e professor. Segundo ele, a Aldeia aguarda o cumprimento de promessas da área nuclear, como material de construção e um veículo, que fazem parte de um projeto antigo, de compensação pela instalação das usinas nucleares. O Blog solicitou informações à companhia. 

LOCALIZAÇÃO - 

A aldeia Sapukai está localizada a cerca de seis quilômetros da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), no bairro Bracuí, em uma área montanhosa, cercada por Mata Atlântica e que ocupa aproximadamente 2.200 hectares. Por causa das chuvas, parte da BR foi interditada. 

LEPTOSPIROSE - 

O Blog também contatou a Prefeitura de Angra que contabiliza mais de 330 moradores de toda a cidade desalojados, e hoje fez alertas. A Secretaria de Saúde de Angra dos Reis reforça a orientação para que “as pessoas fiquem atentas a sintomas que podem indicar leptospirose, doença causada por uma bactéria presente na urina de animais infectados, principalmente ratos”. 

(FOTOS – MORADORES – PREFEITURA DE ANGRA) – 

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sábado, 5 de abril de 2025

Angra decreta situação de emergência por causa das chuvas. Eletronuclear deve R$ 264 milhões à cidade

 


A Prefeitura de Angra dos Reis decretou situação de emergência na tarde deste sábado (5/4) em virtude das fortes chuvas que atingem o município. Angra contabiliza 346 pessoas desalojadas. Alertas por meio de SMS ou sirenes foram acionados em 46 bairros. Serviços de saúde foram suspensos. Comunidades indígenas estão sem energia elétrica. O volume acumulado ultrapassou os 324 mm em 24h e 357mm em 48h, provocando alagamentos, deslizamentos, transbordamento de rios e danos em diversas áreas da cidade. Com o decreto, o município pode acessar recursos estaduais e federais, realizar compras emergenciais, convocar voluntários e adotar medidas imediatas de proteção à população, como evacuação de áreas de risco e uso de propriedades em situações emergenciais. 


A Eletronuclear, gestora das centrais atômicas, há anos, deve cerca de R$ 264 milhões à Prefeitura de Angra. Hoje, a Eletronuclear divulgou nota informando que está ajudando a cidade, com doações e equipamentos. A companhia contratou mais de 1300 técnicos trabalhar nas tarefas de desligamento programado de Angra 1, partir de hoje (5/4). Destes, cerca de 238 estrangeiros.


A Prefeitura informou que mantém contato direto com o Governo do Estado para garantir o apoio necessário. Nesta tarde, o prefeito Cláudio Ferreti falou por telefone com o governador Cláudio Castro para alinhar ações e intensificar os esforços conjuntos voltados à proteção e ao atendimento da população. 

SERVIÇOS DE SAÚDE - 

Alguns atendimentos em serviços de saúde de Angra foram temporariamente suspensos. As unidades da Estratégia de Saúde da Família dos bairros Belém, Bracuí, Parque Mambucaba, Camorim Grande e Jacuecanga estarão fechadas neste sábado. Os atendimentos no Centro de Especialidades Médicas (CEM) e no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) também serão reagendados. 

Todos os pacientes serão informados sobre as novas datas. As unidades de emergência (UPA/SPA) seguem funcionando normalmente, com atendimento 24 horas, todos os dias da semana. A exceção é o SPA do Parque Mambucaba, que está com os atendimentos temporariamente suspensos. 

Neste bairro, os usuários devem acionar o SAMU (192) e, conforme a necessidade de cada caso, os pacientes estão sendo encaminhados para o Hospital Municipal da Japuíba (HMJ), SPA do Frade ou Hospital da Praia Brava. O Corpo de Bombeiros também auxilia na transferência de pacientes para o Hospital da Praia Brava. Equipes já atuam no local para restabelecer o funcionamento da unidade. 

TRÂNSITO - 

A CCR RioSP informou que, após o término da primeira inspeção, o tráfego de veículos será liberado entre os km 503 e 500, nas regiões de Itanema e Bracuí. Os demais trechos permanecem interditados até a conclusão do trabalho de inspeção pelas equipes de engenharia da concessionária. TRANSPORTE COLETIVO - A linha intermunicipal de ônibus Angra-Rio, operada pela empresa Costa Verde, e as linhas interestaduais Angra-São Paulo, operadas pela Reunidas e Primar, estão inoperantes. 

LEIA NO BLOG: 

05/04/2025 – Chuvas em Angra: dezenas de desalojados, serviços de saúde suspensos, comunidades indígenas sem energia elétrica. Centrais atômicas "sob controle" 03/04/2025 - Funcionários da Eletronuclear decidem entrar em greve na terça-feira (8/4) contra demissões; 03/04/2025 - Angra 1 será desligada sábado; chega a 1.373 contratados no Brasil e exterior para ações na usina; companhia mantém demissões de funcionários


(FOTOS Prefeitura de Angra e Eletronuclear) – 

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Chuvas em Angra: dezenas de desalojados, serviços de saúde suspensos, comunidades indígenas sem energia elétrica. Centrais atômicas "sob controle"

 


Cerca de 200 pessoas estão desalojadas por conta das fortes chuvas desde ontem (4/4) em Angra dos Reis, informou a Prefeitura da cidade. Já o governador Cláudio Castro informou um número maior: 300. Moradores precisaram ser retirados em botes. Sirenes foram acionadas, rios transbordaram e importantes serviços de saúde foram suspensos, assim como linhas de ônibus. Comunidades indígenas estão sem energia elétrica. A rodovia Rio-Santos continua parcialmente fechada, com pontos de interdição do km 503 ao 500 (Angra dos Reis), km 542 ao 528 (Paraty), km 473 ao 455 (Angra dos Reis) e km 433 ao 428 (Mangaratiba).  


Como estava programado, a usina nuclear Angra 1 foi desligada para a troca de combustível (urânio enriquecido), e Angra 2 opera normalmente. “As centrais atômicas são preparadas para suportar impactos extremos, como terremotos, explosões e eventos meteorológicos intensos”.  

Após o acidente de Fukushima, no Japão, em março de 2011, as usinas passaram por reavaliações de segurança, informou a Eletronuclear. A Há anos, a Eletronuclear deve cerca de R$ 264 milhões à Prefeitura de Angra. Em nota hoje, se coloca à disposição da Prefeitura

INFORME PREFEITURA - 

Segundo a Prefeitura, o transbordamento dos rios Japuíba e Caputera, em razão das fortes chuvas que atingiram Angra dos Reis, entre a noite de sexta-feira (4) e a madrugada de sábado (5), deixaram um saldo de cerca de 200 desalojados na cidade, sem registro de feridos. O acumulado das chuvas nas últimas 48 horas já chega a 347mm. O resgate no bairro da Mambucaba está sendo feito com auxílio de botes. 

A falta de energia elétrica atinge comunidades indígenas. A rodovia Rio-Santos continua parcialmente fechada, com pontos de interdição do km 503 ao 500 (Angra dos Reis), km 542 ao 528 (Paraty), km 473 ao 455 (Angra dos Reis) e km 433 ao 428 (Mangaratiba). Desde o fim da noite de ontem, a Defesa Civil recebeu solicitação de nove cortes de árvores que caíram sobre residências e obstruíram vias em vários bairros da cidade. Nos bairros Belém, Morro da Velha, Carioca, Praia do Machado e Frade foram registrados deslizamentos de encostas. Também foram registrados pontos de inundação e alagamentos em locais como os rios Japuíba e Caputera, Pontal, Parque Belém, Vilage, Parque Mambucaba e Camorim. Até a manhã deste sábado, as sirenes de alerta tocaram em 42 bairros. Às 17h43 de ontem, o sistema Defesa Civil Alerta foi acionado pela primeira vez para alertar a população. 

SERVIÇOS DE SAÚDE - 

Devido às fortes chuvas, alguns atendimentos em unidades e serviços de saúde de Angra dos Reis foram temporariamente suspensos.As unidades da Estratégia de Saúde da Família dos bairros Belém, Bracuí, Parque Mambucaba, Camorim Grande e Jacuecanga estarão fechadas neste sábado (5/4). Os atendimentos no Centro de Especialidades Médicas (CEM) e no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) também serão reagendados.  

Todos os pacientes serão informados sobre as novas datas. As unidades de emergência (UPA/SPA) seguem funcionando normalmente, com atendimento 24 horas por dia, todos os dias da semana. Em caso de urgência, procure a unidade mais próxima. No entanto, devido à forte chuva que atinge a cidade, o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Parque Mambucaba está com os atendimentos temporariamente suspensos. 

LINHAS DO TRANSPORTE COLETIVO - 

Em razão do fechamento da BR-101, algumas linhas do transporte coletivo estão temporariamente fora de operação. No momento, não estão circulando as seguintes linhas: 101 (Cantagalo), 102 (Caputera), 105 (Morro do Moreno), 104 (Monsuaba Micro), 202 (Frade via Sertãozinho), 204 (Ariró), 227 (Expresso Parque Mambucaba), 230 (Itinga), T20 (Parque Mambucaba), T21 (Frade), T10 (Divisa com Mangaratiba), T11 (Ponta Leste) e 300 (Japuíba x Ponta Leste). Assim que as condições permitirem, os serviços serão retomados. 

(FOTO: PREFEITURA DE ANGRA E ELETRONUCLEAR) – 

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quinta-feira, 3 de abril de 2025

Funcionários da Eletronuclear decidem entrar em greve na terça-feira (8/4) contra demissões

 


Em assembleia realizada no final da tarde desta quinta-feira (03/4) funcionários da Eletronuclear decidiram entrar em greve na próxima terça-feira (8/4) por tempo indeterminado. O protesto é contra as medidas de austeridade tomadas pela direção da companhia, que iniciou anteontem (1/4) a demissão de 90 funcionários. 

Em Angra dos Reis, a assembleia reuniu dezenas de trabalhadores sob a liderança de entidades sindicais que representam a categoria. Eles também reivindicam a assinatura do acordo coletivo, que está no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Angra 1 será desligada sábado (5/4) para a troca de combustível (urânio enriquecido) e centenas de outras atividades. 

Para isto, cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, contratados por empresas nacionais e internacionais atuarão em conjunto aos técnicos da Eletronuclear. Enquanto isso, a direção da companhia tem reafirmado demissões e outras medidas de austeridade. Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos. (

FOTO- BLOG) – 

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Angra 1 será desligada sábado; chega a 1.373 contratados no Brasil e exterior para ações na usina; companhia mantém demissões de funcionários

 


Rio de Janeiro, 03 de abril de 2025


Cerca de 1.373 profissionais, entre eles, 238 estrangeiros, contratados por empresas nacionais e internacionais atuarão em conjunto aos técnicos da Eletronuclear na troca de combustível (urânio enriquecido) de Angra 1, que está sendo preparada para ser desligada neste sábado (5/4). Enquanto isso, a direção da companhia tem anunciado a demissão de pelo menos 90 funcionários, entre outras medidas de austeridade. Sindicatos devem promover manifestações nos próximos dias. O clima é tenso na central nuclear.

Desta vez, a usina ficará fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), 85 dias, quando deixará de gerar 640 Megawatts, o equivalente a 10% da energia elétrica consumida na cidade do Rio de Janeiro. Isto, quando opera com 100% de sua potência, sem os desligamentos registrados com frequência. Angra 1 está sendo preparada para durar mais 20 anos.  A Eletrobras divulgou que injetará cerca de R$ 2,4 bilhões na extensão de Angra 1. 

A usina foi comprada da norte-americana Westinghouse na década de 70, passou anos em obras, com diversos atrasos, sendo inaugurada em 1985. Problemas diversos, atrasaram mais um ano e Angra 1 entrou em operação em 1986. 


Desligamentos por problemas técnicos, ações judiciais, entre outros, obrigaram a paralisação da usina muitas vezes; dando o apelido de “vagalume” à central nuclear. No mês passado, cerca de 90 toneladas de equipamentos norte-americanos, chegaram de Miami num Boeing 747 ao aeroporto de Cabo Frio, rumo à Central de Angra dos Reis. Apenas o transporte teria custado R$ 8 milhões. 

PRÓXIMA PARADA - 

Nesta 29ª parada da central atômica para a troca de combustível (urânio enriquecido a cerca de 4%), serão realizadas 5.700 tarefas. Entre as ações estão: manutenção dos transformadores principais de energia elétrica; atualizações tecnológicas nos sistemas de instrumentação; inspeções e melhorias em soldas das tubulações do circuito primário e do reator; e testes e manutenções preventivas nos componentes dos circuitos primário e secundário. 

No Programa de Extensão de Vida de Angra 1, visando a modernização da infraestrutura da unidade, estão as ações manutenção dos transformadores principais de energia elétrica; atualizações tecnológicas nos sistemas de instrumentação; inspeções e melhorias em soldas das tubulações do circuito primário e do reator; e testes e manutenções preventivas nos componentes dos circuitos primário e secundário. 

O urânio usado (irradiado)  - que poderá ser utilizado no futuro como plutônio- retirado do reator, em outra operação complexa, seguirá para a Unidade de Armazenamento a Seco (UAS), também com tecnologia norte-americana, que terá capacidade para abrigar os combustíveis irradiados de Angra 1 e Angra 2 por mais 25 anos.  Vale lembrar que as piscinas das duas usinas que armazenam rejeitos radioativos estarão esgotadas em 2028, segundo levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU). A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) ainda não decidiu onde será construído o depósito definitivo para esses e outros rejeitos de média e baixa atividade. O projeto é o CENTENA, mote de várias reportagens do BLOG.       

URÂNIO: DA BAHIA, RÚSSIA, RESENDE E ANGRA - 

O combustível da usina é produzido pela Indústria Nucleares do Brasil (INB). O urânio é extraído da mina que faz parte da Unidade de Concentrado, em Caetité, na Bahia. Lá, na URA (Unidade de Concentrado de urânio), passa para a forma de yellowcake. Como o país depende do produto na conversão para gás e enriquecimento, ele é enviado para o exterior (desta vez para a Rússia), retornando à Resende (RJ) onde é transformado em pastilhas até estar em condições de ser inserido em varetas de zircaloy. 

Em seguida, em varetas, o combustível segue para a Central Nuclear em Angra dos Reis, onde será introduzido no reator. É uma operação complexa, que envolve diversas etapas e investimentos no mínimo milionários. Toda a parte de produção do combustível, incluindo a conversão em gás e o enriquecimento, tem sido feito na Rússia; cabe à Eletronuclear pagar à INB. No passado, o contrato era feito com a Urenco (consórcio de empresas na Inglaterra, Holanda e Alemanha). 

Leia no BLOG: 

28/2/2025 – Eletrobras vai injetar R$ 2,4 bilhões na extensão de vida útil de Angra 1; e nada mais em Angra 3, além dos R$ 6,1 bi comprometidos via BNDES e CEF; 27/02/2025 - Angra 1: refém dos EUA aos 40 anos, mais dívidas por equipamentos chegando de Miami a Cabo Frio; 8/1/2025 – Usina nuclear Angra 1 foi reconectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), às 05h54 desta quarta-feira (08), após o desarme ocorrido ; 19/01/2025 - Em menos de 20 dias, a usina nuclear Angra 1 foi novamente desconectada do Sistema Interligado Nacional neste sábado (18/1), às 19h35. O fato ocorreu em função de um problema no sistema de óleo de selagem do Gerador Elétrico Principal; 26/01/2025 - Desligada desde o dia 18/1, a usina nuclear Angra 1 foi reconectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), neste sábado (25/1), após reparos e testes no sistema de óleo de selagem do Gerador Elétrico principal;  28/2/2025 - A Eletrobras, como acionista da Eletronuclear, apoiará o projeto de extensão da vida útil da usina de Angra 1, por mais 20 anos. Para isso, a Eletronuclear emitirá R$ 2,4 bilhões em debêntures conversíveis, com prazo de 10 anos e custo equivalente à NTN-B, que serão adquiridas pela Eletrobras, de acordo com andamento do projeto. 

(FOTOS – ELETRONUCLEAR - ABDAN - CNEN) – 

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