sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Urânio irradiado de Angra 2 é transferido para UAS, orçada em US$ 50 milhões, com tecnologia dos EUA

 


A primeira etapa da segunda fase de transferência de elementos combustíveis irradiados (urânio enriquecido) da usina Angra 2 para a Unidade de Armazenamento a Seco, na central nuclear de Angra dos Reis (RJ), iniciada no dia 26 de abril, foi concluída na terça-feira (27/8), informou hoje (30/08) a Eletronuclear. Em 2018, o empreendimento foi orçado em US$ 50 milhões, com capacidade para armazenar os combustíveis irradiados até 2045. A vencedora da concorrência para a construção foi a Holtec, com sede em Camden, Nova Jersey, nos Estados Unidos. 


O sistema de armazenamento da UAS é semelhante ao utilizado em cerca de 70 locais nos Estados Unidos e é projetado para resistir a eventos como terremotos, tornados e inundações. Trata-se de operação de alta complexidade. Tanto que a desmobilização completa dos profissionais envolvidos na transferência está prevista para 30 de setembro.

Os combustíveis usados não são considerados rejeitos radioativos, pois ainda contêm potencial energético significativo que pode ser reaproveitado no futuro. Uma vez processados podem servir como plutônio; daí estarem sob o crivo da Agência Internacional de Energia atômica (AIEA), com sede em Viena, na Áustria, liderada pelos Estados Unidos. Países como Rússia, França e Japão já utilizam técnicas de reciclagem para esse material. 

SEGUNDA FASE - 


Segundo a companhia, nesta etapa, foram transferidos 480 elementos combustíveis usados da usina Angra 2 para a UAS. A segunda fase, que começará em 2025 e se estenderá até 2026, estará focada em Angra 1. A unidade de armazenamento foi projetada para comportar 72 Hi-Storms, com capacidade para receber combustíveis usados até 2045.

Durante a primeira campanha, que aconteceu entre 2021 e 2022, foram transferidos 15. Na fase inicial da segunda, finalizada nesta semana, foram mais 15. Após a conclusão da atual etapa, incluindo os combustíveis usados de Angra 1, serão ao todo 48 Hi-Storms armazenados. 

TRANSFERÊNCIA - 

Segundo a Eletronuclear, a operação consiste na transferência de elementos combustíveis provenientes das paradas de reabastecimento das usinas, visando abrir espaço para que as piscinas de armazenamento possam receber novas quantidades. 

Primeiro, todas as atividades acontecem dentro do Edifício do Reator UJA (Área Controlada). É a fase do carregamento de elemento combustível no cânister, um subcasco que fica armazenado dentro de um casco, denominado de Hi-trac. 

Depois de receber o elemento combustível, ocorrem as seguintes etapas: solda da tampa do cânister, construídos com aço e concreto; drenagem da água e secagem interna. Nesse momento, o subcasco fica dentro do Hi-Trac, que é um casco temporário. Somente depois, esse subcasco é inserido dentro do Hi-Storm e, por fim, armazenado na UAS, projetada para receber os elementos combustíveis após o processo de resfriamento nas piscinas especiais das usinas. 

(FOTOS: Eletronuclear) – 

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