quinta-feira, 11 de abril de 2024

Angra 3: viabilidade econômica da central atômica gera choque entre Eletronuclear e TCU


A Eletronuclear, gestora das usinas nucleares de Angra dos Reis, divulgou nota nesta quinta-feira (11/04) que mostra o desacordo entre o que tem divulgado sobre a viabilidade econômica de Angra 3 e as informações do Tribunal de Contas da união (TCU). Segundo números oficiais da companhia, Angra 3, que começou a ser erguida em 1984, já consumiu cerca de R$ 8 bilhões e precisa de mais R$ 20 bilhões para entrar em operação em 2028. Mas os números do TCU ultrapassam o dobro. Conforme o BLOG vem divulgando desde 2021, a companhia devia ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à Caixa Econômica Federal (CEF) cerca de R$ 6,6 bilhões por conta de Angra 3. 

Na nota, a Eletronuclear avisa que “vem a público se pronunciar sobre a recente decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a viabilidade econômica de Angra 3”, quando ontem, quarta-feira (10/4), no julgamento do TCU foi dito que a “usina representará um custo superior a outras opções de geração de energia da ordem de R$43 bilhões, além de provocar um aumento médio para os consumidores de energia elétrica na ordem de 2,9% nas tarifas das distribuidoras”. 

Segundo a Eletronuclear esta informação consta de um relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que se baseou em uma apresentação preliminar do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o Ministério de Minas e Energia no passado. Conforme a Lei n. 14.120/2021, o preço da energia elétrica para ANGRA 3 será o resultante do estudo contratado junto ao BNDES. 

“Este estudo que não está concluído ainda pelo BNDES, após a sua conclusão será validado pela EPE e posteriormente submetido à aprovação pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). Somente após a conclusão dos estudos independentes, realizados pelo BNDES, é que a EPE poderá exercer seu ofício e dimensionar os impactos do empreendimento de Angra 3 no sistema elétrico nacional”, afirmou a companhia usando várias palavras em caixa alta. A Eletronuclear esclarece a todos que “trabalha diuturnamente para que as eficiências operacional, financeira e de construção sejam devidamente apropriadas sempre em benefício do consumidor brasileiros para a modicidade tarifária”. 

E mais: “Além disso, aspectos tributários poderão contribuir com a queda do valor da tarifa final para o consumidor, a exemplo do que ocorrerá com a Reforma Tributária já aprovada pelo Congresso Nacional, com o PL 1379/2023 que retoma o Regime do Renuclear Federal (extinto em dezembro de 2022) e também com um Renuclear Estadual/RJ. Isso tudo considerado no cenário tarifário, certamente o preço da energia elétrica produzida por ANGRA 3 será competitivo para uma fonte termelétrica limpa, não poluente (não produzindo gases de efeito estufa), segura, firme, constante e de base”.

A companhia concluiu a nota afirmando que estudo recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV/ENERGIA) “deixou claro que cada R$1 bilhão investido no setor de geração nuclear, gera-se R$3.1 bilhões na cadeia produtiva, gerando 22.500 empregos no Brasil, sendo 17.500 no Estado do Rio de Janeiro”. 

(FOTO; Eletronuclear) – 

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