segunda-feira, 18 de março de 2024

Dia 27/3: Lula e Macron em lançamento de submarino no Rio, enquanto brasileiros fazem treinamento em submarinos nucleares na França

 


Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e da França, Emmanuel Macron participam da cerimônia de lançamento do terceiro submarino convencional brasileiro, o Tonelero (S-42), em Itaguaí (RJ), no dia 27/3, fruto de parceria entre os dois países, iniciada em 2008. O fato que vem sendo guardado a sete chaves é que militares da Marinha brasileira já estão embarcados em submarinos nucleares franceses para receber treinamento. Formar a tripulação para comandar o submarino de propulsão nuclear nacional é mais um desafio, além de concluir toda a montagem do submarino, com previsão de lançamento em 2033. 

Durante a solenidade da aula Magna na COPPE/UFRJ, pela manhã, o almirante de esquadra Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, diretor do Programa de Submarinos (Prosub), foi perguntado por alunos sobre a questão da tripulação, quando revelou a informação sobre o treinamento na França, que faz parte da parceria estratégica. “Se não tivermos gente qualificada, nós vamos ter problemas”, comentou o almirante. 


EDITAL FINEP – PLANTA INDUSTRIAL PARA O HEXAFLURETO - 

Alunos também perguntaram sobre a questão do desenvolvimento do combustível (urânio enriquecido) para alimentar o reator do submarino nuclear, que passa pela etapa do ciclo do combustível, quando o urânio é transformado em hexafluoreto (urânio na forma de gás). O almirante anunciou que a Marinha participa de edital na FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) visando passar o hexafluoreto da fase experimental para a industrial. Tudo vem sendo realizado no Centro Experimental de Aramar, em Iperó, São Paulo, dentro do PROSUB (Programa de Submarinos). Ele disse que o reator está em fase de montagem. 


O projeto de construção do edifício para abrigar a Usina-Piloto de demonstração Industrial para a Produção de Hexafluoreto de Urânio (USEXA) foi concluído pela Marinha na década de 90. Custou US$ 60 milhões e conta com três subunidades operando desde 2012. Além dessas, desde aquela época, havia uma outra em fase de comissionamento e duas em fase de testes para começar a operar em 2019. Na época, também, a Marinha informava sobre planos de emergência para a USEXA. Nada mais foi dito sore o assunto. 

PARCERIA BRASIL E FRANÇA - 

O PROSUB faz parte do programa estratégico do Estado Brasileiro, concebido em 2008 por meio de parceria estabelecida entre Brasil e a França. O projeto baseado na engenhara simultânea contempla a construção desde a infraestrutura industrial e de apoio à operação e manutenção de submarinos, a construção de quatro submarinos convencionais e o projeto e a construção do primeiro submarino convencionalmente armado com propulsão nuclear brasileiro. 

O primeiro submarino convencional do programa com a França, o Riachuelo (S-40), foi lançado ao mar em dezembro de 2018 e entregue ao Setor Operativo da Marinha em setembro de 2022. O Submarino Humaitá (S-41) foi lançado ao mar em dezembro de 2020. Na semana que vem (27/3), o terceiro, Tonelero; depois, o Angostura (S43) e finalmente, o nuclear, se não tiver mais atrasos, em 2033. 

COMPLEXO NAVAL - 

O complexo naval de Itaguaí que Macron vai conhecer tem mais de 750 mil metros quadrados e abriga diversas instalações. Inaugurada em março de 2013, a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) representa “um marco na construção naval brasileira”. É o local onde começa de fato a construção dos submarinos, com a fabricação de industrial de alta tecnologia, com a fabricação de peças estruturais, tubulações, dutos e suportes, assim como instalações dos equipamentos, sistemas, componentes e estruturas internas nos submarinos.

A Base Naval é dividida entre as áreas norte e sul, que estão interligas por um túnel. A área norte fica a 3,5 quilômetros de distância da UFEM. São 103 mil metros quadrados que abrigarão um terminal rodoviário, um Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica Química e Radiologia, entre outros. A área Sul abrange 487 mil metros quadrados destinados a montagem, lançamento, operação e manutenção dos submarinos. O conjunto possui um departamento de treinadores e simuladores, centro de manutenção de sistemas e um elevador de navios com capacidade para suportar 8 mil toneladas, por exemplo. 

O complexo terá três cais, três diques e um prédio destinado a troca de combustível do submarino nuclear, com projeto básico em andamento, segundo o almirante Petrônio que vai para a reserva nos próximos meses. No futuro, ele acredita que o Brasil só terá submarinos nucleares. “Precisamos matar os leões que aparecem em nossas frentes”, comentou, referindo-se às dificuldades financeiras, entre outras. 

(FOTOS: Reprodução da apresentação do almirante feita pelo BLOG - Lula e Macron, foto arquivo da EBC) – 

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Um comentário:

  1. Tânia sempre informando com objetividade. Parabéns 🌻🌻🌻

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