Em sessão plenária na tarde
desta quarta-feira (21/02), o ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da
União (TCU), recomendou à Casa Civil que envie o nome do futuro diretor
presidente da Autoridade Nacional de Segurança Nacional (ANSN) para ser sabatinado
no Senado o mais breve possível. O ministro enfatizou a importância da decisão
para a área de fiscalização no país e junto às comunidades internacionais. Lembrou
também a necessidade de a ANSN estar operando por conta de projetos como o submarino
de propulsão Nuclear, Angra 3 e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB),
destinado produção de radioisótopos (insumos para a medicina nuclear combater
doenças como o câncer), por exemplo.
Ao legitimar a ANSN, cai por terra o poder
da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que além de fiscalizar também
regula as atividades do setor. A CNEN foi fundada pelo presidente da República
Juscelino Kubitschek, no dia 10 de outubro de 1956. A atividade de fiscalização
da CNEN sempre foi combatida por especialistas do setor, principalmente quando
o Brasil se viu às voltas com o drama provocado pelo acidente com uma cápsula
de césio-137, em Goiânia, em 1987. O acidente provocou a morte de quatro
pessoas e um número nunca devidamente conhecido de contaminados; além de gerar seis
mil toneladas de lixo radiativo armazenados em depósito na região.
AUTORIDADE -
A criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), determinada pela
Medida Provisória (MP) 1.049/2021 foi ratificada pelo Plenário do Senado em
2021, em votação simbólica. A MP estabelece a ANSN como uma autarquia federal
com a função de monitorar, regular e fiscalizar as atividades e instalações
nucleares no Brasil, a partir do desmembramento d CNEN, sob critérios a serem
definidos pelo Poder Executivo.
Segundo o governo, a divisão tem o objetivo de
dar maior celeridade nos processos de licenciamento do setor e mais rigor na
fiscalização, deixando a CNEN com mais foco na gestão de pesquisa e
desenvolvimento nuclear. Entre as atribuições da ANSN, estão estabelecer normas
sobre segurança nuclear e proteção radiológica; controlar os estoques e as
reservas de minérios nucleares; conceder autorizações para a transferência e o
comércio de minerais radiativos; e licenças para usinas nucleares e reatores de
pesquisa.
(FONTES: TCU – AGÊNCIA SENADO) -FOTO: Maquete do RMB-
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