A Eletronuclear deve divulgar nesta quinta-feira (15/09) informações sobre financiamento externo destinado à extensão da vida útil de Angra 1, com primeira parcela na ordem US$ 13 milhões, de um total de US$ 22,3 milhões, conforme informações da Agência Canal Energia. O financiamento foi firmado pela geradora com o Banco Santander, e garantia do US Eximbank e contra garantia da holding Eletrobrás, divulgou a Agência. Hoje (14/09) a Eletronuclear não quis se pronunciar sobre o assunto.
O valor total do financiamento contratado, “com amortização dos montantes já liberados em 10 parcelas semestrais iguais na modalidade SAC. A taxa de juros aplicada é o TERM SOFR de 6 meses, que substituiu a taxa LIBOR, com um spread de 1,05% ao ano”, divulgou a Agência.
No relatório anual de 2020 da Eletronuclear consta a disposição da empresa em buscar financiamento para o projeto de extensão. “Para financiar essa operação, obtivemos a participação do Exinbank americano, o primeiro contrato aprovado pelo banco no setor nuclear”, informa o documento.
Desde 2018, conforme o blog divulgou, Angra I está sendo preparada para ter vida útil prolongada por mais 20 anos. A empresa norte-americana Westinghouse, que vendeu a usina para o Brasil em 1970, foi contratada para participar do trabalho de avaliação.
Há cerca de duas décadas, a projeção era de que a unidade atômica funcionasse até 2018. Em 2018, a Eletronuclear informava investidos US$ 27 milhões na modernização da central nuclear. Angra 1 foi desligada no dia 13 de agosto deste ano para a troca de combustível (urânio enriquecido), produzido pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), com participação da Urenco (consórcio de empresas da Inglaterra, Holanda e Alemanha.
VAGA- LUME -
Angra 1 foi um dos empreendimentos mais criticados do governo militar. Depois de uma série de adiamentos, a usina foi inaugurada em 1981, ou seja, nove anos após o início de sua construção. Outros entraves fizerem com que a usina só entrasse em operação comercial em 1985. Dados oficiais do governo naquela época estimavam que Angra 1 tenha custado US$ 2 bilhões. Isso, sem levar em conta os gastos com a manutenção e os reparos de equipamentos. Ao longo dos anos a central atômica já foi desligada umas 35 vezes por problemas técnicos, defeitos em equipamentos e ações judiciais. Por causa desse acede e apaga, a usina ganhou o apelido de “vaga-lume”.
A Eletronuclear garante que a instalação é uma das mais seguras do mundo e destaca a sua performance: em 2016, produziu 5,1 milhões de MWh, “a melhor geração da sua história”. Depois, gerou 4,2 milhões de MWh, “uma de suas melhores marcas, a despeito de ter ficado parada por quase 60 dias, entre agosto e outubro de 2017, por conta da troca dos seus transformadores principais, durante a parada para reabastecimento”.
FOTO: Angra 1 – Acervo Eletronuclear -
Leia no Blog: Em 18/04/2018, “Angra 1 deve ter mais 20 anos de vida útil”;
em 08/08/2019, “Angra 1: mais 20 ano de vida útil”;
em 06/08/ 2020, “Angra 1: problemas técnicos desligam a usina duas vezes em menos de 30 dias”, entre outras.
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Nada como ler uma boa notícia sobre área tão vital e delicada como esta para o Brasil. E sendo uma antecipação, melhor ainda.
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