Cerca de 7.400 litros de rejeitos e de fontes radioativas, fora de uso, estão armazenados no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em Belo Horizonte (MG), desde o início do ano. O CDTN recebeu também rejeitos de um navio da década de 50, descomissionado pela Marinha Brasileira, que retirou da embarcação tinta de trítio (raro isótopo de hidrogênio radioativo) e um elemento radioativo. A Marinha não informou o nome e a história do navio, nem qual foi o material radioativo retirado do navio. O material do navio chegou ao CDTM em abril. Foram 14 tambores de 200 litros de rejeitos radioativos.
Os rejeitos armazenados são derivados de diversas aplicações da energia nuclear, informou o CDTN. Outros quatro tambores de 200 litros também foram recebidos procedentes do Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO/CNEN), com detectores de fumaça e para-raios radioativos. O CDTN recebeu ainda 19 tambores de 200 litros de rejeitos radioativos sólidos provenientes do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN).
“O recebimento de rejeitos radioativos no CDTN é uma das atribuições legais da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e também envolve atividades de tratamento e acondicionamento dos materiais, posteriormente armazenados de forma segura nas instalações do Centro, aguardando alternativas para deposição final no país”, informou a entidade. O material está armazenado no Depósito de Rejeitos Tratados e Fontes Fora de Uso – DFONTE, construído em 1995.
DEPÓSITO DEFINITIVO: ACORDO COM A FRANÇA -
Conforme o BLOG anunciou no dia 27 de outubro de 2020, em entrevista exclusiva com a engenheira nuclear do CDTN, Clédola Cassia Oliveira de Tello, o CDTN/CNEN, realiza projeto para implantação da instalação de deposição dos rejeitos radioativos de baixa e média níveis de atividade, com participação da empresa Francesa Agence Nationale pour la gestion des Dechets Radioactifs (ANDRA).
“Diversos países possuem empresas públicas que têm a responsabilidade da gerência dos rejeitos radioativos, incluindo a deposição. Na França, a gerência de rejeitos radioativos está a cargo da empresa ANDRA, que foi responsável pela construção de dois repositórios, L’Aube e CIRES, na França e colaborou e colabora com a construção de outros em países da Europa e da Ásia. Uma vez que o conceito selecionado para o nosso repositório, conforme recomendado pelas normas brasileiras, é semelhante ao de L’Aube, e tendo ANDRA experiência comprovada na área, ela foi contratada para a elaboração do projeto conceitual. Este projeto está pronto e terá sua versão final tão logo se tenha o local para a construção do repositório”, comentou Clédola na época.
O CDTN reiterou para o blog nesta sexta-feira (3/6) a continuidade da participação da ANDRA.
“Este Repositório armazenará os rejeitos radioativos tratados provenientes da utilização da energia nuclear no Brasil nos campos da indústria, medicina, pesquisa, geração de energia e meio ambiente, bem como do descomissionamento de instalações radioativas e nucleares”.
E mais: “Prevê-se um período de operação da instalação de 60 anos e de vigilância, após seu fechamento, de 300 anos. O conceito da instalação foi desenvolvido com o apoio da empresa francesa de gestão de rejeitos radioativos ANDRA e a seleção do local para sua instalação se encontra em andamento”, finalizou o CDTN.
FONTES DE INFORMAÇÃO: EM FOCO/MARINHA e CDTN –
FOTO: CDTN/CNEN.
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