quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Continua o impasse sobre a transferência do urânio usado de Angra 1 e Angra 2 para a UAS; piscinas estão no limite

 


Continua o impasse judicial sobre a transferência do combustível usado (urânio enriquecido) das piscinas de Angra 1 e Angra 2, para a Unidade de Armazenamento a Seco (UAS), que está sendo construída no complexo de Angra dos Reis.  As piscinas que armazenam o combustível usado estão praticamente esgotadas.

O Ministério Público Federal, através do procurador Igor Miranda, em ação civil pública, argumenta que o local não é seguro e que não está descartada a possibilidade de ocorrer acidente com radiação na instalação. A ação tenta proibir a transferência do combustível. Enquanto isso, as obras continuam, sob a aprovação do Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

Ao blog, o Ibama informou que a UAS “não é um novo empreendimento, mas sim, uma parte do processo de licenciamento ambiental” da Central Nuclear de Angra. A UAS, segundo o Ibama, consiste em “estrutura auxiliar” das duas usinas, “conforme as demais estruturas existentes no local”. Segundo o Ibama, para o licenciamento da UAS foram emitidas a Licença Prévia nº 617/2019 e a Licença de Instalação nº 1310/2019. 

O Instituto se defende das acusações de ambientalistas contra a forma “meramente protocolar e sem transparência” na qual realizou a audiência pública virtual para o licenciamento da UAS, no último dia 22/01, às 18h. O Ibama afirma que o evento foi divulgado diariamente, com 15 dias de antecedência. Mas os ambientalistas argumentam que o Ibama deveria ter realizado a audiência antes de a Unidade de Armazenamento a Seco começar a ser erguida e já batizaram a UAS de “puxadinho”. 

Desde outubro, técnicos da Eletronuclear, gestora das usinas, estão sendo treinados para operar a transferência prevista para ocorrer entre o primeiro e o segundo semestre. As entidades de proteção do meio ambiente, entre elas, a Sociedade Angrense de Proteção Ambiental (SAPÊ), reiteraram que vão insistir junto à Justiça para tentar impedir que o local se transforme num “cemitério nuclear a céu aberto”. 

(Ilustração da localização da UAS - Acervo Eletronuclear) 

2 comentários:

  1. Um assunto seríssimo sendo tratado sem a devida importância. No dia que der uma M maiúscula quero ver o que as "otoridades" vão dizer.
    TREVAS

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  2. As UAS's são a boiada nuclear para a construção de Angra 3, a qual deveria ter depósito definitivo do lixo nuclear como condicionante acordada em audiência pública anos atrás.

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