quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Angra 3: retomada das obras envolve compromisso socioambiental de R$ 217 milhões para o município; usina depende de R$ 15 bilhões

 


Está na ordem dos R$ 217 milhões o valor dos compromissos socioambientais da Eletronuclear com a Prefeitura de Angra dos Reis, por conta da aprovação da retomada das obras da usina Angra 3, paralisadas desde 2015, com base em denúncias de corrupção da operação “Lava Jato”. O valor foi informado pelo prefeito reeleito, Fernando Jordão. Segundo ele, as obras vão recomeçar nos próximos meses, de acordo com a Eletronuclear. 

Nesta quarta-feira (27/01), em outra reunião entre representantes da estatal e da prefeitura, ficou acertado um aporte de R$ 55 milhões, aproximadamente, em projetos nas áreas de infraestrutura, defesa civil, saneamento, obras e saúde, frutos do convênio em contrapartida pela retomada da construção de Angra 3. 

O prazo para a execução desses projetos é até o final de 2021. A exceção é para alguns deles na área de saneamento, cuja primeira etapa se dará em 2021 e a conclusão está prevista para o ano seguinte. 

Segundo informações oficiais da Eletronuclear, Angra 3 já consumiu cerca de R$ 7 bilhões. Para ser concluída, precisa de outros 15 bilhões. A usina está com 67% de suas obras civis concluídas. Equipamentos produzidos pela Nuclep, em Itaguaí, nos últimos anos, têm sido transportados para a Central Nuclear.

Em 2018, a Eletronuclear negociava com o BNDES e a Caixa Econômica Federal (CEF) adiar o pagamento das parcelas da dívida da construção da unidade. Só para o BNDES a empresa estava pagando cerca de R$ 30 milhões por mês. Não se falou mais nisso. 

Até agora, não se sabe qual a torneira será aberta para a liberação desse valor. Há pouco tempo, havia a discussão de aporte internacional, com parcerias provavelmente com empresas chinesa, russa e francesa, o que não vingou. 

Angra 3 é a segunda usina comprada no pacote do acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado no dia 27 de junho de 1975, pelo general Ernesto Geisel, em Bonn, para a construção de oito usinas, criação de empresas, como a Nuclebras, o “elefante branco”, que chegou a ter cinco mil empregados. Durante todos esses anos, as obras de Angra 3 se arrastam envolvidas em problemas. 

A unidade virou também usina de denúncias e de suspeitas, inclusive a de que alguns de seus equipamentos teriam se tornado obsoletos frente ao avanço da indústria nuclear mundial. A Eletronuclear costuma negar, garantindo a segurança da unidade. 

Nos últimos anos, são dezenas de anúncios de presidentes de estatais e de ministros sobre a retomada das obras de Angra 3. O mais recente é este agora, fruto das reuniões em Angra dos Reis. 

FOTO: Acervo Eletrobras/Eletronuclear.   

5 comentários:

  1. Tania revela, de forma clara e objetiva um retrato do Brasil. Esse lenga-lenga já dura 46 anos. Que tristeza.

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    1. Obrigada por opinar, por participar de nosso trabalho. Esperamos contar sempre com a sua participação.

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  2. Tannia revela, de forma clara e objetiva, um retrato do Brasil. E lá se vão 47 anos desde o início desse lenga-lenga.

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  3. Eletronuclear e a Prefeitura de Angra fazer essa papagaiada pra prometer o que era compromisso firmado no licenciamento de Angra 3, revela o descompromisso de um e o descaso de outro. Ainda mais quando isso ocorre durante o licenciamento de um novo depósito de resíduo irradiado no pátio da Central. Daí se configura como cala a boca.

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  4. Anos de corrupção ativa. Isso é uma vergonha. Angra 3 Não!

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