A Eternit está
passando por cima de decisões do mais alto grau de importância do governo
brasileiro, visando o seu objetivo de faturar milhões com a exploração do
amianto (produto cancerígeno), que já provocou a morte de centenas de pessoas.
A Eternit acaba de anunciar que vai retomar o beneficiamento de 24 mil
toneladas de fibras de amianto, apesar da proibição do Supremo Tribunal Federal
(STF). O pouco caso da Eternit com determinações judiciais da mais alta
instância do judiciário brasileiro está revoltando as vítimas, que se
manifestaram através da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA),
com sede em São Paulo.
Uma das pioneiras na luta mundial pelo banimento do
amianto, fundadora da ABREA, a auditora fiscal do Trabalho aposentada, engenheira
Fernanda Giannasi, lembrou que, em novembro de 2017, em decisão histórica, o STF
proibiu no Brasil a exploração, produção, comercialização, transporte do
mineral cancerígeno e de produtos que o contenham. “Na segunda-feira (10/2),
quando anunciou que voltará a explorar o amianto, a Eternit virou as costas
para as decisões aprovadas no Brasil. É um descaso total com a saúde dos
trabalhadores e a vida da população brasileira. É um escárnio e desrespeito às
instituições e ao estado democrático de direito”, afirmou Giannasi.
A operação
será feita nas instalações da Sama S/A, em Minaçu, norte de Goiás. Integrante
do grupo Eternit, é a única empresa produtora do amianto no País. No comunicado
aos acionistas e investidores, a Eternit informa: “Está amparada na vigência da Lei nº 20.514/, de 16/07/2019, do Estado
de Goiás, regulamentada pelo Decreto nº 9.518, de 24/09/2019, que autoriza,
para fins exclusivos de exportação, a extração e beneficiamento de
amianto crisotila”.
Segundo a empresa, “o beneficiamento do minério já
extraído se dará em caráter temporário, não significando a retomada da
atividade da mineração e possibilitará a exportação de cerca das 24 mil
toneladas de fibra de amianto”.
“Este fato novo é gravíssimo”,
denuncia o advogado Mauro Menezes, que representa no STF a Associação Nacional
dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e advoga para a Associação Brasileira dos
Expostos ao Amianto (ABREA). “É um acinte às decisões do STF. Vamos insistir no
pedido de liminar ao relator”, complementa o também advogado da ANPT e da
Abrea, Gustavo Ramos.
“A pendência do julgamento é de recursos deles [Eternit],
já que ADI 6200 (Ação Direta de Inconstitucionalidade) tem por objeto o drible
que eles pretenderam fazer às decisões já tomadas’, acrescenta Gustavo Ramos. O
advogado lembrou que a referida lei de Goiás, sancionada pelo governador Ronaldo
Caiado (DEM-GO), é inconstitucional.
“Caiado não tem poderes para contrariar
decisão do Supremo. E, muito menos, de impingir uma lei de Goiás aos demais
estados da Federação. Por isso, em 19 de julho de 2019, a ANPT ajuizou no STF
uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI 6.200) contra a lei nº.
20.514/2019”.
Na ação, a ANPT afirma que a lei goiana afronta os direitos
fundamentais à saúde, à proteção contra os riscos laborais e ao meio ambiente
adequado, previstos na Constituição da República.
A ADI 6.200 foi distribuída
para o ministro Alexandre de Moraes, que ficou como relator. “Em dezembro de
2019, já estava pronta para ser votada virtualmente pelo Supremo. Julgamento
tinha até data marcada: 7 de fevereiro, mas saiu de pauta devido a petições atravessadas
pelos defensores do amianto e pela Assembleia Legislativa de Goiás. Em uma
delas, pediu que a votação fosse presencial”, relembrou Giannasi.
Excelente matétia. Como sempre, Tania Malheiro escreve com objetividade, fazendo uso correto da língua, expressando-se de forma clara. Parabéns por seu trabalho. Com ele, Tania presta um excelente serviço ao público que acessa seu blog.
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ResponderExcluirObrigada pela participação. Esperamos contar sempre com seu apoio.
ResponderExcluirÉ uma pouca vergonha e o Ronaldo Caiado não pode estar incentivando essa ilegalidade, desrespeitando uma decisão do supremo.
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