Um curto circuito
na conexão da excitatriz (máquina elétrica que emite corrente) com o gerador
elétrico foi a causa do desligamento da usina nuclear Angra 1, no sábado
(15/02), um dia após a central nuclear ter sido religada. O problema do curto
circuito foi divulgado hoje (20/02). “O episódio foi provocado pelo rotor da
excitatriz, componente cuja função é gerar a tensão de campo nos polos do
gerador”, informou a Eletronuclear, gestora das usinas em Angra dos Reis.
A
estatal ainda não sabe quando Angra 1 será religada. Para resolver o problema,
será necessário importar peças de substituição. Há partes danificadas. “Como o
fabricante fez uma revisão na excitatriz – o que envolveu a troca do rotor –
durante a recente parada de Angra 1, a Eletronuclear entrou em contato com a
empresa para substituir as partes danificadas”. As informações são da estatal,
subsidiária da Eletrobras, que o governo quer privatizar.
A Eletronuclear não
divulgou o nome da fabricante. Também não informou se entrará na Justiça para
tentar ressarcimento por conta dos danos causados pelo problema, nem os valores
referentes a prejuízos.
MAIS 20 ANOS DE VIDA ÚTIL -
Angra 1 havia sido desconectada do sistema elétrico no dia 11 de janeiro para o
reabastecimento de combustível (urânio enriquecido); e voltou a operar na sexta
(14/2). A volta à operação ocorreu com três dias de antecedência em relação ao
que foi acordado com o Operador Nacional do Sistema Elétrico. A usina estava em processo de elevação de
potência e devia atingir 100% na segunda-feira (17). Mas precisou ser novamente
desligada sábado, por conta do curto circuito, hoje divulgado.
Vale lembrar que
estão em andamento os estudos e trabalhados para que a vida útil de Angra 1 seja
prolongada por mais 20 anos. O Brasil
comprou a usina em 1970 da empresa norte-americana Westinghouse, que agora participa
do projeto para o prolongamento da vida útil da central atômica.
Com esse
objetivo, a Eletronuclear e a Westinghouse assinaram, no último dia 3/2, carta
de intenções visando cooperação no programa de extensão da vida útil de Angra
1. A solenidade aconteceu durante o Fórum de Energia Brasil-Estados Unidos, realizado
no Rio de Janeiro. O pedido solicitando a ampliação da vida útil da usina por
mais 20 anos já foi entregue pela empresa à Comissão Nacional de Energia
Nuclear (CNEN).
OUTRAS USINAS -
O fórum visava, conforme foi divulgado, “estreitar
a cooperação energética entre Brasil e EUA em assuntos técnicos, regulatórios e
políticos de interesse mútuo, além de abordar desafios críticos para o comércio
e investimentos bilaterais em energia”. O evento contou com a participação do
secretário de Energia dos EUA, Dan Brouillett, e do ministro de Minas e Energia
do Brasil, Bento Albuquerque.
No evento, também foi assinado um memorando de
entendimento que amplia a cooperação bilateral entre o Instituto de Energia
Nuclear (NEI, na sigla em inglês) e a Associação Brasileira para
Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), conforme foi divulgado.
O
Brasil está forte no radar dos norte-americanos. Na ocasião, o secretário de
Energia dos Estados Unidos, Dan Brouillete, afirmou que há interesse da
indústria americana em participar da construção de eventuais novas usinas
nucleares no Brasil e em projetos de exploração de urânio, hoje monopólio
estatal.
"A indústria americana tem uma longa experiência com energia
nuclear. Se a decisão do governo brasileiro for construir novas plantas,
estaremos prontos a participar desse esforço", declarou o secretário de
Energia dos Estados Unidos.
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