terça-feira, 16 de abril de 2019

Livro dá voz às vítimas e à luta pelo banimento do amianto no Brasil

O livro “Eternidade – A Construção Social do Banimento do Amianto no Brasil”, da jornalista Marina Moura, será lançado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), dia 26/4 (sexta-feira, da semana que vem); e no Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, dia 27/4. A obra tem prefácio da premiada jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum, e coordenação da ex-auditora-fiscal do Ministério do Trabalho, Fernanda Giannasi, vencedora do Prêmio "Faz a Diferença de O Globo", na categoria Economia, de 2018. No Rio de Janeiro, o lançamento está previsto para o dia 22 de maio, em local que o BLOG divulgará em breve.

O lançamento acontece durante a Semana de Proteção Contra o Amianto, organizada anualmente pela Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), de 22 a 28 de abril. No dia 26, às 16h, o evento será realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Av. Pedro Alvares Cabral, 201, Ibirapuera, com a presença de uma missão asiática, que virá ao Brasil se manifestar contra a tentativa da Eternit de querer exportar o amianto explorado em Minaçu, Goiás, através de sua subsidiária SAMA; mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter proibido a produção, comercialização e utilização do mineral no país em novembro de 2017. No dia 27/4, às 9h, será no Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Rua Erasmo Braga, 307, Presidente Altino, Osasco. 

A obra narra a construção social do banimento do amianto no Brasil a partir do próprio movimento social, que foi se constituindo à medida em que as vítimas da “catástrofe sanitária do século XX” foram se tornando visíveis e diagnosticadas corretamente, após um longo período de silêncio epidemiológico, subnotificação e omissão tanto da parte das instituições governamentais, como das ligadas aos empresários. 

“Ao longo de décadas, quanto mais esclarecimentos sobre os males derivados da exposição ao amianto se faziam conhecidos e eram divulgados, mais as vozes dos expostos cresciam, até formarem coro”, explica a autora do livro. “Começaram então a aparecer as pessoas por trás das vozes, cada vez mais engajadas em associações de combate ao amianto que, a partir dos anos 90, foram surgindo por todo país”, conta. 

Com linguagem jornalística-literária, o livro “Eternidade” dá voz às vítimas sob uma perspectiva coletiva, captada a partir da criação da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), em Osasco (SP), no ano de 1995, e que foram se ampliando em diversos estados brasileiros. Como afirma Eliane Brum em seu prefácio: “este livro é para que os mortos permaneçam vivos, para que os vivos tenham paz. Para que o Brasil não esqueça o que sequer é capaz de lembrar”. 

O livro é uma iniciativa da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), com apoio do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Secretariado Internacional do Banimento do Amianto (IBAS). A publicação é uma produção da WHIZZ Comunicação Criativa com a coedição da Machado Editorial e da Amarelo-Grão.

Um comentário:

  1. Sempre atenta aos fatos não apenas na área em que te especializaste e realizando sempre um jornalismo de qualidade, com matérias importantes. Parabéns Tânia Malheiros.

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