terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Angra 3: obras deverão ser retomadas


A retomada das obras da usina nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, com a indicação do almirante Bento Costa Lima Leite, para o cargo de ministro de Minas e Energia, é uma das mais otimistas notícias para o setor dos últimos anos. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, declarou à imprensa que o fato de o futuro ministro ser físico nuclear, demonstra que a retomada de Angra 3 é “prioridade”.  
Para especialistas, tudo está sendo encaminhado neste sentido, com nós do passado desatados desde outubro, quando o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), aprovou o valor da nova tarifa para a usina: o preço de energia, que servirá de referência para as próximas etapas do projeto, passou de R$ 244,00 MWh para R$ 480,00 por MWh.
O valor anterior, considerado defasado, não remunera os investimentos feitos pela Eletronuclear, nem o custo do financiamento, inviabilizando, portanto, a retomada das obras, paralisadas em 2015, por alguns problemas, como denúncias de corrupção a partir da Operação Lava-Jato. 
Angra 3 é fruto do acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado em 1975, no governo do general Geisel. A usina tem 65% de suas obras civis concluídas. Segundo a Eletronuclear, o valor previsto para o investimento é de cerca de R$ 21 bilhões, sendo que R$ 7 bilhões já foram realizados.
Outro entrave para o término do empreendimento é a falta de recursos. Daí a busca de parceiros, porque a usina vai demandar pelo menos cerca de R$ 14 bilhões. “A retomada das obras é uma   questão de sobrevivência não só para a Eletronuclear, mas para o uso da energia nuclear no Brasil. Se não tivermos um sócio, o empreendimento fica inviável”, comenta o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães.
Reuniões públicas em Angra
Neste final de semana (30/11 e 01/12), a Eletronuclear e o Ibama promoveram duas reuniões públicas para prestar informações à população da Costa Verde, reunindo cerca de 300 pessoas. As prefeituras da Costa Verde cobraram que a Eletronuclear volte a fazer os pagamentos dos convênios acordados com os municípios, interrompidos devido à paralisação das obras de Angra 3.
O presidente da Eletronuclear afirmou que a empresa está fazendo bem menos do que gostaria, devido à difícil situação financeira da instituição. “Esperamos conseguir retomar as obras da usina no próximo ano, de forma que possamos apresentar tudo aquilo que gostaríamos no seminário de 2019”.
A construção da Unidade de Armazenamento a Seco de Combustível Usado (UAS), já anunciada aqui no BLOG, foi outro tema discutido. A instalação será construída no sítio da central nuclear de Angra para abrigar os combustíveis usados das piscinas de Angra 1 e 2 quando o espaço dessas unidades se esgotar. Vai custar cerca de R$ 246 milhões, segundo estimativas.

Um comentário:

  1. Esse blog sempre nos deixa bem informados sobre situações do nosso país.

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