A retomada das
obras da usina nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, com a indicação do almirante
Bento Costa Lima Leite, para o cargo de ministro de Minas e Energia, é uma das mais
otimistas notícias para o setor dos últimos anos. O presidente eleito, Jair
Bolsonaro, declarou à imprensa que o fato de o futuro ministro ser físico nuclear,
demonstra que a retomada de Angra 3 é “prioridade”.
Para
especialistas, tudo está sendo encaminhado neste sentido, com nós do passado desatados
desde outubro, quando o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), aprovou
o valor da nova tarifa para a usina: o preço de energia, que servirá de
referência para as próximas etapas do projeto, passou de R$ 244,00 MWh para R$
480,00 por MWh.
O valor
anterior, considerado defasado, não remunera os investimentos feitos pela
Eletronuclear, nem o custo do financiamento, inviabilizando, portanto, a
retomada das obras, paralisadas em 2015, por alguns problemas, como denúncias
de corrupção a partir da Operação Lava-Jato.
Angra 3 é
fruto do acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado em 1975, no governo do
general Geisel. A usina tem 65% de suas obras civis concluídas. Segundo a Eletronuclear,
o valor previsto para o investimento é de cerca de R$ 21 bilhões, sendo que R$
7 bilhões já foram realizados.
Outro entrave
para o término do empreendimento é a falta de recursos. Daí a busca de
parceiros, porque a usina vai demandar pelo menos cerca de R$ 14 bilhões. “A retomada
das obras é uma questão de sobrevivência
não só para a Eletronuclear, mas para o uso da energia nuclear no Brasil. Se
não tivermos um sócio, o empreendimento fica inviável”, comenta o presidente da
Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães.
Reuniões
públicas em Angra
Neste final de
semana (30/11 e 01/12), a Eletronuclear e o Ibama promoveram duas reuniões
públicas para prestar informações à população da Costa Verde, reunindo cerca de
300 pessoas. As prefeituras da Costa Verde cobraram que a Eletronuclear volte a
fazer os pagamentos dos convênios acordados com os municípios, interrompidos
devido à paralisação das obras de Angra 3.
O presidente
da Eletronuclear afirmou que a empresa está fazendo bem menos do que gostaria,
devido à difícil situação financeira da instituição. “Esperamos conseguir
retomar as obras da usina no próximo ano, de forma que possamos apresentar tudo
aquilo que gostaríamos no seminário de 2019”.
A construção
da Unidade de Armazenamento a Seco de Combustível Usado (UAS), já anunciada
aqui no BLOG, foi outro tema discutido. A instalação será construída no sítio
da central nuclear de Angra para abrigar os combustíveis usados das piscinas de
Angra 1 e 2 quando o espaço dessas unidades se esgotar. Vai custar cerca de R$
246 milhões, segundo estimativas.
Esse blog sempre nos deixa bem informados sobre situações do nosso país.
ResponderExcluir