"Ausente no
debate político que se travou em todo o país entre os presidenciáveis no
primeiro turno das eleições, a geração de energia elétrica, fundamental para a
retomada do desenvolvimento, convive com riscos eventuais de suprimento, em
razão da falta de investimentos no setor. Como todos sabem, a retomada do ritmo
de crescimento da economia exige vigoroso desenvolvimento energético, sem o
qual, o Brasil não avança. Eis ai, portanto, uma interessante pauta para o
debate final no segundo turno das eleições presidências.
ambientais,
tecnológicas e econômicas, da transmissão da hidroeletricidade amazônica para
os grandes centros consumidores, uma das alternativas segura que resta ao
Brasil, são as grandes reservas de urânio, mineral estratégico utilizado para
geração de energia elétrica, via usinas nucleares.
A energia
nuclear é hoje a terceira maior fonte de produção de energia elétrica do mundo.
E o Brasil ocupa posição privilegiada entre os países detentores de reservas
desse mineral. É o sexto no mundo. Portanto, a solução do nosso problema
energético está em nossas mãos.
Chegou a hora
de o setor nuclear saltar os obstáculos e com coragem mostrar o papel que pode desempenhar no
desenvolvimento do Brasil. Um papel que envolve como ideia principal o
entendimento da sua dimensão como força geradora de grandes blocos de eletricidade. Nesse sentido, há anos a INB –
Indústrias Nucleares do Brasil, empresa responsável pela produção do
combustível que abastece as usinas de Angra, vem dando preciosa contribuição. Prepara-se
para retomar ainda esse ano a produção de urânio em Caetité/BA e continua
avançando no domínio completo do chamado ciclo do combustível nuclear. Em
setembro desse ano, inaugurou mais uma cascata do processo de enriquecimento de
urânio, a sétima.
Mas, a
ousadia brasileira nessa sofisticada tecnologia nuclear, não para por ai.
Caminha em processo de licenciamento a implantação da Usina Comercial de
Enriquecimento de Urânio (UCEU), no parque industrial da INB em Resende.
Ao alcançar esse patamar, com base no conhecimento técnico genuinamente
brasileiro, o setor nuclear manda um respeitoso recado ao futuro presidente do
Brasil: “não tem volta!” É irreversível o avanço da tecnologia nuclear no
Brasil, nas suas múltiplas aplicações. É incontestável a sua contribuição para
a matriz energética brasileira. Ela garante a estabilidade e o equilíbrio do
sistema, hoje fundamentalmente assentado na hidroeletricidade. A energia de
origem térmica soma apenas cerca de 5% à energia elétrica produzida no País,
mas estima-se que essa participação deverá subir para 10% nos próximos anos,
principalmente na região Sul – Sudeste. Há necessidade de uma das pontas do
sistema gerador possuir base térmica, com vistas à sua maior confiabilidade e
segurança.
Fica claro, portanto, que a conclusão de Angra 3 se torna
indispensável para o Brasil, não só porque é a única fonte disponível no
momento capaz de gerar energia em grandes blocos, como pela necessidade de se
manter a tecnologia conquistada pelo País.
A utilização
da fonte nuclear para geração de energia elétrica ainda é vista com
injustificável incompreensão, oriunda basicamente pela desinformação e pelo
preconceito, estimulados por grupos de pressão, muitos dos quais de âmbito
multinacional. Mas o setor nuclear está atento, trabalhando com
responsabilidade, expandindo as informações, desenvolvendo programas de
comunicação com a sociedade, expondo-se à transparência, em busca de cada vez
maior credibilidade. Esse é o caminho".
Engenheiro Reinaldo Gonzaga
Presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB)
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