Representantes da
Rosatom Energy Projects, empresa russa com sede em Moscou, e responsável pelo
complexo energético nuclear no país, visitaram a Nuclep (Nuclebras Equipamentos
Pesados), em Itaguaí (RJ), na quarta-feira (10/4), visando novas parcerias como a
expansão e produção de equipamentos ao desenvolvimento do setor nuclear
brasileiro.
A
cooperação nuclear entre os dois países começou em 1994, via a Indústrias
Nucleares do Brasil (INB), para o fornecimento de cerca de 800 toneladas de
urânio natural, através de várias licitações da estatal brasileira. A entrega
mais recente ocorreu em fevereiro (22/2), quando a INB recebeu da Rússia cerca
de 21 toneladas de urânio enriquecido. O material chegou ao Porto do Rio de
Janeiro acondicionado em 14 cilindros e foi transportado no mesmo dia para a
Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende/RJ, onde está sendo utilizado
na fabricação de 44 elementos combustíveis que compõem a 29ª recarga de Angra
1.
Brasil e Rússia
tem acordos abrangendo várias áreas: projetos de construção de
usinas nucleares de grande escala e pequenos reatores modulares de concepção
terrestre e até flutuante e ciclo do combustível, por exemplo. “A Rosatom possui a única frota mundial de
quebra-gelos movida a energia nuclear, única usina nuclear flutuante do mundo e
únicos blocos energéticos do mundo com reatores rápidos de nêutrons de nível
industrial de potência”, comentou o então diretor da estatal russa, com exclusividade
ao BLOG, em 2022. A Rosatom também está de olho na área brasileira da
mineração.
NUCLEP: EQUIPAMENTOS PESADOS
A comitiva eu visitou à
Nuclep estava composta pelo vice-diretor-Geral, Ilya Vergizaev; a Diretora
Executiva de Projetos, Alexandra Ovcharenko; a Gerente Regional, Ekaterina
Baranova; o Gerente Técnico, Aleksei Shabrin e o VP na América Latina, Ruan
Nunes, que realizou apresentação sobre o potencial da estatal, conheceu o nosso
piso fabril e explorou possibilidades das parcerias. O vice-diretor-geral da
Rosatom enfatizou o potencial de crescimento do Brasil no setor nuclear.
“Estabelecer negociações claras e produtivas é de extrema importância para
impulsionar o progresso da indústria nuclear brasileira”, ressaltou Vergizaev.
O diretor administrativo da Nuclep Oscar Moreira Filho reconheceu o interesse
em dialogar para aquecer o desenvolvimento do setor. Entre as possíveis
parcerias, mencionou: “Pode ser de planta nuclear normal, chamada Nuclear Power
Plant, de potência nuclear, ou então de SMR, na dimensão de reatores modulares
pequenos”.
A Nuclep ocupa uma área de 1
milhão de metros quadrados e possui um conjunto de máquinas operatrizes para
usinagem, soldagem, calandragem e tratamento térmico únicos no país. Com
capacidade de movimentação de carga de 600 toneladas, seu galpão principal é
composto de seis corpos germinados com 200 metros de comprimento por 160 metros
de largura; o piso do interior da fábrica é projetado para receber até 10
toneladas²; e a via de acesso principal para o embarque dos produtos pode
receber até 39 toneladas.
A Nuclep é fruto do acordo nuclear Brasil-Alemanha,
firmado em 1975, quando o governo militar projetava a construção de oito
centrais atômicas. E até hoje, apenas Angra 2 funciona, sendo que Angra 3 iniciada
em 1984, continua com as obras paradas.
O então presidente da Rosatom na
América Latina, Ivan Dybov, em 2022, contou ao BLOG com exclusividade, que além
do Acordo entre o Governo da Federação Russa e o Governo da República
Federativa do Brasil referente à cooperação na área da utilização pacífica da
energia nuclear, em 15 de setembro de 1994, as parcerias evoluíram. No dia 21
de julho de 2009, foi assinado um memorando de entendimento entre a Rosatom e a
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
REPRODUZIMOS A ENTREVISTA.
BLOG:
Como começou a parceria comercial?
DYBOV: Com o fornecimento de
produtos isotópicos para as necessidades da medicina nuclear brasileira, que
continua a ser a principal área de cooperação entre nossos países no setor
nuclear. Agora, uma das áreas mais promissoras é o fornecimento de
isótopos como lutécio e actínio.
BLOG: Há cooperação no fornecimento de urânio?
DYBOV: Em 2018-2020, a Corporação Estatal Rosatom, representada pela
"Uranium One Group", ganhou várias licitações da empresa estatal
brasileira Indústrias Nucleares do Brasil (INB) para o fornecimento de cerca de
800 toneladas de urânio natural.
BLOG: Há cooperação na formação de
conhecimentos?
DYBOV: Nós também cooperamos ativamente no campo de
formação do pessoal. Em particular, a Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear
(MEPhI) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) estão
realizando programas educacionais em conjunto. Já neste ano acadêmico sete
estudantes do Brasil vão estudar na Rússia com bolsas de estudo proporcionadas
pela empresa "Rosatom" e agência federal da Rússia
Rossotrudnichestvo.
BLOG: A Rosatom e a brasileira Eletronuclear assinaram
memorando recentemente. Como foi?
DYBOV: No âmbito da expansão da
cooperação bilateral, no mês de setembro, durante a Conferência Geral da
Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), a Corporação Estatal Rosatom e
a empresa operadora brasileira de usinas nucleares Eletronuclear assinaram um
memorando de entendimento. O novo memorando abrange uma vasta gama de áreas de
cooperação, incluindo os novos projetos de construção de usinas nucleares de
grande escala; pequenos reatores modulares de concepção terrestre e
flutuante; soluções para as etapas inicias e de conclusão do ciclo do
combustível nuclear, bem como para a gestão do combustível nuclear
usado; desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear
avançado/inovador.
BLOG: O que mais?
DYBOV: A área de
processamento (reciclagem) de materiais nucleares; assistência ao longo do
ciclo de vida de novas usinas nucleares, incluindo a operação, assistência
técnica e descomissionamento; prolongamento da vida útil das unidades
nucleares; desenvolvimento de tecnologias do hidrogênio; implementação das
melhores práticas de gestão P&D+I no setor nuclear, metodologias para
acelerar a implementação de projetos de desenvolvimento tecnológico, bem como
melhores práticas para aumentar a aceitação pública da energia nuclear.
BLOG:
Quais os outros pontos importantes do memorando?
DYBOV: O memorando prevê
também o desenvolvimento da cooperação em projetos conjuntos na área de
educação e capacitação de profissionais, aumento da aceitação pública da
energia nuclear e outras áreas.
BLOG: Como e quando?
DYBOV: Tendo em conta a
intenção do Brasil de desenvolver o seu setor nuclear nacional e construir
novas usinas nucleares, surgem novas perspectivas para a expansão da cooperação
numa série de áreas. Em 2019, a TENEX (parte do circuito de gestão da Rosatom)
e a empresa estatal brasileira Indústrias Nucleares do Brasil (INB) assinaram
uma carta de intenções, na qual confirmaram a sua disposição para implementar
projetos conjuntos na área do ciclo do combustível nuclear. Neste momento,
estamos analisando com os nossos parceiros brasileiros as possibilidades de
cooperação integrada na área do ciclo de combustível nuclear, inclusive no
campo de mineração de urânio.
BLOG: Interesses em Angra 3...
DYBOV: Em
junho de 2020, o Brasil confirmou as suas intenções de concluir a construção da
central nuclear "Angra 3" segundo o modelo EPC e de construir um
parque de novas centrais nucleares em parceria com o setor privado. A Rosatom
está interessada em cooperar com o Brasil numa vasta gama de áreas e está pronta
para explorar as perspectivas da sua participação na construção de novas
centrais nucleares, tanto de grande potência, como de baixa potência - no
território brasileiro.
BLOG: Conte sobre experiência em prorrogar a vida útil
de usinas nucleares.
DYBOV: A Rosatom tem experiência na
modernização e na extensão da vida útil de usinas nucleares tanto na Rússia,
como também no exterior, especialmente na Armênia e Bulgária. A usina nuclear
da Armênia está agora passando pelos trabalhos finais de modernização para estender
a vida útil da instalação até 2026. Além disso, de acordo com cálculos
preliminares, a usina nuclear poderá funcionar até 2036. O projeto envolveu
trabalhos extensos no valor de cerca de 200 milhões de dólares, incluindo a
entrega de novo equipamento, que foi instalado em um prazo curto. A experiência
da Rosatom em modernização e extensão da vida útil das instalações nucleares na
Federação Russa é uma base sólida para uma implementação exitosa de tais
projetos.
BLOG: E na gestão na área de combustível?
DYBOV? A Rosatom tem
uma vasta experiência na fabricação de combustível nuclear. De um modo geral,
em 2020, a quota da Rosatom no mercado mundial de fabricação de combustível
nuclear constituiu 17%. Além disso, no âmbito da cooperação com a empresa "Framatome",
o combustível e os componentes feitos de urânio regenerado, que são produzidos
na Rússia, são fornecidos às usinas nucleares da Europa Ocidental. Estamos
dispostos a compartilhar tecnologias e conhecimentos com os nossos parceiros
brasileiros e já temos experiência de cooperação nesta área. E, se no futuro, a
Rosatom vier a participar em projetos de construção de novas instalações
nucleares no Brasil, será possível falar em expansão da cooperação na área do
ciclo do combustível nuclear.
BLOG: Como assim?
DYBOV: Caso a Rosatom seja
escolhida como parceira para a construção de novas usinas nucleares de grande
ou pequena potência no Brasil, será uma cooperação na área de produção de
combustível para as novas instalações.
BLOG: Quais as lições aprendidas
com o acidente de Chernobyl?
DYBOV: Os eventos ocorridos na usina nuclear
de Chernobyl em 1986 mostraram à indústria nuclear global que é necessário
eliminar a própria probabilidade de tais acidentes o mais rápido possível,
devido às mudanças nos fenômenos físicos naturais e nos processos que ocorrem
no link técnico entre o reator e os sistemas de segurança. Foi necessário criar
e mostrar para todos os participantes do processo de uso da energia atômica,
desde a fase de desenvolvimento de projetos até a fase de descomissionamento de
uma usina, uma filosofia de atividades profissionais baseada nos princípios da
cultura de segurança. Esses princípios consistem na prioridade de garantir a
segurança e esforços constantes para garantir e melhorá-la.
BLOG: O que
foi feito?
DYBOV: Para cumprir essas tarefas, criamos um conceito de
cultura de segurança e o enchemos de objetivos e ações práticas concretas para
alcançá-los. Com base nesta abordagem, todos os principais documentos
normativos internacionais e nacionais que regulam as questões de segurança no
âmbito da energia nuclear e proteção contra radiação foram desenvolvidos
novamente. Em um prazo muito curto foi realizada uma série de trabalhos nos
reatores RBMK. Além disso, foram formuladas as recomendações e regulamentos
mais rigorosos da AIEA. Em particular, foram tomadas as seguintes medidas: as
características físicas de nêutrons do reator foram alteradas para valores
seguros a través de alteração da composição da carga da zona ativa; foi
garantido c controle contínuo de todas as características do reator por métodos
modernos de cálculo e métodos de medições seguras diretas, e os métodos de
controle estão sendo constantemente melhorados até agora; foi realizada uma
série de mudanças de construção, que levaram a um aumento na velocidade e
eficiência da proteção do reator até valores justificados considerando todas as
reservas de engenharia de quantidades; foi expandida a lista de
sinais, ou seja, eventos, que levam à ativação de sistemas de segurança, foram
introduzidas novas proteções de reator; foram introduzidos sistemas de
diagnóstico do estado da planta do reator e seus equipamentos individuais,
permitindo identificar possíveis problemas na operação logo no início do
desenvolvimento deles, a um nível seguro desses problemas; o
desligamento ou intervenção de pessoal na operação dos sistemas de segurança é
tecnicamente impossível; a máxima autoproteção interna da planta do reator
contra o desenvolvimento negativo de processos físicos de nêutrons, processos
termo-hidráulicos e outros processos é garantida devido às suas características
físicas naturais.
BLOG: Mudanças nos reatores?
DYBOV: Como resultado das
medidas técnicas de alta prioridade executadas, as características físicas do
reator e dos sistemas de segurança foram alteradas. Por isso, os reatores RBMK
já não podem ser considerados reatores do mesmo tipo que aqueles da usina
nuclear de Chernobyl. Esta afirmação foi confirmada pela comunidade nuclear
internacional no momento de desenvolvimento e análise dos relatórios de
avaliação detalhada da segurança dos reatores RBMK realizados
pelos especialistas da Federação Russa, Grã-Bretanha, Suécia, Finlândia e
os Estados Unidos da América. Além disso, a estatal está atualmente
implementando um projeto da primeira central nuclear terrestre de baixa
potência com reatores da série RITM-200. Espera-se que ela seja comissionada na
Rússia até 2028 na aldeia de Ust-Kuiga em Iacútia (uma república que entra na
competência da Federação Russa).Por enquanto, a "Akademik Lomonosov"
é a única central nuclear flutuante do mundo. Falando em projetos de baixa
potência, que estão na fase de desenvolvimento, segundo os dados da AIEA,
atualmente existem mais de 70, sendo que empresas dos EUA, China, Coreia do
Sul, França e Argentina estão fazendo certos progressos no desenvolvimento
destas soluções.
BLOG: E as críticas dos ambientalistas?
DYBOV: É importante
entender que as centrais nucleares não causam qualquer dano ao meio ambiente,
mas sim contribuem para a solução dos problemas climáticos. Em 2019 e 2020, o
funcionamento da FNPPpermitiu evitar a emissão para a atmosfera de um
equivalente que ultrapassa 300.000 toneladas de dióxido de carbono - CO2.
Contudo, as centrais nucleares atualmente em funcionamento permitem reduzir as
emissões de dióxido de carbono em 2 bilhões de toneladas por ano. É por esta
razão que a energia nuclear é considerada uma energia "verde".
ROSATOM
POR IVAN DYBOV- A Rosatom está entre as dez maiores empresas da Rússia. A nossa
equipe conta com mais de 275.000 empregados em mais de 300 empresas. A cota da
energia nuclear no balanço energético da Rússia é superior a 20 %, graças a 38
blocos energéticos, que operam em onze usinas nucleares. A Corporação está
realizando um programa de grande escala para a construção de usinas nucleares,
tanto na Federação Russa, bem como no exterior. Atualmente, está construindo
três novos blocos energéticos na Rússia, incluindo dois blocos energéticos na
NPP Kursk-2 e o inovador reator rápido de nêutrons BREST-OD-300. O portfólio de
10 anos de pedidos no exterior da Rosatom inclui 35 blocos energéticos em 12
países em várias fases de implementação, incluindo no Egito, Turquia e China.
Atualmente fornecemos combustível para 75 blocos energéticos em 16 países
(incluindo a Rússia), o que significa que um em cada seis reatores do mundo
funciona com o combustível produzido na corporação.
A Rosatom ocupa 1°
lugar no mundo em termos da quantidade de blocos energéticos de NPP (Nuclear
power plant) que estão em construção no exterior; 1° lugar no mundo no
enriquecimento de urânio; 1° lugar no mundo em reatores de pesquisa em
operação; 2° lugar no mundo entre as empresas geradoras em termos de potência
instalada; 2° lugar no mundo em termos de reservas de urânio exploradas; 2°
lugar no mundo na mineração de urânio; 3° lugar no mundo na fabricação de
combustível nuclear. Possui a única frota mundial de quebra-gelos movida a
energia nuclear, única usina nuclear flutuante do mundo; únicos blocos
energéticos do mundo com reatores rápidos de nêutrons de nível industrial de
potência. Desde outubro de 2020, a corporação é membro do Pacto Global das
Nações Unidas (UN Global Compact), a maior iniciativa empresarial internacional
da ONU em matéria de responsabilidade social empresarial e desenvolvimento
sustentável. Em 2020, a Rússia celebrou os 75 anos da indústria nuclear
nacional.
A Rosatom é uma das pioneiras do setor nuclear mundial. Os cientistas
soviéticos foram desbravadores na utilização pacífica da energia nuclear: a
primeira usina nuclear do mundo foi construída na Rússia, na cidade de Obninsk,
em 1954. Em apenas 75 anos de história, as empresas russas da indústria nuclear
construíram mais de uma centena de reatores para usinas nucleares em 14 países
do mundo, incluindo na Rússia.
A Rosatom, que herdou as tecnologias e a
experiência da indústria nuclear soviética, foi fundada em 2007. Hoje em dia, é
a maior empresa geradora na Rússia e uma das empresas líderes no mercado global
de serviços e tecnologias nucleares. É capaz de providenciar a elaboração do
projeto e construção de usinas nucleares prontas para uso, abastecer as usinas
nucleares com combustível durante toda a sua vida útil, realizar a
modernização, serviços de manutenção e formação do pessoal.
TECNOLOGIAS -
PÓS FUKUSHIMA -
A primordial solução da corporação hoje em termos de usinas
nucleares de alta potência é o reator água -água energético revolucionário de
geração 3+, o VVER-1200. Ele combina em si soluções de engenharia testadas ao
longo do tempo e sistemas de segurança ultra confiáveis aperfeiçoados levando
em conta os requisitos pós-Fukushima.
A principal característica do projeto
VVER-1200 é a combinação única de sistemas de segurança ativos e passivos,
tornando a instalação extremamente resistente a influências externas e
internas. No projeto foi contemplado um conjunto completo de soluções técnicas
para garantir a segurança da usina nuclear e excluir a liberação de produtos
radioativos no meio ambiente. Especificamente, o bloco energético está
equipado com dois contentores com um espaço ventilado entre eles. A contenção
interior assegura a vedação do volume onde se encontra a unidade do reator. A
contenção exterior é capaz de resistir aos impactos naturais (tornados,
furacões, terremotos, inundações, etc.), tecnogênicos e antropogênicos
(explosões, queda de aviões, etc.) sobre a usina nuclear. Os sistemas passivos
de segurança da instalação são capazes de funcionar mesmo em caso de perda
total de abastecimento de energia, e podem desempenhar todas as funções de
segurança sem o envolvimento dos sistemas ativos e intervenção do operador.
O
projeto do VVER-1200 inclui um sistema de filtragem passiva do espaço entre as
contenções externas e internas do bloco. Ele permite excluir a saída de
radioatividade para o meio ambiente através da contenção externa em quaisquer
situações relacionadas com a falha do sistema ativo de ventilação
especial. Na parte inferior da contenção, de acordo com o projeto, é
instalado um dispositivo de localização de derretimento, ou "armadilha de
derretimento”, concebido para localizar e arrefecer o derretimento da zona
ativa do reator em caso de um hipotético e improvável acidente, que possa
danificar o núcleo do reator.
A "armadilha" permite preservar a
integridade da contenção, e assim excluir a liberação de produtos radioativos
no ambiente, mesmo em hipotéticos acidentes graves. O VVER-1200 pertence à
categoria mais comum de reatores de água pressurizada (PWR). Hoje, existem mais
de 300 reatores deste tipo no mundo inteiro. Eles passaram com sucesso nos
testes de stress "pós-Fukushima", e a segurança da sua operação foi
confirmada por organizações internacionais de renome. Desde o momento de
comissionamento do primeiro bloco energético com um reator VVER em 1964, foram
instalados no mundo inteiro 75 reatores VVER de diversas modificações. A
Rosatom foi a primeira empresa no mundo a lançar um reator de Geração 3+ e a
iniciar sua produção em série. Hoje, a Rússia tem quatro reatores VVER-1200 em
funcionamento e já apareceu o primeiro no exterior, na Bielorrússia. Além
disso, a corporação está construindo usinas nucleares similares na Turquia,
Bielorrússia, Egito, Hungria, Finlândia e outros países.
QUEBRA-GELOS -
Na
base dos projetos da Rosatom na área de usinas de pequena potência, estão os
mais novos reatores da série RITM, que foram desenvolvidos tendo em conta o
funcionamento de quatro gerações de reatores para a frota de quebra-gelos e que
foram testados nas severas condições do Ártico. Eles constituem uma fonte de
energia confiável e livre de carbono, destinadas a alimentar com energia
elétrica áreas isoladas da rede elétrica central, e a substituir antigas
centrais elétricas com elevadas emissões de CO2 na atmosfera. Hoje em dia,
seis reatores "RITM-200" já estão instalados nos quebra-gelos
"Arktika" (Ártico), "Sibir"(Sibéria) e "Ural".
USINAS
FLUTUANTES -
Em 2020, a corporação pôs em funcionamento a usina térmica
nuclear flutuante "Akademik Lomonosov", que é atualmente a única
usina no mundo equipada com pequenos reatores modulares e a central nuclear
mais setentrional do mundo. Desde a sua entrada em funcionamento, a usina
nuclear flutuante (FNPP) com dois reatores KLT-40 já demonstrou ser uma fonte
confiável e inovadora de calor e energia elétrica, e contribuiu de forma
significativa para o meio ambiente da região. Dando continuidade ao
desenvolvimento das tecnologias das FNPP, a Corporação está desenvolvendo um
novo produto no segmento das usinas elétricas flutuantes, especificamente - uma
unidade de potência flutuante otimizada (UPFO). Está previsto que em uma
UPFO sejam instalados dois reatores do tipo RITM-200M, que são a última geração
de reatores nucleares russos a bordo de navios, que fornecerão uma capacidade
elétrica total da usina de 100 MW.
FOTOS: NUCLEP –
Leia também no BLOG: “Brasil
e Rússia: acordo visa tecnologia de mineração subterrânea de urânio
(20/6/2018).
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