A Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN) participa da 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontecerá em formato híbrido e
presencial de 24 a 30 deste mês de julho na Universidade de Brasília (DF) e
também por canais do YouTube da SBPC e de sociedades que promovem atividades
virtuais. É um dos eventos mais importantes na área da ciência, promovendo cerca
de 200 atividades. Veja a agenda no site da SBBN.
A mesa redonda “Emergências radiológicas: um sistema de resposta
para acompanhamento de radioacidentados” terá a presença dos renomados médicos
Nelson Valverde, Alexandre Maurmo e Maria Paula Curado que serão apresentados
pelo físico Ivan Salati. Será realizada na próxima sexta-feira (29/7), com
transmissão pelo canal da SBBN no Youtube.
Segundo a SBBN, na mesa serão
tratados vários temas de relevância para o País. Eis um resumo: “O Brasil
domina o ciclo do combustível nuclear e opera dois reatores nucleares de
potência em Angra dos Reis, RJ; plantas de enriquecimento de urânio nas
Indústrias Nucleares do Brasil em Rezende, RJ e instalações
da Marinha na cidade de São Paulo e em Aramar, SP; quatro
reatores de pesquisas em SP, MG e RJ, e cerca de quatro mil
instalações que utilizam fontes radioativas em medicina, indústria
e laboratórios de pesquisas. O transporte de materiais radioativos
importados ou produzidos no país alcança os principais aeroportos e
rodovias com grande fluxo”.
Também entram em debate temas como "o planejamento e o preparo
para a resposta à exposição não desejada a material radioativo assume
importância cada vez maior no cenário global, com ampla visibilidade mundial,
como nos eventos públicos de massa, nos quais há a possibilidade de utilização
terrorista ou criminosa de agentes nucleares ou radiológicos”.
A SBBN reitera
que é “essencial existir um Sistema de Resposta Médico-Hospitalar estruturado
de forma articulada com diferentes organizações que, de acordo com as suas
especificidades e mandatos, possam contribuir para uma intervenção coordenada e
sistêmica”. Em emergências radiológicas, informa, “além da atuação do
setor Saúde no desenvolvimento de ações de vigilância em saúde e no
monitoramento ambiental e epidemiológico, é indispensável haver condições para
a assistência médica (pré-hospitalar e hospitalar) às pessoas expostas, sob a
forma de um sistema específico com esse objetivo, valendo-se dos recursos e
estruturas já existentes para a atuação convencional da Saúde, com algumas
adaptações”.
Na próxima terça-feira (26/7), o evento terá mesa presencial,
no campus Darcy Ribeiro da universidade de Brasília (DF). O tema a ser debatido
será “A política para radiofármacos no Brasil, qualificação de profissionais e
investimento em nivação”.
Radiofármacos são medicamentos usados para realizar
exames de imagens, para diagnosticar doenças neurodegenerativas e neoplasias,
por exemplo, ou para tratamento de algumas como tireoide, tumores de próstata
resistentes à castração, tumores hepáticos, entre outras.
A SBBN relembra que a
política para radiofármacos tem sofrido alterações importantes, tanto em
relação ao monopólio da produção de radioisótopos como as regulamentações da Anvisa,
relativas aos fármacos. No evento, será discutido o impacto do marco
regulatório atual para a produção, distribuição e comercialização no país,
principalmente para os pacientes SUS.
“O desenvolvimento de novos radiofármacos
exige não somente produção de radioisótopos, mas também o investimento na
translação da pesquisa pré-clínica para a clínica e demanda instalações,
equipamentos e recursos humanos qualificados”. E reitera que a simples
substituição de importação de produtos já utilizados em outros países, através
de adaptação de processos existentes, não representa inovação.
A SBBN alerta
mais uma vez: “Para a verdadeira independência da área, sugere-se investimento
em grupos de pesquisas em universidades e em institutos da CNEN, com editais
para laboratórios de radioquímica, bioquímica e farmácia. É indispensável a
democratização desses procedimentos médicos, pois, até o momento, 75% são
realizados na rede privada e 70% são concentrados nas regiões Sudeste e Sul”.
FOTO: Unidade de enriquecimento de urânio (ARAMAR-SP) -
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